*Artigo
de Padre Olmes Milani,
Missionário Scalabriniano
‘Amigas e amigos,
agradeço por receber uma saudação de paz e esperança. Morando e trabalhando num
país islâmico no qual a conversão dos cidadãos locais para o cristianismo ou
outras religiões, significa ser passível de pena de morte, tenho acesso às
publicações dos estudiosos dos países seguidores do Islã. Lendo jornais, livros e revistas publicados a
partir das Arábias, percebe-se que as conclusões e interpretações da conjuntura
atual têm um colorido diferente daquele dos autores ocidentais. Estamos
acostumados a ouvir especialistas cristãos ou ocidentais falarem sobre os
grupos políticos que usam a religião. O que diria um estudioso islâmico sobre
esse assunto?
O Dr. Abdul Hamid
Al Ansari, numa palestra proferida recentemente a estudiosos e membros da
mídia, afirmou que apesar das promessas de reformas e mudanças por parte de
grupos políticos que usam a religião, uma vez no poder, são um fracasso.
Confirma isso ilustrando o engodo da Fraternidade Islâmica, no levante da
Primavera Árabe. Pergunta-se : Esses movimentos, incluindo a Fraternidade
Islâmica, que possuem centenas de livros, têm teorias aplicáveis? Acrescenta
que a Primavera Árabe revelou a verdade ao público sobre as mentiras de suas
suposições. Na realidade, esse grupo só tem ideias e teorias, mas sem
resultados.
‘Quando a Fraternidade Islâmica assumiu o
poder, tinha alguma coisa chamada ‘Projeto Renascença’. Os cidadãos egípcios
logo perceberam que não havia nada naquele projeto’, lembrou. Era baseado
em teorias mais do que na praticidade.
Continuando sua
explanação afirmou que ‘aqueles grupos
políticos que usam a religião são oportunistas; tiram vantagens das sociedades
descontentes. Seus programas e slogans são reacionários com a intenção de
convencer o povo de que eles são a alternativa e a melhor solução. Portanto,
eles aproveitam-se dos problemas sociais’, acrescentou.
Outra atitude
desses grupos, afirmou o estudioso, é usar a religião como meio de monopolizar
e formar suas bases de poder.
Afirma que ‘quando suas ideias e discursos são
confrontados, presumem que seus opositores são contra o Islã e por isso querem
impor sua hegemonia’.
Essas são as
palavras severas de um estudioso seguidor do Islã, sobre os desmandos dos
grupos que se aproveitam para chegar ao poder, usando a religião. Oxalá sejam
uma inspiração para que teólogos e pregadores islâmicos, cristãos e de outras
crenças não permitam que as religiões sejam trampolim, na conquista do poder.
Vale lembrar,
aqui, as palavras do Mestre :
‘Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a
minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá’ (Jo
14,27).’
Fonte :
* Artigo na íntegra
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