‘Primeiro
a ser chamado, primeiro a testemunhar’
‘André
foi o primeiro a ser chamado, portanto, o Protóclito (protos = primeiro + klitos = chamar). Recordemos como se deu este
chamado : estava ele e seu irmão Cefas pela segunda vez na região do Jordão onde
João Batista batizava, este exclamou : ‘Eis
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’ (Jo 1,29). Eis aquele que liberta
da morte; eis aquele que destrói o pecado. Eu sou enviado, não como o esposo,
mas como quem O acompanha (Jo 3,29). Vim como servo e não como mestre.
Ouvindo
estas palavras deixaram de seguir João Batista para acompanhar o próprio
Cristo.
Jesus,
voltando-se para trás e vendo que o seguiam, disse-lhes : ‘Que buscais?’ Eles disseram : ‘Rabi
(que quer dizer Mestre), onde moras?’ Disse-lhes Jesus : ‘vinde e vede’. Foram, pois, e viram onde
habitava e permaneceram lá aquele dia. Era quase a hora décima.
Ora,
André tinha um irmão chamado Simão e disse-lhe : ‘Nós encontramos o Messias,
que é o Cristo’. E levou-o a Jesus, que olhando-o disse : ‘Tu és Simão, filho de Jonas, doravante chamar-te-ás Pedro’.
Este
é, segundo a narrativa de São João, o primeiro encontro de André com Jesus.
André
e Pedro, contudo, não ficaram definitivamente com o Divino Mestre, mas voltaram
às suas ocupações de pescadores. Dias depois, Jesus, passando pela praia do
Lago de Tiberíades, pelas bandas de Cafarnaum, tendo-os encontrado quando
lavavam as redes, disse-lhes : ‘Segui-me,
e eu vos farei pescadores de homens’. Eles, deixando imediatamente as
redes, O seguiram (Mt 4,18). Com estas palavras, deu-se o chamamento oficial de
André como apóstolo junto com seu irmão Pedro.
Nos
catálogos oficiais que os evangelistas dão dos doze apóstolos, André ocupa
sempre o segundo lugar, depois do irmão Pedro. Poucas menções expressas nos
deixaram o Evangelho deste apóstolo durante os três anos do seguimento a
Cristo. A primeira deu-se por ocasião da multiplicação dos pães e peixes.
Quando
Jesus interpelou Filipe sobre a possibilidade de dar de comer a toda aquela
multidão, André interveio, dizendo : ‘Está
aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes; mas que é isto para tanta
gente?’ Jo 6, 9).
Uma
segunda intervenção de André deu-se nos últimos dias da vida do Mestre. Havia
alguns gentios que desejavam ver Jesus de perto e se aproximaram de Filipe,
dizendo : ‘Senhor, desejamos ver Jesus’.
Filipe foi dizer a André : e ambos disseram-no a Jesus.
Diz
a Tradição que, por ocasião da partida dos apóstolos para levar o Evangelho
pelo mundo, André viajou para a região dos mares Cáspio e Negro. Por último,
fundou a igreja em Patras, na Acaia, que foi uma das mais florescentes dos
tempos apostólicos. Esta mesma fonte afirma ter Santo André morrido crucificado
em Patras, na Acaia, no dia trinta de novembro. A ele está relacionada a Cruz
de Santo André em forma de X. Ao vê-la, antes do suplício, teria dito o apóstolo
:
‘Salve Santa Cruz, tão desejada, tira-me do
meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre; de ti receba O que por ti me
salvou!’
Todos
se admiravam da coragem e da alegria que se estampava no rosto do apóstolo
mártir, quando se entregou aos algozes fixado à cruz, permanecendo dois dias
nesta posição, orando, aconselhando e orientando aos seus. Uma piedosa mulher
de nome Maximila retirou da cruz o corpo do apóstolo sepultando-o com muita
honra.
Depois
das perseguições romanas, as relíquias do Santo foram transportadas para
Constantinopla e, pelo ano 1460, transferidas para Amalfi e Roma. Mais
recentemente, o Papa Paulo VI, desejando simbolizar a união de fraternidade com
a Igreja Ortodoxa, devolveu as relíquias de Santo André à Igreja de
Constantinopla.’
Fontes :
* Artigo na íntegra de http://www.diocesesantoandre.org.br/newsite/?page_id=6588Konings, J – ‘Espírito e Mensagem da Liturgia Dominical’ – Ed. Vozes, 1986.
Carvajal, Francisco F, ‘Falar com Deus’ – Ed. Quadrante, 1993.
Donadeo, Madre Maria, ‘O Ano Litúrgico Bizantino’ – Ed. Ave Maria.
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