quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Como a fé e a ciência trabalham juntas


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 Nosso crescente conhecimento também deve inspirar-nos a encontrar maneiras novas e melhores de cuidar uns dos outros e do nosso meio ambiente.
*Artigo de Joe Kay,
ministro associado da Nexus United Church of Christ, 
condado de Butler, Ohio, USA


‘É uma experiência mágica ver os vaga-lumes levantarem-se do chão ao anoitecer e piscar alto no meio das árvores, realizando seu show de luzes frente o céu noturno.

Quando aprendi a ciência por trás de como esses insetos fazem a sua luz - um processo chamado bioluminescência - isso não os tornou menos mágicos para mim. Pelo contrário, minhas novas percepções me fizeram apreciá-los mais.

Entender a ciência por trás dos nossos milagres diários não os torna menos miraculosos. Muito pelo contrário, faz o oposto.

Isso vale não apenas para os insetos que piscam, mas para toda a criação, inclusive para nós mesmos. Aprender sobre como as coisas funcionam deve ampliar nossa apreciação e inspirar mais respeito pela profunda sacralidade de tudo.

Nosso crescente conhecimento também deve inspirar-nos a encontrar maneiras novas e melhores de cuidar uns dos outros e do nosso meio ambiente.

Infelizmente, muitas pessoas tentaram separar a ciência e o sagrado ao longo dos séculos. Construíram um muro imaginário entre crença religiosa e o método científico, quando na verdade os dois são destinados a trabalhar juntos e nos levar adiante.

Grande parte da responsabilidade por este problema recai sobre pessoas que se descrevem como religiosas. Ao longo dos séculos, elas consideraram a ciência uma ameaça e não uma ajuda.

Rejeitaram a verdade de que o universo tem bilhões de anos, a Terra é redonda e o Sol - não nosso planeta - é o centro do sistema solar. Elas insistiam que as pessoas adoeciam não por causa de germes e práticas insalubres, mas porque estavam sendo punidas por Deus.

As descobertas da ciência levaram essas ideias e abriram caminhos para outras novas. A religião tentou fechar a porta e se apegar a modos antigos e imprecisos de pensar. Ao fazê-lo, a religião perdeu o seu caminho.

A ciência também se perdeu. Em resposta ao antagonismo dos líderes religiosos, muitos cientistas afastaram totalmente a fé, declarando que ela não tem nada a dizer sobre sua busca de compreensão.

Ironicamente, a ciência caiu na mesma armadilha da religião, permitindo ser distorcida e mal utilizada pelos ricos, poderosos e egoístas. Muitas vezes, a ciência apostou muito naqueles que buscavam maiores lucros e dominação militar à custa de tudo.

Os cientistas assinaram com empresas de tabaco que enterrariam quaisquer descobertas revelando o perigo de seus produtos, impedindo que os pesquisadores falassem e salvassem vidas. As companhias de petróleo usaram cientistas para promover seus interesses, independentemente de como o planeta ficava afetado. Os cientistas inventaram armas que podem infligir tais horrores ao nosso mundo.

Precisamos que a fé e a ciência sejam desimpedidas daqueles que as pervertem e abusam delas.

A ciência vendeu sua alma para o maior lance, assim como a religião vendeu sua alma pelo poder. Precisamos reformar as duas.

A verdadeira fé desafiará os cientistas a trabalharem pelo bem de todas as pessoas e toda a criação. A verdadeira ciência guiará nossa fé para uma compreensão mais profunda do Criador e das maneiras pelas quais podemos servir uns aos outros.

Ciência e religião são complementares, duas faces da mesma moeda. A ciência procura entender como a criação funciona. A religião tenta fornecer uma experiência de como o Criador trabalha.

Ambas são limitadas pela compreensão humana : nunca compreenderemos totalmente o universo ou quem o fez. Em seus caminhos inexatos, a ciência e a religião devem liderar o caminho para nos trazer novas e úteis percepções.

Ciência sem religião? Religião sem ciência? De nenhuma maneira funciona. É como pensar que podemos ter criação sem um criador, Deus sem amor ou um vagalume sem luz bioluminescente.

Eles sempre andam juntos. Nós tentamos separá-los por nossa conta e risco.’


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