*Artigo
do Padre Arnaldo Rodrigues
‘Esta entrega do pálio está ligada ao juramento de
lealdade ao Papa e seus sucessores pelos metropolita. Tendo em vista esta
celebração que se aproxima, é interessante saber o que significa a celebração
e, principalmente o que significa esta vestimenta litúrgica chamada ‘Pálio’.
Pálio
O pálio - derivado do latim pallium, manto de lã -
é uma vestimenta litúrgica usada na Igreja Católica, consistindo de uma faixa
de pano de lã branca que é colocada sobre ombros dos Arcebispos.
Este pano representa a ovelha que o pastor carrega
nos ombros, assim como fez Cristo com a ovelha perdida. Desta forma podemos
dizer que o palio é o símbolo da missão pastoral do bispo. O pálio é também a
prerrogativa dos arcebispos metropolitanos, como símbolo de jurisdição em
comunhão com a Santa Sé.
História
Originalmente o pálio era o manto usado pelos
filósofos e na arte paleocristã, eram pintados neste ‘manto’ Jesus e os apóstolos . Esta prática foi posteriormente
adotada também pela Igreja Cristã, com um uso semelhante ao do omoforion (uma
tira de pano), muito mais larga que o pálio, atualmente usada pelos bispos
ortodoxos e pelos bispos católicos orientais de rito bizantino.
O pálio era originalmente uma única tira de pano
enrolada nos ombros e caída no peito na altura do ombro esquerdo; nos primeiros
séculos do cristianismo foi trazido por todos os bispos.
Podemos ver nas iconografias que representam os
primeiros bispos e santos, como Santo Ambrósio, Santo Atanásio, São João
Crisóstomo, Santo Inácio de Antioquia, São Hilário e outros.
O primeiro caso conhecido de imposição do pálio a
um bispo remonta a 513, quando o Papa Simmaco concedeu o pálio a São Cesário,
bispo de Arles.
A partir do século IX reduziu-se ao formato atual
de ‘Y’, com as duas extremidades
descendo abaixo do pescoço até o meio do peito e nas costas e se tornando a
marca registrada dos arcebispos metropolitanos que o obtiveram pelo papa. O
Papa João Paulo II, por ocasião da noite de Natal de 1999, abertura do Jubileu
de 2000, usava um omoforion com cruzes vermelhas.
Confecção
do pálio
Dois cordeiros cuja lã é destinada, no ano
anterior, são criados pelos monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma.
E desde 1644, são abençoados pelo Abade Geral dos Cônegos Lateranenses em
Basílica, na Via Nomentana Complexo Monumental de Santa Inês, fora dos muros,
no dia em que se faz memória da Santa, em 21 de janeiro.
Depois são levados ao Papa no Palácio Apostólico. O
pálio é tecido e costurado pelas freiras de clausura do convento romano de
Santa Cecília em Trastevere. Os pálios são armazenados na Basílica de San
Pietro, em Roma, aos pé do altar de confissão (altar central), muito próximo ao
túmulo do Apóstolo Pedro.
Como é
pálio
O pálio, em sua forma atual, é uma faixa estreita
de tecido, com cerca de cinco centímetros de largura, tecida em lã branca,
curvada no meio para poder repousar sobre os ombros acima da casula e com duas
abas pretas penduradas na frente e atrás, de modo que - visto tanto na frente
quanto atrás - a vestimenta lembra a letra ‘Y’.
É decorado com seis cruzes negras de seda (que
lembram as feridas de Cristo), uma em cada cauda e quatro na curvatura, e é
cortado na frente e atrás, com três alfinetes de gema aciculada em forma de
alfinete. Essas duas últimas características parecem ser uma lembrança dos
momentos em que o pálio era um simples lenço duplo dobrado e pregado com um
alfinete no ombro esquerdo.
Piero Marini para o Papa Bento XVI restaurou o uso
do longo e cruzado pálio no ombro esquerdo usado até o século IX, deixando
inalterada a forma do pálio concedido aos arcebispos, com as duas abas
penduradas no alto centro do peito e no meio das costas.
Por ocasião da Missa de 29 de Junho de 2008
(Solenidade dos Santos Pedro e Paulo), o Papa voltou a usar um pálio em formato
de ‘Y’, similar ao usado comumente
pelos metropolitas, mas com forma mais ampla e com a cor vermelha das cruzes:
essas diferenças hoje põe em evidencia a diversidade da jurisdição, reservado
para o Bispo de Roma, enquanto que em épocas anteriores em períodos remotos,
não havia este significado particular, dado que eram comuns a todos os bispos,
sem distinção.
O mesmo pálio foi usado pelo Papa Francisco após a
cerimônia solene de imposição do pálio das mãos do proto-diácono cardeal
Jean-Louis Tauran, durante a Missa de inauguração do seu ministério petrino.’
Fonte :
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