Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
de John Burger
‘É como
se Teresa Liu estivesse recuperando o tempo perdido.
Liu
é uma mulher católica de 86 anos que hoje vive na Austrália. Ela guiou centenas
de chineses para a fé, anos depois de passar uma parte significativa de sua
juventude em uma prisão comunista.
Liu
tinha um espírito evangelizador desde tenra idade. Quando jovem, ela se juntou
à organização católica Legião de Maria em sua terra natal, Guangzhou, no sul da
China. O grupo, que atua mundialmente, busca difundir a fé católica. Ela também
estava discernindo uma vocação religiosa com freiras carmelitas.
Dois
eventos interromperam a vida que ela imaginou para si. Se ela não tinha certeza
se Deus queria que ela fosse uma religiosa consagrada, ela parece ter
encontrado a resposta quando John Bosco Liu entrou em sua vida.
‘Ele
disse que a amava’, de acordo com um perfil dela escrito no Catholic
News Service.
Mas
seus planos de se casar também foram interrompidos, por causa de sua
participação na Legião de Maria, considerada uma organização ‘anti-revolucionária’.
Era
o final da década de 1950, e os governantes comunistas da República Popular da
China estavam exercendo mais e mais controle sobre a religião. Eles criaram uma
alternativa para a Igreja Católica, a fim de neutralizar a influência e o
controle sobre segmentos da população por uma potência estrangeira – o Vaticano.
A
própria Legião de Maria era vista como uma organização ‘anti-revolucionária’,
e Teresa e John Bosco receberam sentenças de prisão. Eles também se recusaram a
se juntar à Associação Patriótica Católica Chinesa, estabelecida pelo Estado.
Teresa
nunca teve um julgamento, mas acabou detida durante 20 anos. John Bosco ficou
atrás das grades por 22 anos. Os dois passaram algum tempo na mesma prisão em
Guangzhou. Mas se eles se atrevessem a falar ou mostrar sinais de afeto, isso
poderia levar a punições severas. A própria Teresa foi mantida em confinamento
solitário por longos períodos – certa vez durante sete meses.
Ela
sabia, no entanto, que nunca estava sozinha. Cristo estava com ela.
Embora
não pudessem comparecer a nenhum tipo de serviço religioso durante a prisão,
Teresa manteve sua vida de oração em segredo. Quando ela ia se deitar para
dormir à noite, rezava o Rosário, por exemplo.
‘Eu
me sentia muito próxima de Deus naquela época, porque em meu coração, eu dizia :
‘Jesus, agora eu não tenho nada além de você. Não me deixe te abandonar’’,
disse ela ao CNS.
Ela
finalmente foi libertada em 1977. Ela e John Bosco se casaram em 1979 e se
mudaram para a Austrália no ano seguinte.
Mas
John viveu apenas por mais 10 anos. Ele teve um ataque cardíaco um dia na missa,
logo após receber a Comunhão.
Teresa
seguiu catequizando novos imigrantes de sua terra natal. Proporcionando-lhes
formação na fé em seu próprio idioma – cantonês ou mandarim – ela orientou
centenas de pessoas para o ingresso na Igreja Católica, segundo conta o padre
Janusz Bieniek.
‘Ela
apoia muito todas as iniciativas da paróquia, especialmente o trabalho de
evangelização com pessoas da China que estão pensando em se tornar cristãs’,
disse padre Bieniek, ele próprio imigrante, da Polônia. ‘Ela os reúne,
conversa com eles, mantém contato pessoal com eles e os encoraja’.
Recentemente,
Liu recebeu um reconhecimento da Ordem Equestre de São Gregório Magno por seu ‘notável
compromisso com a fé’ demonstrado ‘através de sua evangelização cristã e
conversão de muitas pessoas na Arquidiocese de Sydney’. A investidura na
ordem é a maior honra que a Igreja concede aos leigos e é dada em
reconhecimento ao extraordinário serviço prestado à Igreja.
‘Ela
é uma testemunha da fé. As pessoas sabem sobre seu passado, suas experiências e
sofrimentos, mas ela não se vangloria disso. Ela nunca tem qualquer palavra de
vingança ou ódio. Ela não tem raiva, então isso causa uma grande impressão nas
pessoas’, comentou o padre.
Liu
disse que perdoou seus algozes. ‘Eles também são vítimas do sistema
comunista’, disse ela.
Ela
pediu orações pela China, dizendo que a situação dos fiéis agora é pior do que
era para os católicos da década de 1950. ‘Eles querem destruir
todas as religiões’, disse.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2019/08/02/ex-prisioneira-na-china-ajudou-centenas-a-se-converterem-ao-catolicismo/
Um comentário:
São lições de vida, que nos leva a pensar e repensar em nossas atitudes, quando visto neste exemplo de vida, quem me dera conseguir pelo menos parte desta coragem e desprendimento d!alma. Gil
Postar um comentário