Segundo uma antiga tradição, já
conhecida no século II, assim eram chamados os pais da Santíssima Virgem Maria.
O culto a Sant’Ana, prestado no Oriente desde o século VI, difundiu-se pelo
Ocidente no século X. Mais recentemente, São Joaquim passou também a ser
venerado.
A Liturgia
das Horas e a reflexão no dia de São Joaquim e Sant’Ana :
Ofício das
Leituras
Segunda leitura
Dos Sermões
de São João Damasceno, bispo
(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V.,
2.4.5.6:PG 96, 663.667.670
(Séc.VIII)
Vós
os conhecereis pelos seus frutos
Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso,
a natureza não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o
próprio fruto até que a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse
primogênita aquela de quem nasceria o primogênito de toda a criação, no qual
todas as coisas têm a sua consistência (cf. Cl 1,17).
Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora.
Pois foi por vosso intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso
de todos os dons, isto é, a mãe pura, a única que era digna do Criador.
Alegra-te,
Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à luz
(Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha
nasceu para nós um menino, foi-nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é : Anjo do grande conselho, salvação do mundo
inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.
Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo
fruto de vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez : Vós os conhecereis pelos seus frutos (Mt 7,16). Estabelecestes o
vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e digno daquela que de vós
nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola da virgindade,
aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e continuaria
virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a virgindade,
tanto em seu corpo como em seu coração.
Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela
lei natural, alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o
mundo a mãe de Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao
longo de vossa existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é
superior aos anjos e agora é rainha dos anjos.
Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes
o pai e a mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios
que te beijaram castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para
que sempre e em tudo conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos, exultai e cantai
salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.
Fonte :
‘In
Liturgia das Horas III’, 1449, 1450
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