terça-feira, 17 de outubro de 2017

Comovida, comunidade egípcia condena assassinato de sacerdote copta

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



‘O assassino de Sam'an Shehata, sacerdote copta ortodoxo egípcio, esfaqueado até a morte em 12 de outubro, é ‘um criminoso conhecido das forças de ordem’, chamado Mohamed Sonbaty.
É o que afirma em uma nota o Bispo de Beba, Abba Estiganous, ao comentar que por  trás do ‘martírio’ do sacerdote poderiam existir elementos de matriz confessional.
No Egito ainda é forte a comoção pelo bárbaro assassinato do sacerdote copta-ortodoxo, ocorrido em uma área periférica da capital. Nas redes sociais circulou um vídeo que mostra o suspeito seguindo o sacerdote e depois desferindo golpes em seu rosto e pelo corpo.
A Igreja Copta Ortodoxa no Egito já definiu Sam'an Shehata como ‘mártir’, morto ‘por ódio à fé’, ao mesmo tempo que lançou um apelo às autoridades de governo para que transformem ‘a cultura de uma nação, envenenada pelo extremismo’.
Os funerais foram realizados no dia 13 de outubro, um dia após o assassinato, em Beni Suef, a cerca de 115 km al sul do Cairo. Personalidades da comunidade local, sacerdotes e numerosos fiéis participaram das exéquias.
Também a Igreja Católica egípcia participou do luto que se abateu mais uma vez sobre a minoria copta.
Em nota enviada à Agência Asianews, o porta-voz Padre Rafic Greiche expressa ‘dor’ e ‘proximidade’ pela morte ‘do mártir’, assegurando ‘a oração’ de toda a comunidade católica pela sua família ‘e pela paz’ no país.
Mohamed Sonbaty está sob custódia. As autoridades estão verificando eventuais ligações com grupos fundamentalistas ativos no Egito. No passado ele já havia agredido os próprios familiares e incendiado a casa onde moravam. Segundo declaração de alguns vizinhos - sob anonimato, por medo de represálias - ele seria um ‘conhecido radical’ islâmico.
Também o Grão Mufti do Egito, Xeique Shawki Allam, condenou o atentado, definindo-o como ‘terrorismo brutal’, que não faz distinção ‘entre militares, civis, ou entre um muçulmano e um cristão copta’.
Ele lança um apelo ao país, para que a população esteja unida diante da ameaça de ‘grupos que querem desestabilizar’.
Outro líder muçulmano, o pregador Xeique Samir Hashish, classifica os responsáveis por este e outros ataques como ‘não-muçulmanos’ e ‘infiéis’, que devem ser punidos ‘com severidade’.
Nos últimos meses a comunidade cristã egípcia foi alvo de uma série de ataques, como aquele contra um ônibus de peregrinos coptas em maio, que provocou a morte de dezenas de pessoas.
Desde dezembro de 2016, já chega quase a cem os membros da minoria religiosa copta, mortos em ataques terroristas.’

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