domingo, 7 de outubro de 2018

O sínodo salvará a Igreja da crise?


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo de Mirticeli Dias de Medeiros,
jornalista e mestre em História da Igreja


Na abertura dos trabalhos do sínodo, logo após a missa de abertura, o pontífice pediu que os participantes não tenham medo de expor ‘críticas honestas e transparentes’. Além disso, Francisco tocou o tema do clericalismo mais uma vez, o qual definiu ‘perversão e raiz de tantos males na igreja’. Em clara referência às denúncias de abusos sexuais envolvendo membros do clero, Bergoglio reiterou que ‘se deve pedir humildemente perdão e criar condições para que não se repitam’.

O sínodo dos bispos para os jovens tem tudo para se tornar um dos marcos do atual pontificado. O motivo não seria somente o enfrentamento da atual crise, mas a sucessão de eventos que fazem dele um dos encontros mais importantes promovidos por Papa Francisco.

No próximo dia 14 de outubro, o idealizador e fundador do sínodo dos bispos, Giovanni Battista Montini (Papa Paulo VI), será canonizado. A história da igreja já comprovou o quanto a canonização de um papa representa não somente o reforço da devoção em torno da figura de um determinado pontífice, mas o respaldo de todo seu legado; o sucessor de Pedro que recebe a glória dos altares, também é glorificado na sua forma de governar. E Francisco se alinha com muitas das escolhas políticas e diplomáticas de Montini. Uma delas foi a maneira como Paulo VI conduziu o diálogo entre a Santa Sé e os países do bloco comunista nos anos 70, cujo primeiro impulso acontecera através da política de aproximação coordenada pelo cardeal Agostino Casaroli durante o pontificado de João XXIII.

A reunião de bispos se realiza em um momento no qual a cristandade se depara com algo que, até um tempo atrás, não tinha previsão para acontecer : a preparação para o estabelecimento das relações diplomáticas entre Santa Sé e a República Popular da China. A participação inédita de dois bispos da China Continental são o indicativo que Francisco levou a sério a vivência da colegialidade episcopal em todas as instâncias e a todo custo.

O que seria ‘apenas’ um sínodo para os jovens - os quais já demonstraram na fase preparatória da assembleia que gostariam de entender melhor a doutrina moral da Igreja -, transformou-se em palco de uma série de acontecimentos que poderão mudar os rumos do atual pontificado. Os questionamentos dos jovens diante dos escândalos, dos ensinamentos da Igreja e da forma como o catolicismo contribui com a juventude forçarão a instituição a responder a uma questão que vai além do próprio tema do sínodo : como as escolhas da Igreja Católica se tornarão referência para a sociedade e para as gerações futuras?’


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