Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Philip Kosloski,
escritor e designer gráfico
‘A história da vida consagrada
católica data dos primeiros séculos após a ressurreição de Jesus
Cristo. Inicialmente, havia muitos homens e mulheres, cujos nomes nunca foram
registrados pela história, que viviam como eremitas no deserto, dedicando toda
a sua vida à oração e às boas palavras, em oferecimento pessoal completo
a Jesus.
O primeiro eremita
cristão de que se tem registro é São Paulo de Tebas, nascido no
Egito em 227. Ele se refugiou no deserto para escapar da perseguição, mas,
depois, resolveu permanecer por lá a fim de se aproximar mais de Deus.
Por volta do ano
270, o seu exemplo inspirou Santo Antônio, o Grande, a abraçar uma
vida semelhante, dedicada à oração no deserto. O eremita Santo Antônio
(não confundir com Santo Antônio de Pádua e Lisboa) é geralmente considerado o ‘pai do monaquismo cristão’ ou ‘pai de todos os monges’, pois atraiu
muitos seguidores que aprenderam com ele os caminhos da ascese cristã. No
entanto, ele não estabeleceu nenhum mosteiro físico : a sua comunidade criava
as celas monásticas em cavernas próximas umas das outras ou em pequenas
cabanas. Acredita-se que alguns dos seus seguidores, no século IV, vieram a
criar um mosteiro no local do seu túmulo.
Esse mosteiro,
localizado cerca de 200 quilômetros a sudeste do Cairo, é hoje conhecido como o
‘Mosteiro de Santo Antônio’ (foto acima). Se no início era apenas um
grupo de eremitas vivendo em proximidade, com o tempo foi se formalizando e se
transformando em uma comunidade.
Um dos discípulos
mais próximos de Santo Antônio era São Macário, que também fundou
um mosteiro no deserto egípcio até hoje em atividade : o ‘Mosteiro de São Macário em Scetis’.
São Macário viveu
uma vida longa, aproximadamente entre 300 e 391, e foi influenciado por Santo
Antônio a dedicar a vida à oração. O seu próprio exemplo de santidade atraiu
outros muitos a um tipo de vida monástica eremítica ou semi-eremítica. Segundo
a Enciclopédia Católica, os monges não estavam vinculados a nenhuma
regra fixa; suas celas ficavam próximas e eles se reuniam para o culto
divino apenas aos sábados ou domingos. O princípio que os mantinha unidos era o
da ajuda mútua. A autoridade dos anciãos era reconhecida não como a dos
superiores monásticos no sentido estrito da palavra, mas como a dos guias e
modelos de perfeição.
Os monges
cristãos coptas desse mosteiro têm vivido dessa mesma forma desde a fundação,
em 360, mantendo as tradições do fundador no estilo de vida consagrada que
levam há séculos e séculos.
Seu horário
cotidiano, até hoje, não é muito preciso; cada monge organiza a maior parte
do próprio tempo sob a orientação do diretor espiritual. Um sino os acorda às
três da manhã para as devoções particulares. Cada monge, na própria cela, reza
o ofício da meia-noite, se prostra e faz orações pessoais. Depois das matinas,
cada monge assume a tarefa atribuída a ele pelo diretor espiritual, geralmente
correspondente à profissão que ele seguia no mundo, enquanto o seu espírito se
mantém elevado em pleno trabalho graças à atmosfera de adoração em que ele
passou as primeiras horas do dia, na igreja. Assim, os monges começam a
experimentar a misteriosa unidade que pode existir entre o trabalho e a
adoração a Deus. Por volta do meio-dia, eles se reúnem no refeitório para
cantar a nona hora com seus doze salmos, seguindo-se então a única refeição
compartilhada do dia. Mantendo a tradição dos padres do deserto, eles celebram
a liturgia eucarística apenas uma vez por semana, no domingo de manhã.
Esse tipo de tradição
monástica é a mais antiga do cristianismo e foi particularmente
popular na Irlanda, onde foram criados mosteiros semelhantes aos
dos ermitões, com celas particulares ao redor de uma igreja central ou de uma
área de reunião.
Skellig Michael, na costa
sudoeste irlandesa, é um dos mosteiros mais famosos dessa vertente do
monaquismo cristão. Esse monastério faz parte da misteriosa e impactante linha
reta que, no mapa, une 7 santuários dedicados ao Arcanjo São Miguel.’
Saiba mais :
Fonte :
* Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2018/04/12/os-mosteiros-cristaos-mais-antigos-do-mundo-e-seu-incrivel-estilo-de-vida/
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