sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O ADVENTO DE JESUS

Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)


Ave Maria, cheia de graça!
Botticelli, Metropolitan Museum of Art, New York, USA
          

Este artigo foi gentilmente cedido por Dom João Evangelista Kovas, OSB, monge beneditino do Mosteiro de São Bento de São Paulo. 


          'No dia 20 de novembro, 34º Domingo do Tempo Comum, comemoramos na Igreja a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. Com ela encerra-se o calendário litúrgico do corrente ano, com todo o seu ciclo de celebrações, o qual nos ajudou a refletir sobre a totalidade do mistério de Jesus Cristo, revelado aos homens pelo Pai e motivo de nossa salvação. Deus desceu até os homens, humilhando-se, para comunicar-nos seu plano de amor. Essa aproximação de Deus não poderia ser mais bem expressa, senão pela encarnação do Filho eterno do Pai, Jesus Cristo Nosso Senhor. Ele veio para salvar-nos e para isso passou pela morte humilhante na cruz e ressuscitou, inaugurando uma nova criação: os homens libertos do pecado são feitos filhos de Deus.
Por isso, a Epístola de São Paulo aos Filipenses proclama:
Jesus Cristo, sendo Deus, não se valeu de seu direito divino, mas se despojou a si mesmo, tomando a forma de escravo, assemelhando-se aos homens; reconhecendo-se homem, abaixou-se, tornando-se obediente até a morte e morte sobre a cruz. Por isso, Deus o elevou sobremaneira e lhe conferiu o nome que está sobre todo nome, a fim de que ao nome de Jesus todo joelho se dobre, nos céus, sobre a terra e sob a terra, e que toda a língua proclame que Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai. (Fl 2,5-11).
Esse é o motivo pelo qual celebramos no último domingo do ano litúrgico a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo. Jesus é restabelecido à direita do Pai, com toda soberania que tinha desde a criação do mundo. Humilhou-se, é verdade, para nossa salvação, agora o Pai o sobreleva acima de toda criatura.
No domingo seguinte à solenidade do Cristo Rei, inicia-se o novo ano litúrgico com o Tempo do Advento, ou seja, o tempo de preparação para o Natal do Senhor, quando um novo começo é anunciado para toda humanidade pelo nascimento do pequenino de Belém.
A palavra “advento” significa vinda. É um tempo para refletir sobre a vinda de Jesus. Diz-se de três adventos, três vindas. O primeiro é o advento de Jesus em sua encarnação no seio da Virgem Maria. O anunciado de todos os profetas, o messias que deveria vir ao mundo por meio de Israel, nasceu em Belém, cumprindo a profecia. Por isso, ao longo desse tempo fazemos a leitura na liturgia das antigas profecias que falam do messias.
O segundo advento é a sua vinda prometida por Jesus para o fim da história. No fim dos tempos, Jesus voltará em sua glória, para manifestar a todas as nações, sem sombra de dúvida, sua soberania. Esse é o momento final da história humana, quando todos ressuscitarão: uns para a glória de Deus, outros para a ignomínia eterna, porque não se acharam dignos de estarem na presença de Deus por causa de seus atos malsãos.
A terceira vinda diz respeito à própria vida de fé. Em todos os momentos que invocamos o nosso Deus, temos comunhão com Cristo. Jesus vem até nós para nos conceder a sua graça, para nos animar no caminho certo. É ele quem nos promete isso, dizendo que estará conosco até o fim dos tempos (cf. Mt 28,16-20). Felizes aqueles que se alegram com essa terceira vinda, a vinda cotidiana de Cristo até nós, porque não têm nada para temer a respeito da segunda vinda e é especialmente convidado a compreender com amor e profundidade o mistério da primeira vinda.
Assim, a liturgia nos prepara sabiamente a celebrarmos dignamente o Natal do Senhor. Feliz os fiéis que participarem da liturgia nesse tempo, com muita fé e devoção, porque será contemplado com muitas graças. Será purificado pela esperança feliz que é Jesus para nós. Ele veio, vem e virá para nos abençoar a todos.'


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