*Artigo
do Professor Felipe de Aquino
‘A devoção ao
Sagrado Coração de Jesus é muito antiga; os Padres da Igreja já falavam dela;
tudo brota daquele Coração ‘manso e
humilde’ que por nós foi transpassado pela lança do soldado Longuinho, na
Cruz do Calvário. Dele saiu sangue e água, símbolos do Batismo e da Eucaristia,
e também da Igreja, Esposa de Cristo, que nasce do lado aberto do novo Adão,
como Eva nasceu do lado aberto do primeiro.
Após uma fase de
eclipse, esta devoção ganhou novo impulso após as visões de Santa Margarida
Maria Alacoque (1647-1690), difundidas por seu confessor São Claude de la
Colombière (1673-1675). Era uma época difícil, onde havia uma heresia chamada
Jansenismo, de Jansen, que pregava um cristianismo triste, onde poucos se
salvavam, onde se disseminava um medo de receber Jesus eucarístico, etc.
Para eliminar essa
tristeza Jesus mostrou seu Coração humano e misericordioso a Santa Margarida,
como tábua de salvação para todos os pecadores que nele confiassem.
Santa Margarida
Maria Alacoque foi uma freira que nunca transpôs os muros do seu convento das visitandinas de Paray-le-Monial da Ordem
da Visitação de Santa Maria, instituição religiosa fundada por São Francisco de
Sales (1567-1622) e Santa Joana de Chantal (1572-1641), morrendo antes de
completar 45 anos, em 17 de outubro de 1690, sendo canonizada em 1920, pelo
papa Bento XV. Recolhida, em profunda oração, pela porta do tabernáculo saiu
uma espécie de vapor que foi se transformando na figura de homem que se
encaminhou até ela e ali na sua presença abriu a túnica que lhe cobria o peito,
lhe mostrando o coração em chamas inextinguível e lhe disse :
‘Eis aqui o coração que tanto amou os homens
e pelos quais e tão mal correspondido pelo menos tu, filha minha, chora pelos
que me ofendem, geme pelos que não querem orar, imola-te pelos que renegam e
blasfemam contra o meu santo nome. Prometo-te na grandeza do meu amor que
abençoarei os lares que neles me hospedem, que os que comungarem durante nove
primeiras sextas-feiras seguidas, não morrerão sem receber os sacramentos da
penitência e da Eucaristia.’
Depois de 150 anos
de enormes dificuldades impostas especialmente pelos jansenistas e o terror da
Revolução Francesa, em 1856, Pio IX instituiu a festa litúrgica do Sagrado
Coração de Jesus, propondo, segundo a recomendação dos santos, a consagração do
mundo ao Coração de Jesus. Duzentos anos depois que Santa Margarida pediu ao
Rei Luís XIV a consagração da França ao Coração de Jesus, o grande presidente
do Equador, Gabriel Garcia Moreno, consagrou seu país em 1873, ao Coração de
Jesus.
Vários Papas
incentivarem esta devoção através de encíclicas. Atualmente a festa do Sagrado
Coração na sexta-feira após a festa de Corpus Cristi. Leão XIII na ‘Annum Sacrum’ (1899), deixou-nos a
Oração para consagração ao Sagrado Coração. Pio XI na ‘Miserentissimus Redemptor’ (1928); Pio XII na ‘Haurietis aquas’ (1956); João Paulo II na ‘Redemptor Hominis’ (1979) e Bento XVI em carta ao Pe. Kolvenbach
Geral da Comapanhia de Jesus, falaram da importância dessa devoção. Em 1872,
Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o escapulário com a
imagem do Sagrado Coração.
A piedade ligada
ao Coração de Jesus está em união com a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Muitos santos recomendaram esta devoção : São João Eudes, Santa Margarida Maria
Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa Catarina Labouré e São
Maximiliano Kolbe.
Numerosas foram às
promessas do Sagrado Coração de Jesus sendo as mais admiráveis as seguintes :
1. Eu lhes darei
todas as graças necessárias ao seu estado de vida.
2. Eu farei reinar
a paz em suas famílias.
3. Eu os
consolarei em todas as suas aflições.
4. Serei seu
refúgio seguro durante a vida e sobretudo na morte.
5. Derramarei
muitíssimas bênçãos sobre todas as suas empresas.
6. Os pecadores
encontrão em meu Coração a fonte e o mar infinito da misericórdia.
7. As almas tíbias
se tornarão fervorosas.
8. As almas
fervorosas elevar-se-ão rapidamente a grande perfeição.
9. Abençoarei Eu
mesmo as casas onde a imagem do meu Coração estiver exposta e venerada.
10. Darei aos
sacerdotes o dom de abrandar os corações mais endurecidos.
11. As pessoas que
propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no meu Coração e dele
nunca serão apagados.
12. No excesso da
misericórdia do meu amor todo poderoso darei a graça da perseverança final aos
que comungarem na primeira sexta feira de nove meses seguidos.’
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