Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Há
cemitérios feitos de cruzes e lápides. Mas há também cemitérios feitos de água
e areia : são os mares e desertos que engolem as numerosas vítimas das rotas
migratórias. É este o núcleo da sentida denúncia que o Papa Francisco quis
dedicar a sua reflexão «às pessoas que — até neste momento — atravessam mares e
desertos para chegar a uma terra onde viver em paz e segurança».
Interrompendo a habitual catequese centrada no tema
«A Esposa e o Espírito», o Pontífice dirigiu-se aos fiéis presentes na praça de
São Pedro e aos que estavam ligados através dos meios de comunicação social
para reiterar que «naqueles mares e desertos mortais, os migrantes de hoje não
deveriam estar — mas infelizmente estão». No entanto, advertiu o Papa, «não é
através de leis mais restritivas, não é mediante a militarização das
fronteiras, não é através de rejeições que conseguiremos alcançar um
resultado». Pelo contrário, devem ser promovidas vias de acesso «seguras» e
«regulares» para os migrantes, «facilitando o refúgio a quem foge das guerras,
da violência, da perseguição e das várias calamidades». É também fundamental,
disse o Santo Padre, promover «de todas as formas uma governação global das
migrações fundamentada na justiça, na fraternidade e na solidariedade»,
combatendo o tráfico de seres humanos e os crimes de quem explora «sem piedade»
a miséria dos outros.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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