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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Cânticos de fé e esperança: uma riqueza do Evangelho de Lucas

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)        

 
Quando lemos o texto, à luz da análise narrativa, percebemos como discursos são recursos literários muito usados pelo narrador, para dizer, pela boca de importantes personagens, sua mensagem

*Artigo de Felipe Magalhães Francisco,

 teólogo

‘O Evangelho de Lucas é uma preciosidade. Bastante parecido, no esquema e no conteúdo, com os outros dois primeiros evangelhos, o de Mateus e o de Marcos, Lucas consegue manter uma originalidade bastante interessante : tem uma catequese própria e conservou tradições primitivas que os outros evangelistas provavelmente optaram por não conservar. 

O evangelista Lucas não foi discípulo ocular de Jesus : foi educado na fé por Paulo, de quem era companheiro de viagem. A riqueza da mensagem lucana revela como Lucas bem assimilou a experiência de fé e, com criatividade, tornou-se um eminente educador da fé.

Antes de se converter ao discipulado de Jesus, como membro do Caminho - maneira como, nos Atos dos Apóstolos Lucas chama a comunidade cristã -, o evangelista era pagão. Esse detalhe não é uma informação qualquer. Quem lê com atenção os escritos lucanos percebe como ele é inteirado da tradição judaica, como conhece a fé e os costumes de Israel e como é profundo conhecedor da Escritura Sagrada. Sem dúvidas, facilmente seria confundido com um bom judeu. 

Tudo isso só revela o quanto a convivência com Paulo foi frutuosa em seu itinerário de iniciação à fé, de modo que pôde interpretar a tradição judaica, para nela discernir o evento cristão, de uma maneira bastante aberta. Além disso, Lucas soube, muito bem, como dialogar com o mundo de sua época, a fim de ser coerente com a mensagem nuclear de seu evangelho : a salvação é para todos e todas!

No Dom Especial desta semana, nós lançamos o olhar para um ponto bastante específico no Evangelho de Lucas : os três cânticos que compõem a narrativa. Quando lemos o texto, à luz da análise narrativa, percebemos como discursos são recursos literários muito usados pelo narrador, para dizer, pela boca de importantes personagens, sua mensagem. 

Dessa forma, atentarmo-nos para os três cânticos, que são como que discursos, faz-se importante para apreender a mensagem catequética - no caso, a teologia - que o texto propõe. Os três artigos que compõem nosso Especial buscam, de maneira criativa e atual, ler essa teologia, de modo a nos ajudar a refletir sobre pontos importantes para a vida e missão cristã.

No Evangelho, os três cânticos são colocados na boca de personagens que representam a primeira Aliança, e que aguardavam, ansiosos, o cumprimento da salvação, prometida por Deus : Maria, Zacarias e Simeão. No primeiro artigo, Magnificat : o cântico profético e libertador de Maria, Rodrigo Ferreira da Costa reflete sobre o canto-grito de libertação dos empobrecidos e empobrecidas, pela mão bondosa e compassiva do Senhor, que não frustra a esperança de seu povo. Fabrício Veliq reflete, no artigo Benedictus : salvação e paz como promessa de Deus, sobre a personalidade companheira de Deus, que caminha junto a seu povo, trazendo luz para o caminho e cumprindo a promessa de paz. Por fim, refletindo sobre o terceiro cântico, Francisco Thallys Rodrigues, no artigo Louvar a Deus em nossa vida, chama a atenção para a sensibilidade de se perceber, com gratidão, a ação salvífica de Deus em nosso meio. Boa leitura!’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://domtotal.com/noticia/1478200/2020/10/canticos-de-fe-e-esperanca-uma-riqueza-do-evangelho-de-lucas/


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

São Lucas, Evangelista

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

  
Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, do qual se tornou inseparável e fiel companheiro de missão. Colaborador no apostolado, o grande apóstolo dos gentios em diversos lugares externa a alta consideração que tinha por Lucas, como portador de zelo e fidelidade no coração. Ambos fazem várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco-romano. Tornou-se excepcional para a vida da Igreja por ter sido dócil ao Espírito Santo, que o capacitou com o carisma da inspiração e da vivência comunitária, resultando no Evangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos.

No Evangelho segundo Lucas, encontramos o Cristo, amor universal, que se revela a todos e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o ‘bom’ ladrão e conta as lindas parábolas do pai misericordioso e do bom samaritano. Nos Atos dos Apóstolos, que poderia também se chamar Atos do Espírito Santo, deparamos com a ascensão do Cristo, que promete o batismo no Espírito Santo, fato que se cumpre no dia de Pentecostes, e é inaugurada a Igreja, que desde então vem evangelizando com coragem, ousadia e amor incansável todos os povos.

Uma tradição – que recolheu no séc. XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do séc. VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no séc. IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria; e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria : o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração. Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, ‘médico queridíssimo’. Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que ‘Lucas é o único companheiro’ na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado. O historiador São Jerônimo afirma que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos : ‘Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz’. É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4,14) : ‘Saúda-vos Lucas, nosso querido médico’.

São Lucas, rogai por nós!’ .


Fonte   :
* Artigo na íntegra de http ://santo.cancaonova.com/santo/sao-lucas-uma-figura-simpatica-do-cristianismo-primitivo/

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

São Lucas, Evangelista

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



A Liturgia da Horas e a reflexão no dia de São Lucas, Evangelista : 


 Ofício das Leituras 

Primeira leitura
Dos Atos dos Apóstolos 9,27-31; 11,19-26

 A Igreja, assistida com a consolação do Espírito Santo 

Naqueles dias: 9,27Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado, em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco. 28Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo. 30Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesaréia, e dali o mandaram para Tarso.
31A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo.
11,19Aqueles que se haviam espalhado por causa da perseguição que se seguiu à morte de Estêvão chegaram à Fenícia, à ilha de Chipre e à cidade de Antioquia, embora não pregassem a Palavra a ninguém que não fosse judeu. 20Contudo, alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a pregar também aos gregos, anunciando-lhes a Boa-nova do Senhor Jesus. 21E a mão do Senhor estava com eles. Muitas pessoas acreditaram no Evangelho e se converteram ao Senhor.
  
22A notícia chegou aos ouvidos da Igreja que estava em Jerusalém. Então enviaram Barnabé até Antioquia. 23Quando Barnabé chegou e viu a graça que Deus havia concedido, ficou muito alegre e exortou a todos para que permanecessem fiéis ao Senhor, com firmeza de coração. 24É que ele era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. E uma grande multidão aderiu ao Senhor. 25Então Barnabé partiu para Tarso, à procura de Saulo. 26Tendo encontrado Saulo, levou-o a Antioquia. Passaram um ano inteiro trabalhando juntos naquela Igreja, e instruíram uma numerosa multidão. Em Antioquia os discípulos foram, pela primeira vez, chamados com o nome de cristãos.
 

Fonte :
‘In Liturgia das Horas IV’, pg. 1391 a 1392