domingo, 15 de outubro de 2017

Sinais de vida

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo da Irmã Joana Sofia Carneiro,
Missionária Comboniana


‘Aqui em Amã (Jordânia), além das minhas aulas de árabe, ajudo alguns refugiados na prática do seu inglês. Graças a Deus existem espaços de diálogo ecumênico e inter-religioso onde realizamos atividades, como, por exemplo, a biblioteca organizada pelas irmãs seculares da associação espanhola Poveda.

Testemunhas de Jesus
A maioria dos refugiados que se encontram neste lugar vem do Iraque e da Síria. Eles tiveram de fugir da guerra, de maneira que a Jordânia é para eles um lugar de passagem até que consigam ter a oportunidade de partir para outro lugar onde possam viver em paz. O processo de espera pela autorização de um país que os recebe é muito lento, motivo pelo qual muitos deles permanecem aqui por vários anos. Na Jordânia os refugiados não estão autorizados a trabalhar e várias gerações ficam paradas. Os jovens não estudam por falta de meios econômicos, as propinas da universidade são muito elevadas. Não obstante todas estas situações difíceis, eles não desesperam, antes pelo contrário, são um verdadeiro testemunho de esperança em Jesus e sabem ser conhecidos, amados e protegidos pelo Bom Pastor que toma conta deles. Eles são os verdadeiros crentes. Isto é maravilhoso! É só ver a grande comunidade dos iraquianos cristãos a celebrar a Eucaristia aqui em Amã, todos os domingos à tarde. Eles cantam, rezam, estão em paz porque sabem que aqui não cairá nenhuma bomba que lhes pode destruir a casa.

Famílias de refugiados
Além das horas que fico na biblioteca vou visitar algumas famílias com a irmã Pierina.
A maioria das famílias são provenientes do Iraque, da Síria e também do Sudão. Lamentavelmente, as famílias provenientes da África são as mais pobres. Elas não têm direito ao estatuto de refugiados porque, oficialmente, no Sudão não há guerra, embora todo o mundo saiba que a situação do Sudão é uma das mais terríveis. A nossa memória é curta quando não vivemos estas situações na nossa própria carne. Há dias, fomos visitar uma família sudanesa, um casal jovem, com três gêmeos. O meu primeiro pensamento, confesso, foi de fria lógica humana. «Se não conseguem alimentar-se a eles próprios, que farão com três crianças?» Mas, depois, rezando, consegui perceber toda a força do nosso Deus que sempre tem respostas de vida em abundância para todos, apesar da guerra e da violência que são os frutos do nosso egoísmo
Esta maneira de agir do nosso Deus vejo-a encarnada na Irmã Pierina. As visitas que fazemos juntas parecem insignificantes e pequenas, a nossa ajuda simplesmente inútil, segundo os critérios humanos. Mas, são estes gestos, repletos de compaixão e de esperança, que fazem toda a diferença.
Através da nossa insignificância, Deus cuida destes irmãos vulneráveis. Acredito que só através da nossa intimidade com o Senhor seremos sinais de luz e de vida.
Por favor, continuem a rezar por nós e, sobretudo, por todos os que, neste mundo, mais precisam da luz de Jesus. E, por favor, se virem alguém chegar do estrangeiro, não lhe virem as costas! O nosso planeta está a passar por um momento muito difícil, milhões de pessoas são obrigadas a abandonar tudo por razões que as ultrapassam...Somos instrumentos de paz, de acolhimento e de reconciliação! Os pequenos gestos concretos de cada pessoa a favor de outros têm uma grande repercussão na escala mundial.’

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