sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A PERMANÊNCIA NA CELA

Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)


CARTA ESCRITA PARA WINNIE MANDELA, POR NELSON MANDELA DE SUA CELA AO TEMPO DE SUA  PRISÃO


TEM A RECORRENTE NOS APOFTEGMAS DOS PADRES DO DESERTO DESDE OS   PRIMEIROS SÉCULOS E   SENDO ATUAL ATÉ NOSSOS TEMPOS.

(Material gentilmente cedido pela Profª. Doutora Alina  Torres Monteiro da Faculdade de São Bento) 


Abba Moisés – 6

Um irmão foi a Cétia procurar o Abba Moíses e pedir-lhe uma palavra.

Disse o ancião: “Vai, senta-se em tua cela, e tua cela te ensinará tudo”



.... a cela é um lugar ideal para aprendermos a nos conhecer, para se vasculhar realística e regularmente os processos da mente e dos sentimentos. Ao avaliarmos nosso processo como indivíduos, tendemos a nos concentrar em fatores externos, como posição social, influência e popularidade, riqueza e nível de instrução. Certamente são dados importantes para se medir o sucesso nas questões materiais, e é perfeitamente compreensível que tantas pessoas se esforcem tanto para obter todos eles. Mas os fatores internos são ainda mais decisivos no julgamento do nosso desenvolvimento como seres humanos. Honestidade, sinceridade, simplicidade, humildade, generosidade pura, ausência de vaidade, disposição para ajudar os outros – qualidades facilmente alcançáveis por todo indivíduo – são os fundamentos da vida espiritual. O desenvolvimento de questões dessa natureza é inconcebível sem uma séria introspecção, sem o conhecimento de nós mesmos, de nossas fraquezas e nossos erros. Pelo menos – ainda que seja a única vantagem – a cela de uma prisão nos dá a oportunidade de examinarmos diariamente toda a nossa conduta, de superarmos o mal e desenvolvermos o que há de bom em nós. A meditação diária, de uns 15 minutos antes de nos levantarmos, é muito produtiva nesse aspecto. A princípio, pode ser difícil identificar os aspectos negativos em sua vida, mas a décima tentativa pode trazer valiosas recompensas. Não se esqueça de que os santos são pecadores que continuam tentando.
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Texto extraído de carta  para Winnie Mnadela, escrita por Nelson Mandela, na prisão de Kroonstad, datada de 1º de fevereiro de 1975 

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