Apresentado no III ENOB - Encontro Nacional dos Oblatos Seculares da Congregação Beneditina do Brasil,
em outubro de 2011, na Cidade do Salvador, Bahia, por Dom Filipe da Silva,
Introdução
Recente notícia divulgada no meio virtual fez a
seguinte projeção: no mais tardar, em cinco décadas, o mundo, globalmente
considerado, chegará quase que completamente no ateísmo ou ao indiferentismo
religioso.
Existe algum equívoco nesta informação. São fatos
atuais um crescimento do Islamismo e um novo olhar para o Budismo; um inegável
amento dos evangélicos; um vivo interesse por exercícios de concentração e
filosofias das mais variadas, em troca da religião tradicional; triplicou o
turismo religioso, etc.
Como quer que seja, a notícia provoca um
questionamento. Será que o homem do nosso tempo está abdicando do necessário
cuidado da vida interior através da Religião? Logo
hoje, onde mais do que outrora, ele preocupa-se com sua aparência e sua
alimentação saudável, com o meio ambiente e a ecologia? Por que está
renunciando ao cuidado da alma e da vida interior?
Na verdade, a flutuação na procura religiosa hoje e o
crescente indiferentismo, como decorrência da maneira subjetiva de como nosso
tempo se relaciona com o sagrado, aponta ainda para outra realidade. Há uma
grande inquietação no interior do homem que tem dentro de si um vazio do
tamanho de Deus-vazio cada vez mais preenchido por muitas pessoas, coisas,
entretenimento e cada vez menos Deus!
Estará em crise
a interioridade? Sim, a vida espiritual passa por uma crise,
inclusive na vida da Igreja e na vida religiosa consagrada por estar sendo
cultivada em perspectiva mais humana e natural do que sobrenatural.
Ademais, a vida interior que foi sinônimo de vida
espiritual, hoje tende a ser vista ou vivida de modo mais exterior, para
fora. Assim como o
universo, depois da explosão inicial, nós também estamos em fase de expansão e
de afastamento do centro.
Estamos constantemente de saída para o exterior,
visível e o múltiplo através das
cinco portas que são os nossos sentidos. Esta saída pode ser pelas exigências
mesmas da vida pós-moderna, a causa básica da crise espiritual que vive o homem
de hoje.
Daí a necessidade de, sob o olhar de Deus e assistidos
pelo Espírito Santo – vida espiritual, significa vida animada pelo Espírito –
retornarmos ao silêncio e ao recolhimento, para assim chegarmos ao
secreto do coração. É
preciso, no dizer de Santo Agostinho, voltar ao coração: “Voltai ao coração, reentrai em
vosso coração! Para onde quereis ir distantes de vós mesmos? Por que vos colocais em estradas
desertas? Deixai este
caminho que vos conduz fora do rumo, voltai ao Senhor! Primeiro entra em teu coração,
tu que te tornastes estranho a ti mesmo por tanto vaguear, porque aí se
encontra a imagem de Deus”. (In
Ioh.Ev. 18,10).
Como se vê, Santo Agostinho fala de uma vida fora de
nós. É através do cultivo da interioridade que voltaremos ao centro da vida
cristã, a Pessoa de Jesus Cristo – cristão vem de Cristo – ou nunca sairemos
dele. Só no exterior, em
estradas desertas e fora de rumo, corremos o perigo mostrado por Jesus: “Com efeito, que aproveita ao homem
ganhar o mundo inteiro, se ele se perder ou arruinar a si mesmo? (Lc. 9,25).
Nas linhas seguintes refletiremos sobre a
interioridade hoje. Após a apreciação de alguns breves aspectos do nosso tempo
e do tempo após o Concílio do Vaticano II, olharemos para o exercício da mesma
a partir de Jesus, da Tradição e dos Santos.
O Nosso Tempo
O mundo atual apresenta várias características novas,
sobretudo depois da II Grande
Guerra (1914), que desde então passaram a influenciar e a alterar sobremaneira
a vida e as relações humanas em geral.
