sábado, 12 de julho de 2014

Santo Henrique

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Nasceu na Baviera em 973; sucedeu a seu pai no governo do ducado e mais tarde foi eleito imperador. Distinguiu-se por seu zelo em promover a reforma da vida da Igreja e a atividade missionária. Fundou vários bispados e enriqueceu mosteiros. Morreu em 1024 e foi canonizado pelo papa Eugênio III, em 1146.


A Liturgia das Horas e a reflexão no dia de Santo Henrique :

Ofício das Leituras

Segunda leitura
De uma antiga Vida de Santo Henrique
(MGH, Scriptores 4, 792-799)        (Séc.XI)

Garantiu para a Igreja os bens da paz e da tranquilidade
Este santíssimo servo de Deus, depois de ter sido sagrado rei, não se contentou apenas com as preocupações do reino temporal. Mas, querendo obter a coroa da imortalidade, decidiu combater pelo sumo Rei, a quem servir é reinar. Para tanto, dedicou a maior solicitude na promoção do culto divino, enriquecendo as igrejas com diversas doações e oferecendo-lhes toda sorte de ornamentos e alfaias sagradas. Fundou nos seus domínios o bispado de Bamberga, dedicado aos príncipes dos apóstolos São Pedro e São Paulo e ao glorioso mártir São Jorge, confiando-o à jurisdição especial da Santa Igreja Romana. Queria assim prestar à primeira Sé da cristandade a honra que lhe é devida por direito divino, e dar maior firmeza à sua fundação, colocando-a sob tão elevado patrocínio.

Este homem piedosíssimo se empenhou cuidadosamente em garantir para a sua nova Igreja os bens da paz e da tranquilidade. Para que isto fique evidente aos olhos de todos, tendo em vista os tempos futuros, incluímos aqui o testemunho de uma carta sua :

Henrique, rei por divina clemência, a todos os filhos da Igreja, tanto aos futuros como aos presentes. As determinações salutares da Palavra sagrada nos ensinam e advertem que, abandonando os bens temporais e rejeitando as vantagens terrenas, tenhamos em mira alcançar as mansões eternas, que permanecem para sempre nos céus. Pois a glória presente, enquanto a possuímos, é passageira e vã, a não ser que pensemos simultaneamente na glória eterna do céu. Contudo, a misericórdia de Deus providenciou para o gênero humano um remédio eficaz, ao estabelecer que uma parcela da pátria celeste fosse adquirida com os bens terrenos.

Por conseguinte, não nos esquecemos da clemência divina e nem desconhecemos que fomos elevados ã dignidade real por uma escolha gratuita da misericórdia de Deus. Eis por que julgamos conveniente não apenas ampliar as igrejas construídas por nossos antecessores, mas também edificar, para maior glória de Deus, outras novas igrejas e enobrece-las com generosas dádivas da nossa devoção. Por esta razão, não fechando os ouvidos aos mandamentos do Senhor e prestando obediência aos conselhos divinos, desejamos colocar desde já, no céu, os tesouros que recebemos da riqueza e da generosidade de Deus; lá os ladroes não os desenterram nem roubam, nem a ferrugem ou a traça os destroem. Assim, ao pensarmos nos bens que lá vamos agora acumulando, que o nosso coração esteja sempre voltado para o céu, pelo desejo e pelo amor.

Por isso, queremos que todos os fiéis saibam que o lugar chamado Bamberga, parte de nossa herança paterna, foi elevado a sede e sólio episcopal. Aí se perpetuará a memória nossa e de nossos pais, e será oferecido sem cessar o sacrifício da salvação por todos os que professam a verdadeira fé’.


Fonte :
‘In Liturgia das Horas III’, 1421, 1422


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