*Artigo de Philip Kosloski,
escritor e designer gráfico
‘Aproximadamente
200 anos antes do nascimento de Jesus, foi feita uma tradução grega das
escrituras hebraicas que se tornou amplamente aceita como uma tradução legítima
(e até inspirada).
A
tradição relata como o rei Ptolomeu II do Egito estabeleceu uma vasta
biblioteca em Alexandria. E ele queria ter ali uma cópia das escrituras
hebraicas.
Ptolomeu
então enviou representantes a Jerusalém e convidou anciãos judeus a preparar
uma nova tradução grega do texto. Setenta e dois anciãos, seis de cada uma das
12 tribos de Israel, chegaram ao Egito para atender ao pedido.
Eles
foram levados à ilha de Pharos, onde, ao fim de 72 dias, seu trabalho estaria
concluído. O rei Ptolomeu ficou satisfeito com o resultado e colocou o trabalho
em sua biblioteca.
Outra
tradição acrescenta que todos os tradutores foram colocados em salas separadas
e instruídos a produzir seu próprio texto. Quando a tarefa foi concluída, os
tradutores compararam todos os textos e descobriram que cada um era
milagrosamente idêntico aos outros.
O
resultado desse trabalho mais tarde ficou conhecido como Septuaginta (da
palavra grega relacionada a 70) e ficou especialmente popular entre os judeus
de língua grega durante os séculos que se seguiram. Muitos desses judeus se
converteram ao cristianismo e, como resultado, a Septuaginta se tornou uma
fonte primária para os escritores do Evangelho e muitos outros cristãos
primitivos.
Alguns
séculos depois, ao formular o cânone oficial das Escrituras, a Igreja Católica
procurou a Septuaginta para discernir quais livros manter. O cânone católico do
Antigo Testamento incluía alguns textos e acrescentava outros (por exemplo, os
Livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico) originalmente escritos em
grego, não em hebraico e, portanto, não considerados parte das Escrituras
Judaicas, mesmo respeitados e lidos por judeus.
Embora
a história da formação da Septuaginta seja considerada pelos estudiosos
bíblicos modernos como uma lenda sem uma base histórica real, a localização e o
período da tradução geralmente são considerados verdadeiros.
De
acordo com a Enciclopédia Católica, é mais provável que ‘judeus
alexandrinos, usando o Pentateuco traduzido em suas reuniões litúrgicas, também
desejavam ler os livros restantes e, portanto, gradualmente os tenham traduzido
para o grego, que se tornara sua língua materna; isso seria muito mais
provável, pois seu conhecimento do hebraico diminuía constantemente’.
Qualquer
que seja a origem do texto grego, seu caráter antigo ainda é altamente
valorizado, e os tradutores bíblicos geralmente consultam a Septuaginta para
entender melhor determinada passagem bíblica.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2019/09/03/o-que-e-a-septuaginta-e-por-que-ela-e-importante/
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