Proféticas as palavras do Papa Bento XV (1914 – 1922) ao então Abade Primaz da nossa Ordem
Beneditina Dom Fidelis Von Strotzingen, quando do
início da II Guerra Mundial: “Com a guerra que acaba de iniciar-se está começando um tempo novo. O mundo em que nascemos está por
terminar. Virá novo e total reacerto político, econômico, filosófico; uma
ruptura análoga à da época de São Bento, quando da ruína do mundo antigo nasceu
a Idade Média Cristã.” (Cf.
Benedictina 1,1947,5).
O Papa estava certo, pois o reacerto aconteceu. Diz o
Documento de Aparecida que a mudança pela qual passa o mundo é mais profunda do
que possa parecer, está atingindo mesmo o âmago da atual civilização. Afirma
que nesta “mudança de época e de civilização, se dissolvem a concepção integral
do ser humano, sua relação com Deus e com o mundo. Está em curso a gestação de
uma nova civilização, com características novas, que comportam aspectos
positivos e também outros aspectos que
desafiam os vários campos da vida (n.
63 s).
Além do racionalismo do ceticismo, do ateísmo, do
subjetivismo e do agora crescente indiferentismo, são percebidas as marcas do
novo tempo. O imediatismo, que fragiliza a capacidade da sociedade em esperar p
desenrolar natural da vida e dos acontecimentos – tudo tem que ser logo! A globalização, processo
centrado no econômico que afeta o mundo todo, no qual aparece o domínio da
ciência e da tecnologia, criando aspirações nem sempre necessárias e
incentivando o consumismo. A
abundância da informação cada vez mais ao alcance de todos, sobretudo pela
internet. Esta, nem sempre confiável, pode prejudicar a capacidade de reflexão
e o espírito crítico; cresceu a informação, não a formação.
É notório que tal contexto vem influenciando os vários
domínios da nossa civilização, também o âmbito religioso, sobretudo na procura
espiritual e na relação com o sagrado. É
fato concreto no âmbito vocacional: os jovens
que procuram os seminários e as casas religiosas hoje, chegam com sinais deste
novo tempo, sinais que precisam passar por uma conversão, a fim de que sejam vividos com fruto na nova vida.
O tempo Pós-Conciliar
Sabemos que ganhou vida e caminho a idéia Conciliar de
uma Igreja para o mundo. Este
princípio, direta ou indiretamente, ocasionou uma série de situações, boas e
delicadas, que ainda hoje oferecem desafios ao caminhar da Igreja.
Tal princípio de uma Igreja para o mundo fez que, às
vezes, o ideal antigo de “fuga do mundo” fosse substituído pelo ideal de “fuga
para o mundo”.
Outro aspecto foi priorizar em demasia a urgência pelo
social. Claro que tal preocupação
é um valor positivo do
nosso tempo, mas se não for reequilibrado, pode acentuar a projeção para o
exterior e para a despersonalização do homem. Não
podemos esquecer de que o homem interior e o interior do homem têm necessidade
de libertação e alimento espiritual, sem os quais ele pode perecer e sucumbir.
Há ainda um fato muito sutil. O Papel da interioridade
cristã tem sido assumido pela Psicologia e pela Psicanálise. Não podemos negar
que elas são importantes e por vezes necessárias como ferramentas de apoio à
vida religiosa. Contudo, se limitar a vida da alma ao inconsciente do homem e à
sua subjetividade, prescindindo de sua íntima ligação com Deus, elas poderão
ocasionar mais confusão do que solução para o interior.
Por fim, continua viva a procura por filosofia
religiosa e métodos de meditação orientais com o objetivo de chegar ao fundo da
alma, levando ao que chamam de introversão. Não fica claro se este fundo da alma
pertence à realidade de Deus ou à do Eu, e assim o conteúdo da interioridade
cristã fica reduzido a uma espécie de técnica de concentração e meditação, mais
do que a um encontro com Cristo vivo no coração.
Refletindo
O acima exposto leva-nos a constatação de que os
acontecimentos depois da II Grande Guerra e do Concílio Vaticano
II, influenciaram no caminho e no exercício da espiritualidade, levando o
homem a encontrar mais a si mesmo do que a Deus.
