Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Ao contemplarmos o primeiro
mandamento da lei de Deus no artigo anterior, abordamos os meios que
possibilitam amar a Deus em primeiro lugar. Tendo feito essa reflexão agora é
hora de analisar que só ama a Deus em primeiro lugar e sobre todas as coisas
quem inclina seu coração a Ele.
Temos de convir que o coração é um órgão vital, ou
seja, essencial na conjuntura dos órgãos que formam o ser humano. Por exemplo,
você pode viver sem as amígdalas, sem a vesícula ou o apêndice, mas sem coração
ninguém consegue sobreviver. De igual forma, o amor a Deus é crucial para que
viva e prossiga decididamente na caminhada. Há jovens que dizem : ‘Eu não vou à
Igreja e sou feliz. Estudo, trabalho, tenho o que eu quero, para que rezar e
buscar a Deus?’. Acham que o coração é para ser inclinado às coisas do mundo e
ao seu bel prazer. Enganam-se, porque se inclinar o coração a isso fosse
sinônimo de um verdadeiro amor e felicidade não existiriam pessoas tão
infelizes, sem contemplar a beleza da vida. Amar a Deus é o princípio do saber,
como assegura a Sagrada Escritura. É sábio quem inclina o coração a Ele.
A conversão é um processo de toda a vida, que nunca
pode parar, visto que em todo o tempo se é desafiado a não crer em Deus e,
consequentemente, não amá-lo. Há meios para aproximar-se de Deus e buscá-lo de
todo o coração. Dentre eles, destacam-se a adoração, a oração, o sacrifício e
promessas e votos, conforme apresenta o Catecismo da Igreja Católica : ’A
adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo
como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, amor
infinito e misericordioso. ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás
culto’ (Lc 4,8)’ (2096); já em relação à oração, diz que ‘é condição
indispensável para se poder obedecer aos mandamentos de Deus. ‘É preciso orar
sempre, sem desfalecer’ (Lc 18,1)’ (2098). Quem reza, aproxima-se de Deus e Ele
se deixa aproximar.
Quanto ao sacrifício, ‘É justo que se ofereçam a
Deus sacrifícios, em sinal de adoração e de reconhecimento, de súplica e de
comunhão : ‘Verdadeiro sacrifício é todo o ato realizado para se unir a Deus em
santa comunhão e poder ser feliz’’ (Catecismo da Igreja Católica, 2099).
Um sacrifício de coração sincero agrada a Deus. Em se tratando das promessas e
votos, além das promessas sacramentais, expressas no Batismo, Confirmação,
Matrimônio e Ordem, o cristão pode apresentar a Deus promessas pessoais, frutos
de seu coração, evidentemente sem negociar com Ele, mas, num ato de profundo
amor e reverência : ‘A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação
do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel’ (Catecismo
da Igreja Católica, 2101). Os votos, por sua vez, ‘são um ato de devoção,
no qual o cristão se oferece a si próprio a Deus ou Lhe promete uma obra boa.
Portanto, pelo cumprimento dos seus votos, ele dá a Deus o que Lhe foi
prometido e consagrado’ (Catecismo da Igreja Católica, 2102).
Ao buscar esses meios, os cristãos reconhecem que
Deus é Deus e a Ele se devem converter a fim de um dia ser salvos. São atitudes
eficazes para ter uma vida reta e totalmente dependente do Altíssimo, de modo a
não se deixar levar pela ideia de que se é feliz sozinho e que o coração deve
estar à deriva de suas próprias inclinações. Não! O coração deve estar
totalmente inclinado para Deus e reconhecê-lo naquilo que Ele é : soberano,
majestoso, glorioso, enfim.
Por fim, ao meditar sobre o primeiro mandamento da
lei de Deus, que seu coração conjugue o verbo amar em primeiro lugar para Ele e
assim saberá, de certo, que ‘onde está o teu tesouro aí estará também o teu
coração’ (Mt 6,21).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/o-amor-a-deus-implica-a-conversao-do-coracao.html
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