Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
do Padre Geovane Saraiva,
Pároco
de Santo Afonso de Fortaleza, CE,
e
vice-presidente da Previdência Sacerdotal
‘No
esforço de superar tudo o que ficou para trás, na seriedade do projeto de Deus,
como é indispensável ao homem a graça sincera da conversão! A criatura humana,
quanto mais se envolve e experimenta a graça do Deus que se fez homem e que
assumiu a sua condição, mais ele se depara, no seu estado frágil e pecador, com
o mistério do amor de Deus, que quer o homem livre, que, no excelso mistério, é
chamado a construir comunhão com os irmãos.
O
amor de Deus por nós é de tal modo envolvente que enche todo o nosso ser,
indicando-nos, tal amor, o caminho da vida futura e definitiva, tendo por sua
base, ou fundamento, o referido amor como mandamento maior. Amor esse
incontestável, que, na morte e ressurreição de Jesus, assegura-nos o céu, que,
sem sombra de dúvida, torna-se explícito e óbvio na ótica da fé — no Corpo do
Senhor, a Igreja. Nela se encontram os membros reunidos, com Cristo, junto de
Deus, como na expressão de Santo Agostinho : ‘Depois desta vida, o próprio Deus é o nosso lugar, é o nosso existir’.
Assim
sendo, o homem participa da magnífica e misteriosa realidade celestial, à
medida que participa da vida de Cristo, que na sua morte e ressurreição, aos
olhos da fé, o vemos confundindo-se com Deus, e Deus mesmo envolve a criatura
humana no inquestionável mistério. Pela obediência de Jesus, ao morrer na cruz,
dá-se o acabamento da vontade de Deus em toda a sua plenitude, entendida no
homem Jesus, que se encontra com Deus.
Constata-se,
a partir dessa afirmação, um céu inequívoco, quando fé e amor se entrelaçam,
andam juntos. Não é uma realidade distante e dissociada, só repositório da
morte. É algo perto, sim, mas que, pela vivência do batismo, inicia-se aqui
neste mundo, à medida que o ser humano se configura com Jesus de Nazaré e com
Ele entra na sua lógica, resoluto e seguro da promessa de novas criaturas.
Entendendo-se
aqui a Igreja — Corpo de Cristo — no mistério de sua magnitude cristológica,
mas sem esquecer de sua grandeza eclesiológica, que, ao se tratar da pessoa
humana, também é socialmente vasta, muito viva na linguagem simbólica do
banquete nupcial, concreta, quando a comunidade dos batizados participa e se
alimenta na mesma mesa, na ceia eucarística, prenúncio e antecipação de novo
céu e nova terra, na realização da salvação de todos em Deus. Amém!’
Fonte
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