‘Um casal em fuga
da Eritreia, uma mulher emigrada do Peru para o Chile e uma família
ítalo-portuguesa que se tornaram empresários de sucesso no Canadá levaram nesta
manhã de terça-feira 21 de fevereiro o seu testemunho à Sala Clementina do
Palácio apostólico no Vaticano, narrando ao Papa Francisco experiências de vida
em movimento constante. O Pontífice recebeu-os em audiência juntamente com os
outros 250 participantes no sexto fórum internacional Migrações e paz, sobre o
tema : «Integração e desenvolvimento. Da
reação à ação».
Organizada pelo
Dicastério para o serviço do desenvolvimento humano integral, em colaboração com
os missionários escalabrinianos e a Konrad Adenauer Stiftung, os dois dias de
trabalho têm como objetivo principal propor sugestões concretas para as
políticas e os programas em matéria migratória, identificando as melhores
práticas europeias e americanas.
Fiori Temanu,
eritreia ortodoxa, atravessou o mar Vermelho para chegar ao Iémen, de onde –
por causa da guerra – fugiu para a Jordânia para depois chegar a Itália. É
casada com o concidadão Amanuel Adndehaymanot, que desembarcou em Lampedusa
através da rota mediterrânea.
Hoje têm um filho,
Adonai, e juntos quiseram dirigir um premente apelo ao Pontífice a fim de que
se abram «canais legais de entrada nos
países de acolhimento, a fim de que outros requerentes de asilo não arrisquem a
vida nas mãos dos traficantes ou atravessando o deserto e o mar. Todos estamos
cientes – concluíram – de quantos ainda hoje vivem o drama da emigração forçada».
E é uma história
de migração com um final feliz também a de Ofelia Cueva, peruana que vive no
Chile desde há vinte anos. «Era uma
professora – recordou – quando em 1997 deixei o meu país para ir trabalhar como
doméstica em Santiago. Dado que os proprietários não permitiam que eu ficasse
em casa nos fins de semana, passava o tempo lendo livros nas estações de metropolitano.
Um sábado em que fazia muito frio, vendo muitos migrantes no metropolitano,
decidi organizar-me para me ocupar deles nos fins de semana». Precisamente
como o santo bispo Giovanni Battista Scalabrini, que teve a inspiração para a
sua missão numa estação ferroviária milanesa, também a de Ofelia ‘migrante com os migrantes’ foi – como
ela próprio disse – um dom «da
providência divina, pois no dia seguinte na paróquia escalabriniana da capital
do Chile o sacerdote que coordenava a pastoral dos migrantes» confiou-lhe a
direção dos alojamentos do novo centro integrado de apoio aos migrantes (Ciami)
que os missionários estavam implementando em Santiago. E assim «desde o mês de março de 2000 – acrescentou –
trabalho no Ciami para oferecer alojamento, refeições, assistência jurídica,
formação profissional, emprego e acompanhamento psicológico e religioso. Em dezessete
anos acolhemos mais de oito mil mulheres emigradas no Chile e mais da metade
delas, graças ao nosso centro, encontraram um trabalho estável».
Por fim, Vilma
Cortellucci narrou a própria história de migrante no Canadá. Italiana, casou-se
com Manuel, nascido em Portugal que emigrou primeiro para a Argentina e, em
seguida, foi para Toronto. E juntamente com o irmão Nicola e a cunhada Rosanne
abriram uma bem sucedida empresa de construção. Mas não obstante o bem-estar
alcançado nunca esqueceram as suas origens, colaborando ativamente com a
paróquia dos escalabrinianos na metrópole canadense. A ponto que atualmente
desempenham cargos dirigenciais nos Scalabrini international migration network
de Nova Iorque. «Apoiamos – explicaram –
os missionários na sua defesa e no seu compromisso na assistência a migrantes e
refugiados do mundo inteiro, sobretudo na América Latina, Haiti, África e Ásia».’
Fonte :
* Artigo na íntegra http://www.osservatoreromano.va/pt/news/em-fuga-das-guerras-e-carestias-para-reencontrar-e
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