Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
da reportagem local Fundação AIS
‘Novas histórias de terror vindas de
Moçambique chegam à Fundação Pontifícia ACN, quase semanalmente, mas com pouca
atenção da comunidade internacional. De fato, o país do sudeste da África está
sofrendo uma catástrofe humanitária atrás de outra. Desde 2017, Moçambique tem
sido alvo de inúmeros ataques de jihadistas. Os objetivos perseguidos pelos
grupos terroristas não são conhecidos, mas observadores sugerem uma mistura
de interesses econômicos, políticos e religiosos.
Há relatos de decapitações em massa e
violência inimaginável contra a população civil. O governo dos EUA classificou
o grupo como um desdobramento do ‘Estado Islâmico’ (EI) e como uma
organização terrorista global e impôs sanções. Dada a obscuridade dos
protagonistas e seus apoiadores, no entanto, estas sanções não devem surtir
efeito.
Enquanto o terrorismo jihadista
continua a corroer a região ao longo da fronteira com a Tanzânia, aumentando
ainda mais a miséria dos refugiados, o país também está sendo agredido pela
pandemia da COVID-19. ‘Embora a primeira onda tenha sido relativamente leve,
o número de pessoas infectadas disparou desde janeiro. É alarmante
como o número de mortes aumentou’, disse o responsável por projetos da ACN
para a região, Ulrich Kny. Além disso, a cólera também está se espalhando devido
às condições precárias de higiene nos campos de refugiados, que não
têm acesso à água limpa.
Mais de 600 mil refugiados
Centenas de milhares de refugiados das
partes norte do país encontraram refúgio na capital da província de Cabo
Delgado e suas comunidades vizinhas. Segundo a ONU, até o final de 2020 havia
quase 670.000 pessoas deslocadas.
Ataques foram realizados em nove dos
17 distritos da província de Cabo Delgado. A violência é direcionada a toda a
comunidade, não apenas aos cristãos, relatou a Irmã Aparecida Ramos Queiroz,
responsável pela coordenação de projetos de auxílio na diocese de Pemba.
‘Tanto instituições muçulmanas
quanto cristãs estão sendo atacadas. Nós, cristãos, não somos o alvo principal
dos insurgentes. Várias igrejas foram completamente destruídas; seis das 23
paróquias da diocese de Pemba estão desertas – a situação é tão instável que
a maioria dos membros da paróquia fugiu. Apesar disso, uma irmã
religiosa e um jovem vigário paroquial ainda estão trabalhando em uma das
aldeias abandonadas da paróquia para servir aquelas pessoas que são muito
pobres até mesmo para fugir’, disse a Irmã.
Cuidados religiosos com os refugiados
O governo começou a reassentar os
refugiados de Pemba para outras partes do país. ‘Muitos encontram
abrigo com outras famílias, outras em novos assentamentos de refugiados. A
maioria dos padres e irmãs das áreas de conflito fugiram com membros de suas
paróquias. Eles agora tentam continuar seu trabalho pastoral entre os refugiados
de suas paróquias’, diz Ulrich.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2021/03/23/mocambique-aumento-de-casos-de-covid-colera-e-ataques-terroristas/
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