Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Francisco Vêneto,
jornalista
‘Um dos maiores
clássicos da espiritualidade católica de todos os tempos é o livro ‘A Imitação
de Cristo’, escrito no século XV e atribuído ao padre alemão Thomas Hemerken,
mais conhecido como Thomas
de Kempis – Kempis é a forma latina do nome da sua cidade natal,
Kempen.
Originalmente voltado
aos clérigos de vida reclusa, o texto é um tesouro para todo e qualquer
católico, tanto que chegou a ser um dos livros mais traduzidos no mundo, com
milhares de cópias distribuídas pelas bibliotecas europeias mesmo antes da
invenção da imprensa. Para exemplificar a sua capacidade de impacto na alma de
uma pessoa, basta recordar que Santo Inácio de Loyola leu a obra durante o
tempo de retiro espiritual que passou em uma gruta de Manresa, na Espanha, e
foi esse texto que o inspirou a conceber os Exercícios Espirituais.
‘A Imitação de Cristo’
tem 4 partes, sendo as duas primeiras uma introdução à vida espiritual, a
terceira um diálogo entre Cristo e a alma e a quarta é toda focada na
Eucaristia.
Destacamos a seguir
os 5 conselhos cruciais que encontramos em ‘A Imitação de Cristo’, Livro 1,
Capítulo 1 :
1 |
Devemos dedicar o máximo esforço a imitar a vida e os costumes de Jesus
‘Quem me segue não
anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas
quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se
verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração.
Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo’.
2 |
Podemos venerar qualquer santo, mas devemos sempre priorizar Jesus
‘A doutrina de
Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito
encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam
frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo : é que não possuem o
Espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras
de Cristo, é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida’.
3 |
Podemos cultivar conhecimento e sabedoria, mas devemos priorizar a vida
virtuosa
‘Que te aproveita
discutires sabiamente sobre a Santíssima Trindade, se não és humilde,
desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras
elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a
Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se
soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te
serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e
tudo é vaidade (Ecl 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria
é esta : pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus’.
4 |
Devemos reconhecer o que é mera vaidade para não nos perdermos nela
‘Vaidade é, pois,
buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras
e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar
aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa
vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida
presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão
rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura’.
5 |
Podemos desfrutar dos prazeres sadios, mas nunca sacrificar a vida da graça
‘Lembra-te a miúdo
do provérbio : Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecl
1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e
afeiçoá-lo às invisíveis : pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais
mancham a consciência e perdem a graça de Deus’.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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