sábado, 6 de julho de 2024

O amor a Deus implica a conversão do coração

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
*Artigo do Padre Luiz Antônio de Araújo Guimaraes


Ao contemplarmos o primeiro mandamento da lei de Deus no artigo anterior, abordamos os meios que possibilitam amar a Deus em primeiro lugar. Tendo feito essa reflexão agora é hora de analisar que só ama a Deus em primeiro lugar e sobre todas as coisas quem inclina seu coração a Ele. 

Temos de convir que o coração é um órgão vital, ou seja, essencial na conjuntura dos órgãos que formam o ser humano. Por exemplo, você pode viver sem as amígdalas, sem a vesícula ou o apêndice, mas sem coração ninguém consegue sobreviver. De igual forma, o amor a Deus é crucial para que viva e prossiga decididamente na caminhada. Há jovens que dizem : ‘Eu não vou à Igreja e sou feliz. Estudo, trabalho, tenho o que eu quero, para que rezar e buscar a Deus?’. Acham que o coração é para ser inclinado às coisas do mundo e ao seu bel prazer. Enganam-se, porque se inclinar o coração a isso fosse sinônimo de um verdadeiro amor e felicidade não existiriam pessoas tão infelizes, sem contemplar a beleza da vida. Amar a Deus é o princípio do saber, como assegura a Sagrada Escritura. É sábio quem inclina o coração a Ele.

A conversão é um processo de toda a vida, que nunca pode parar, visto que em todo o tempo se é desafiado a não crer em Deus e, consequentemente, não amá-lo. Há meios para aproximar-se de Deus e buscá-lo de todo o coração. Dentre eles, destacam-se a adoração, a oração, o sacrifício e promessas e votos, conforme apresenta o Catecismo da Igreja Católica : ’A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como tal, Criador e Salvador, Senhor e Dono de tudo quanto existe, amor infinito e misericordioso. ‘Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’ (Lc 4,8)’ (2096); já em relação à oração, diz que ‘é condição indispensável para se poder obedecer aos mandamentos de Deus. ‘É preciso orar sempre, sem desfalecer’ (Lc 18,1)’ (2098). Quem reza, aproxima-se de Deus e Ele se deixa aproximar. 

Quanto ao sacrifício, ‘É justo que se ofereçam a Deus sacrifícios, em sinal de adoração e de reconhecimento, de súplica e de comunhão : ‘Verdadeiro sacrifício é todo o ato realizado para se unir a Deus em santa comunhão e poder ser feliz’’ (Catecismo da Igreja Católica, 2099). Um sacrifício de coração sincero agrada a Deus. Em se tratando das promessas e votos, além das promessas sacramentais, expressas no Batismo, Confirmação, Matrimônio e Ordem, o cristão pode apresentar a Deus promessas pessoais, frutos de seu coração, evidentemente sem negociar com Ele, mas, num ato de profundo amor e reverência : ‘A fidelidade às promessas feitas a Deus é uma manifestação do respeito devido à majestade divina e do amor para com o Deus fiel’ (Catecismo da Igreja Católica, 2101). Os votos, por sua vez, ‘são um ato de devoção, no qual o cristão se oferece a si próprio a Deus ou Lhe promete uma obra boa. Portanto, pelo cumprimento dos seus votos, ele dá a Deus o que Lhe foi prometido e consagrado’ (Catecismo da Igreja Católica, 2102). 

Ao buscar esses meios, os cristãos reconhecem que Deus é Deus e a Ele se devem converter a fim de um dia ser salvos. São atitudes eficazes para ter uma vida reta e totalmente dependente do Altíssimo, de modo a não se deixar levar pela ideia de que se é feliz sozinho e que o coração deve estar à deriva de suas próprias inclinações. Não! O coração deve estar totalmente inclinado para Deus e reconhecê-lo naquilo que Ele é : soberano, majestoso, glorioso, enfim. 

Por fim, ao meditar sobre o primeiro mandamento da lei de Deus, que seu coração conjugue o verbo amar em primeiro lugar para Ele e assim saberá, de certo, que ‘onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração’ (Mt 6,21).

 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://revistaavemaria.com.br/o-amor-a-deus-implica-a-conversao-do-coracao.html

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