Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘‘Vocação’ significa
chamado, mas não é qualquer chamado. Quando fazemos uma escolha profissional,
não chamamos a isso de vocação, mas, simplesmente uma escolha entre tantas. Sem
dúvida, escolha profissional é um fator de realização pessoal, tanto é que uma
profissão acertada, em sintonia com as habilidades e dons pessoais, é uma
garantia de excelência no desempenho dela.
Sempre que falamos em vocação, entendemos um
chamado no plano da fé. Dizemos que é Deus quem chama. Nós respondemos ou não
ao chamado. Uma coisa é certa : vocação acertada, futuro feliz! Muitas vezes, a
resposta vocacional comporta um verdadeiro salto no escuro, pela ausência de
evidências sensíveis na hora de dar a resposta, pelos desafios que ela
comporta, pelo perigo de não ser compreendido e pela necessidade de se doar
integralmente, com todas as forças e energias da vida.
De todas as pessoas que ouviram e atenderam ao
chamado divino, como os inúmeros personagens bíblicos, do Antigo ao Novo
Testamento, além de todos os vocacionados importantes ao longo da história, de
todos eles a vocacionada que mais nos encanta e estimula é Maria de Nazaré.
Uma jovem, ou melhor, uma adolescente recebe de um
anjo a proposta de ser mãe, proposta que ela teria um milhão de motivos para
recusar : como confiar em um anjo, sua tenra idade, a falta de recursos, por
não estar ainda casada, apenas noiva, o perigo diante da rigidez das leis da
época : ela poderia ser apedrejada por uma gravidez fora do casamento, sem
contar o tanto que os vizinhos iriam comentar o fato numa sociedade onde todos
se conheciam. Humanamente, Maria via diante de si a possibilidade de uma
desmoralização sem limites, porém, ela não se deixou abalar.
A jovem Maria surpreende por sua resposta, pela sua
maturidade e pela forma como ela se coloca numa dimensão que ultrapassa toda e
qualquer razão humana. Maria situa-se numa dimensão de fé impressionante.
Parece que ela já vive, diariamente, essa dimensão de fé, como se convivesse
com anjos. O texto diz que ela fica perturbada, mas, em momento algum apavorada
ou assustada a ponto de perder o bom uso da razão. Ao contrário, ela,
consciente, dialoga com o anjo. Se é verdadeira a proposta do além e verdadeiro
o chamado sobrenatural, Maria delega a responsabilidade a Deus ao dizer ‘Eis
aqui a serva [escrava] do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra’ (Lc
1,38); portanto, a responsabilidade é de Deus em cumprir o prometido e em
superar todas os inúmeros desafios que iriam aparecer em consequência da
decisão.
Por tudo isso, Maria é modelo de quem responde
positivamente à proposta de Deus, modelo de resposta à vocação, que envolve fé,
coragem, confiança e superação. Quando nos encontramos diante de dificuldades
que parecem insuperáveis, olhemos para a jovem Maria para que também nós
tenhamos a coragem de dizer ‘Senhor, estou à tua disposição, faça-se em mim o
que for melhor para cumprir a missão que tu me confiaste. Mesmo que humanamente
não veja possibilidades, sei que para ti o impossível não existe, por isso, em
ti confio plenamente. Amém!’.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/maria-modelo-de-vocacao.html
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