Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Nilton Cesar Boni, cmf
‘Tiago, cuja origem do nome é Iákobos (Jacó),
era irmão de João, filho de Zebedeu e pertencia ao grupo dos três discípulos
privilegiados na comunidade apostólica que sempre estavam com o Senhor nos
momentos mais inéditos, como, por exemplo, na cena da transfiguração no monte
Tabor e na hora da agonia no Getsêmani.
Na convivência com o Mestre foi experimentando as
alegrias e as contradições do Reino de Deus, vendo com os próprios olhos as
humilhações que Jesus passava em obediência ao Pai. Teve a oportunidade de
amadurecer na fé e entender que o Messias esperado não seria um rei aos moldes
do povo, mas um crucificado cuja glória se daria na participação de nossas
dores.
Certamente, o momento decisivo para Tiago foi no
dia de Pentecostes, quando ele entendeu seu chamado e missão diante dos apelos
do Evangelho. É nessa diáspora que o cristianismo começa a se espalhar e
provocar as nações, os governantes e suscitar um novo olhar redentor para as
comunidades que antes estavam sem um pastor e guia.
Por volta dos anos 40 da nossa era, o rei Herodes
Agripa, neto de Herodes, o Grande, começou sua perseguição aos membros da
Igreja (cf. At 12,1-2), mandando matar Tiago; no entanto, sabemos que esse
apóstolo se dedicou a evangelizar a Espanha, embora alguns historiadores digam
que somente o corpo de Tiago tenha ido para as terras ibéricas, chegando a
Compostela.
O fato é que Tiago foi o primeiro a beber o cálice
de Jesus, a ser cruelmente martirizado pelo testemunho de amor a Cristo. Papa
Bento XVI escrevia que ‘Podemos aprender muitas coisas de São Tiago : a
presteza em aceitar o chamado do Senhor, entusiasmo em segui-lo nos caminhos
que Ele nos indica, a disponibilidade para testemunhá-lo com coragem até o
sacrifício supremo da vida’.
Tiago é o apóstolo generoso que escutou a voz do
Cristo e caminhou ao lado da verdade sem negar a identidade do Mestre, sendo
fiel arauto do Evangelho e propagador de um caminho ascendente de transformação
na vida das pessoas. Isso é perceptível na jornada de Compostela, que atrai
milhares de peregrinos em busca de equilíbrio e encontro com o sagrado independente
de crenças.
O apóstolo se deixou ser transfigurado desde a
experiência do Tabor até a agonia de Cristo. Viu as lágrimas e o sangue de
Jesus e acolheu com sabedoria as incertezas, transformando-as em sólida
confiança.
A vocação desse grande seguidor de Cristo nos faz
refletir sobre nossa ação pastoral como batizados e tomar consciência de que
beber do cálice de Cristo é atitude de graça e salvação. Que nosso caminho de
descobertas seja amparado pela maior glória do Ressuscitado e sustentado pela
espera na consolação e na misericórdia. Dedicados como São Tiago às coisas do
alto sejamos promotores da dignidade e da liberdade tendo Cristo como Mestre e
Senhor.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/tiago-maior-o-peregrino-da-vida.html
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