O que fazer? É
urgente voltar a falar de interioridade, redescobrir seu gosto, retomá-la a
partir da Palavra de Deus e da Tradição, e à luz, reencontrar o elemento vital
que o ocorrer dos anos foi abolindo. A
nossa vida e o nosso tempo, a vida da Igreja e a religiosa em geral, têm
necessidade de uma primavera espiritual que nos leve a uma nova floração na
vida interior.
Fácil constatar que vivemos numa civilização toda
projetada para o exterior, para fora! O
homem envia suas sondas até a periferia do sistema solar e ignora aquilo que
está em seu próprio coração. Hoje, não se consegue viver, trabalhar,
estudar, caminhar, (rezar?), sem
ruído de vozes ou de música ao redor – há uma espécie de medo do silêncio que
leva ao atordoamento.
Vale lembrar que a Filosofia propaga a necessidade de
cultivo da interioridade. Platão e seu discípulo Plotino falam do valor do
recolhimento. O primeiro convida-nos a recolher-nos em nós mesmos,
concentrar-nos afastando-nos da
dispersão Fo mundo e do nosso próprio corpo (Fédon,
67 c; 83 a). O segundo, Plotino,
tomando e desenvolvendo o programa do mestre, fala no Tratado sobre o Bem e o
Uno, de um “entrar
silenciosamente no isolamento e num estado que já não conhece perturbações,
entrar no interior, nos íntimos recônditos de si mesmo” (Enéadas, IX,9,9) . Que sutis intuições da
interioridade saídas da pena de dois pagãos!
Jesus : nosso modelo de vida interior!
Contudo, não é a Filosofia grega ou a de qualquer
tempo, que nos apresenta o caminho da interioridade ideal, mas, sim, o próprio
Jesus. Foi justamente seu desejo renovar a religiosidade judaica, muitas
vezes encerrada em ritualismos e legalismos, centrando-a num relacionamento
íntimo e vital com Deus.
Jesus, antes de sair ao encontro de todos e de tudo,
se recolhia para ficar com o Pai. Impressiona o quanto Ele rezava (Lc 1,49; 2,19; 2,51; 3,21; 6,12; 9;28; 22,41;-44); recolhia-se para rezar, inclusive de madrugada (Mc 1,35;6,466; Lc 5,16); como também
ensinou a rezar (Lc 11,1), e ainda recomendou o ideal da oração
contínua (Lc 18,1).
Homem de vida profundamente interior, Jesus não se
cansa de chamar de volta para o segredo do coração, lugar onde se opera o
verdadeiro contato com Deus e com sua vontade, contato do qual depende o valor
de qualquer ação: “ Quando
orardes entra no teu quarto e, fechando a porta, ora ao teu Pai que está lá, no
segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará” (Mt 6,6). Percebe-se o quanto Ele
mesmo cultivava esta realidade para manter-se unido ao Pai.
Jesus, a Tradição e os Santos
A TRADIÇÃO, refletia em muitos Padres e Santos da
nossa Igreja, soube beber na fonte apresentada por Jesus. Ela, a Tradição,
acentuou com extraordinária lucidez, que reentrando em si mesmo o homem
encontra Deus e não um deus genérico e impessoal, mas o Deus revelado em
Cristo. Não encontra o espírito, mas
o Espírito Santo.
Esta última revelação é a profunda e decisiva,
pois sem a ação do Espírito
em nós, qualquer procura espiritual ou vivência interior, certamente levará o
homem ao encontro de si mesmo, e não ao Deus que o criou. Encontrará um deus
por ele criado para preencher suas necessidades religiosas pessoais. Isto é
muito sério para a vida espiritual!
Não se pode construir e exercitar uma vida interior
dialogando com um deus criado por nós. Cedo ou tarde o equívoco será traduzido em desânimo, falsas
piedades, ativismo espiritual, sacerdócio estéril, abandonados. Ora, como é possível obter respostas
ou consolações para as inquietações do coração e da alma, de um deus que criamos?
Nesta perspectiva, os Padres e os Santos têm muito a
nos ensinar.
