*Artigo
do L’Osservatore Romano
‘‘As pequenas
coisas, dadas por óbvias, tornam-se desafios enormes’ : são palavras do
administrador geral do Patriarcado Latino de Jerusalém, Sami El-Yousef, ao
voltar de uma de suas visitas bimestrais a Gaza (território palestino
confinante com Israel e Egito, ndr).
A situação na Faixa piorou desde o início da ‘Grande marcha do retorno’; os confrontos
no confim provocaram a morte de mais de cento e vinte pessoas e deixaram
milhares de palestinos feridos. El-Yousef elucida no site do Patriarcado o
papel da Igreja e oferece razões para alimentar esperança, apesar de tudo.
Desemprego alcança 70% dos jovens
Em Gaza a eletricidade funciona somente três horas
por dia, a situação higiênica é catastrófica e somente 5% das casas têm acesso
à água corrente. Os sinais de antigos bombardeios estão ainda presentes; muitas
infraestruturas ainda não foram reconstruídas.
Hospitais como o Al Ahli Arab funcionam a gota
gotas. Os residentes estão com o dinheiro acabando, mesmo porque muitas vezes
não recebem o salário. Também o desemprego continua aumentando : 55% dos
trabalhadores da Faixa e 70% dos jovens são atingidos por esta chaga social que
lhes impede construir a própria vida e iniciar uma família.
Também os cristãos, que vivem a situação econômica e
a crise em Gaza tanto quanto seus concidadãos muçulmanos, sofrem este flagelo.
Tensões e inseguranças
Crescem tensões e inseguranças pela falta de
capacidade de elaborar planos para o futuro. Mas o futuro deve ser identificado
também e sobretudo naqueles jovens, muitos dos quais cristãos, muitas vezes com
nível superior, determinados a permanecer aqui com as famílias. A Igreja está
do lado deles.
O Patriarcado Latino de Jerusalém quer oferecer aos
jovens a possiblidade de engajar-se em obras decentes e produtivas oferecendo
trabalhos temporâneos por um ano nos setores não-governamentais e privado de
Gaza. O objetivo é admitir esses jovens para posições que correspondem a suas
qualificações (num banco, numa escola).
Voluntariado na Igreja
O salário será pago durante um ano pelo Patriarcado.
Financiado pelos cavaleiros alemães da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de
Jerusalém, o programa pode ser renovado segundo os fundos disponíveis,
ampliando o leque de oportunidades e incluindo todos os setores privados e
não-governamentais como hospitais, bancos, escolas, estudos de engenharia e
várias instituições em Gaza. Entre os requisitos, todo jovem deve dedicar ao
menos uma hora de voluntariado na Igreja.
Inglês e informática
Para combater a chaga do desemprego, o pároco da
Paróquia Sagrada Família, Padre Mário da Silva (sacerdote brasileiro), abrirá um
centro de formação educacional cristã para ajudar os jovens a adquirir
confiança em si mesmos e a desenvolver suas habilidades em vista de uma mais
fácil inserção no mercado de trabalho. Eles se concentrarão no estudo do
inglês, informática e uso do computador, bem como sobre a liderança e sobre
gestão dos funcionários.
Em Gaza, cinco escolas cristãs
Embora muitos cristãos tenham emigrado da Faixa, as
instituições cristãs permanecem. Há cinco escolas na Faixa de Gaza, três das
quais são católicas, que acolhem três mil estudantes, entre os quais cento e
setenta cristãos.
As missionárias da Caridade servem aos mais fracos,
especialmente aqueles necessitados de cuidados especiais, e construíram uma
nova estrutura para os idosos. Também as Irmãs do Rosário estão ampliando suas
estruturas assistenciais. São todos exemplos de cristãos realmente ‘sal da terra’.’
Fonte :
* Artigo na íntegra https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/patriarcado-latino-jerusalem-combate-desemprego-juvenil-gaza.html
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