Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
GiovaGiovanni Battista Montini, 1957 (OSSERVATORE ROMANO)
‘Padre Antonio Marrazzo, postulador da
causa de canonização de Paulo VI, fala sobre o pontífice, que tinha
uma humanidade tão grande quanto sua inteligência. O símbolo? A estola do seu
retrato oficial, sinal do sacerdócio que Papa Montini sempre mostrou aos grandes
e pequenos do mundo.
Para Paulo VI, os
paramentos usados para seu status não tinham muita importância, a não ser a
estola que usava sempre e em todas as ocasiões. ‘Mesmo nas viagens ou quando recebia chefes de Estado queria se
apresentar antes de tudo como sacerdote’. São palavras do seu postulador,
padre Antônio Marrazzo, que revela este aspecto que determinou a imagem oficial
da Canonização.
Antes
de tudo a pessoa
O postulador descreve
Paulo VI de modo muito diferente dos estereótipos, da ‘vulgata’ formada por dualismos que se cristalizaram no tempo sobre
Paulo VI, ou seja, o Papa solene e frio, culto e distante. A estola é um
exemplo disso. ‘Para ele não era
importante a imagem’, afirma o postulador, porque em toda sua vida ‘sempre olhou e viu o ser humano assim como
Deus vê: precário, indigente, limitado’. Reconhecendo em si mesmo a mesma
fragilidade, assim como ‘seus escritos’
testemunham.
Defensor
da vida nascente
Certamente era um homem
sóbrio, mas sobretudo rico de calor humano, efeito da ‘confiança no homem’ que o animava profundamente. Um homem aberto
sem reservas à humanidade que estava rapidamente se modificando, e que para
acompanhar levou a Igreja por meio do Concílio. Também era uma pessoa cheia de
amor para com a vida, nascida ou não, como demonstram os dois milagres
reconhecidos para sua Beatificação e Canonização. ‘Paulo VI – diz padre Marrazzo –
deveria ser proposto como defensor da vida nascente’ porque, explica, os
dois sinais de cura realizados pela sua intercessão colocam-se em extraordinária
‘continuidade’ com o seu magistério.
Papa
que transmitia seus sentimentos
No dia 14 de outubro
Paulo VI será declarado santo. Mas não estará sozinho pois serão também
canonizados Dom Romero, e algumas Santas e Santos fundadores. ‘A escolha do Papa Francisco não foi casual
– explica Marrazzo – mas podemos nos
perguntar : até que ponto a santidade é ligada ao papel que uma pessoa exerceu
na sua vida?’. No caso de Paulo VI, conclui, a santidade foi vivida com uma
vida rica de humanidade de um homem que ‘transmitia a todos o que vivia dentro
de si mesmo’.’
Fonte
:
* Artigo na íntegra https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-10/canonizacao-paul-vi-postulador.html
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