SANTO AMBROSIO, ao comentar o texto de Mt 6,6, onde Jesus convida a
entrar no próprio quarto e fechar as portas para rezar ao Pai, disse: Este quarto não é só o
quarto cercado de paredes; é também o
quarto que está em ti mesmo, no qual se fecham os teus pensamentos e no qual
habitam os teus afetos” (De
Caim et Abel, 19).
SANTO AGOSTINHO, por sua vez, exorta num texto já mencionado: “Na interioridade do homem
habita Cristo” (In
Ioh. Ev. 1810). Ora,
esse pensamento não vem de Plotino, mas de São Paulo, que tinha falado de
Cristo que habita pela fé em nossos corações (cf. Ef 3,17). Quando chegamos ao centro, ao
coração, encontramos não um ponto, não uma unidade impessoal, mas um
“tu”: Jesus Cristo! Da
interioridade pagã à cristã o salto é infinito. O homem, voltando a si mesmo,
não encontra só a si mesmo, o seu eu, mas encontra o Outro por
excelência, Deus, razão de
sua existência.
NOSSO PAI SÃO BENTO, fugiu da exterioridade e se refugiou na gruta de
Subiaco para aí habitar consigo mesmo sob o olhar de Deus. A partir do seu encontro pessoal com o
Senhor, surgiram seus mosteiros como grutas espalhadas pelo mundo apontando
para o caminho da atenção a Deus. A vida monástica não tem outro fim, a não ser
dar atenção a Deus, nada antepondo ao amor de Cristo!
Ele chama de “Arte
Espiritual” o seu programa de vida s monástica, ou seja, arte de crescimento no
Espírito. Esta arte recorre a instrumentos múltiplos, enunciados no decorrer do
capítulo 4º, instrumento que hão de ser aplicado “incessantemente, dia e noite, e
devolvidos no dia do juízo” (RB
4,75). Por conseguinte,
nosso pai designa seu discípulo como operário perito em arte espiritual,
experimentado na vida interior.
Sua Regra é um convite à vida interior (Prol; 4,20;
4,55; 4,56; 19; 20; 52). Impressiona
no cap. 48, sobre o trabalho manual cotidiano, ele mencionar sete vezes (versículos 1.4.10.13.14.17.22) a necessidade da leitura espiritual, a
Lectio Divina, como meio de interiorizar a Palavra de Deus e cultivar a vida
espiritual.
Ao mesmo tempo em que a nossa civilização suspeita da
Igreja e da religião institucionalizada, talvez não muito dos mosteiros. Existe
ainda certa confiança em que mosteiro se pode descobrir e contemplar o mistério
de Deus. Esta confiança aumenta em nós filhos e filhas de São Bento, a
responsabilidade de fazermos de nossos mosteiros lugares de vida interior,
espaço onde Deus e seu Filho Jesus Cristo possam ser percebidos em cada um de
nós, em nossos rostos, em nossas vidas, no nosso te algumas orações e voltamos todas
as noites para dormir. Deve ser um lugar de ressurreição onde nos ajudamos a
nos fazer novos”. (Timothy
Radcliffe).
Ao enviar seus frades pelo mundo, SÃO FRANCISCO DE ASSIS assim falava: “Nós levamos
sempre conosco um eremitério para onde quer que vamos; e toda a vez que o quisermos podemos,
como eremitas, recolher-nos nesse eremitério. O irmão corpo é o eremitério e a
alma o eremita que ali vive para suplicar a Deus e meditar” (Leg. Perug. FF 1,636). Mostra-nos deste modo, a antiga idéia
da cela interior que cada um traz consigo mesmo, na qual é sempre possível
retirar-se em pensamento para reatar o contato vivo com a Verdade que habita em
nós.
Duas Carmelitas falam com muita propriedade deste
encontro com Deus no interior. No seu Castelo
interior, um
dos melhores frutos da doutrina cristã sobre a interioridade, SANTA TERESA D’AVILA concebe a alma como um castelo de
sete andares. Estes são os graus de consciência pelos quais temos de passar, através da
introspecção, até chegarmos ao centro, onde se dá a plenitude do encontro com o
Amado da alma.
