Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo da redação da Vatican News
‘Somente morte e devastação sob os escombros da
vasta operação israelense em Shujaiya, um bairro da zona leste de Cidade de
Gaza. Cerca de sessenta corpos sem vida foram descobertos pela Defesa Civil da
Faixa de Gaza no momento em que tinham lugar as negociações no Catar e
prosseguiram no Egito sobre um cessar-fogo entre Israel e o Hamas e a
libertação dos reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro.
Dez meses de guerra
No décimo mês da guerra e após o anúncio das Forças
de Defesa de Israel (IDF) de que haviam concluído as operações lançadas em 27
de junho em Shujaiya, contra ‘terroristas’ e túneis de contrabando, o porta-voz
da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Basal, informou que agora na área ‘85% dos
edifícios estão inabitáveis’ e toda a infraestrutura foi ‘demolida’. Na
quarta-feira, as IDF ordenaram a evacuação de todos os residentes, cerca de 300
a 350 mil pessoas, de acordo com uma estimativa da ONU. Enquanto as operações
prosseguem no centro da cidade de Gaza e, em particular, na sede da Unrwa, onde
Israel acredita que se encontram membros do Hamas, o jornal alemão ‘Bild’
informou que o Ministério das Relações Exteriores de Israel enviou uma carta ao
comissário geral da agência da ONU para refugiados palestinos, Philippe
Lazzarini, listando os nomes de 108 funcionários da organização considerados
presumíveis terroristas da facção islâmica no poder em Gaza. Também há relatos
de ataques israelenses em Rafah.
Negociações em
andamento
Enquanto isso, na frente diplomática, as atenções
se voltaram na sexta-feira para o Cairo, onde o enviado da Casa Branca para o
Oriente Médio, Brett McGurk, continuou suas conversas com autoridades
israelenses e egípcias sobre a trégua, os aspectos de segurança relativos ao
acordo sobre os reféns e, em particular, a fronteira entre o Egito e Gaza, um
ponto em que a linha do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
permanece firme, pois ele visa ao controle israelense do Corredor Filadélfia
para impedir o contrabando de armas para o Hamas. Um sistema de vigilância
eletrônica estaria sendo discutido a esse respeito. Sobre o plano de
cessar-fogo, ‘ainda há diferenças a serem superadas, mas estamos progredindo’,
garantiu o presidente dos EUA, Joe Biden, na coletiva de imprensa de
encerramento da cúpula da Otan em Washington, no momento em que o conselheiro
de segurança nacional Jake Sullivan anunciava o desmantelamento do cais de US$
230 milhões que as forças armadas dos EUA construíram na costa de Gaza para
levar ajuda humanitária à população exausta pelo conflito. Nos últimos dias, a
equipe do Comando militar central tentou, sem sucesso, reposicionar a estrutura
flutuante, depois que o mar agitado forçou os operadores a removê-la para
evitar danos : o Pentágono falou de ‘problemas técnicos e relacionados ao clima’.
G7 condena política
israelense de assentamentos
De Washington, à margem da cúpula da Otan, saiu uma
posição dura do G7 sobre os assentamentos israelenses : os ministros das
relações exteriores declararam que se juntam ‘à ONU e à UE na condenação’ do
anúncio da legalização de ‘5 postos avançados’ na Palestina, conforme
denunciado nos últimos dias por ongs e ativistas. ‘Rejeitamos também a decisão
do governo israelense de declarar mais de 1.270 hectares na Cisjordânia como
'terra estatais' e de expandir os assentamentos existentes na Cisjordânia com
5.295 novas unidades habitacionais e estabelecer três novos assentamentos’, diz
a nota, pedindo que ‘o governo israelense revogue a decisão’ e descrevendo o
programa de assentamentos como ‘incompatível com a lei internacional e
contraproducente’ para a paz.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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