Foi o que aconteceu com Santo Agostinho: “Tu
estavas dentro de mim e eu fora de ti, e te procurava aqui em baixo,
atirando-me infame sobre essas formas de beleza que são tuas criaturas” (Conf., X, 27). Quantos deveriam repetir essa amarga
confissão “Tu estavas dentro de mim, mas eu estava fora”, prisioneiro do
“Castelo Exterior”, onde
é possível, e hoje constataremos que sim, alguém fechar-se nele, fechar-se fora de casa e de si mesmo,
incapaz de entrar, refém da exterioridade.
A bem–aventurada ELISABETE
DA TRINDADE revela com estas palavras de excepcional simplicidade seu
encontro com o Senhor: “Encontrei o paraíso na terra, porque o
paraíso é Deus e Deus está no meu coração. Deus
em mim e eu nele” (Lettera 107, a madame de Sourdon).
Após a cerimônia da consagração da Igreja de
Montecassino: “Hoje
estamos vivendo num mundo que parece tomado por uma febre que se infiltra até
no santuário e na solidão. As pessoas não conseguem recolher-se. Hoje a
excitação, o barulho, a ansiedade, a exterioridade, a multidão, ameaçam a
interioridade do homem; falta-lhe o silêncio, a ordem a oração, a paz,
falta-lhe ele mesmo. São
Banto volte para ajudar-nos a recuperar a vida pessoal, da qual hoje temos
desejo, e que o progresso da vida moderna frustra enquanto o torna consciente”
. Não é demais lembrar que o hoje do Papa tem quase 50 anos!
Consideração Final
A interioridade é o caminho para uma vida cristã
autêntica. A história do filho pródigo (Lc
15,17) ilustra como é
importante entrar em si mesmo. Reviu sua vida, preparou as palavras que haveria
de dizer e pôs-se a caminho rumo à casa paterna. Sua conversão realizou-se
antes de ele se levantar, no momento em que “ entrou em si mesmo”. A conversão exterior foi
precedida pela interior e recebeu desta o seu valor. Quanta fecundidade neste entrar em si mesmo!
Para que a interioridade seja realidade em nossa
jornada precisamos mais do que recolhimento, introspecção, concentração. É necessário deixar-nos guiar pelos
dons do Espírito Santo. Estes
passaram a habitar nossas almas a partir do nosso Batismo, dons plenificados no
Sacramento da Confirmação, em vista da nossa santificação.
Portadores, pois, do Espírito Santo e seus dons, que
ajudam em nosso crescimento e progresso espiritual, somos convidados a viver
segundo o Espírito que habita em nós (cor 12,3b-7. 12-13). Conhecemos os seus frutos: “amor,
alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gl 5,22-26), frutos que brotam da árvore da vida
interior, quando nutrida pelo mesmo Espírito.
Deixemo-lo guiar nossa vivência interior, para assim
conduzir nossa santificação, ocasionar os momentos de adoração a Deus e
possibilitar o crescimento de Jesus dentro de nós. Foi este o desejo de João
Batista: “É preciso
que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
Busquemos a Deus não por necessidades emocionais,
desencontros existenciais, falta de opções ou porque Ele é importante para
nossas vidas. Procuremos a
Deus e o adoremos unicamente em atenção a Ele (Sl 94). O importante não é que em Deus seja
válido para nós, mas que em
Deus encontremos a revelação de tudo o que é verdadeiramente valioso, o norte
da nossa existência. Temos
a constante necessidade de criar em nossas vidas espaços vazios para Ele e o
mistério de sua presença - o cultivo da interioridade, pela ação do
Espírito Santo em nós, é o melhor
caminho!
Fonte :
*Dom
Filipe da Silva, OSB, então Abade do Mosteiro de São Bento de Olinda, PE,
desde agosto de 2006.
Matéria também publicada pela Revista Beneditina –
Julho-Setembro 2011 - editado pelas monjas beneditinas do Mosteiro da Santa
Cruz – Juiz de Fora/Minas Gerais
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