sábado, 29 de dezembro de 2012

Orar no aconchego da Sagrada Família

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)


 Oração da Sagrada Família
 
‘Sagrada Família de Nazaré :
ensina-nos o recolhimento, a interioridade,
dá-nos a disposição de escutar as boas inspirações e
as palavras dos verdadeiros mestres;
ensina-nos a necessidade do trabalho, da preparação, do estudo,
da vida pessoal interior, da oração, que Deus vê em segredo.
Ensina-nos o que é a Família, sua comunhão de amor,

sua beleza simples e austera,

seu caráter sagrado e inviolável. Amém.’

( Papa Paulo VI )


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O NATAL DO SENHOR

p/ Maria Vanda andrade da Silva
(Ir. Maria Silvia - Obl. OSB/SP)


 Dos Sermões de São Leão Magno, papa
 (Sermo 1 in Nativitate domini, 1-3)  (Séc V)

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade.

              "Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade.

               Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima a vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime o pagão porque é chamado à vida.

               Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com o seu Criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma natureza que antes vencera.

                Eis porque, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: glória a Deus nas alturas; Paz na terra aos homens de boa vontade (Lc. 2,14). Eles vêem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo. Diante dessa obra inexprimível do amor divino, como não devem alegrar-se os homens, em sua pequenez, quando os anjos, em sua grandeza, assim se rejubilam?

                Amados filhos, demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Santo; pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. E quando estávamos mortos, por causa de nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo (Ef 2,5) para que fôssemos nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.

               Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne.

               Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas levado para a luz e o reino de Deus.

                Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo".

(In Liturgia das horas, I, pg 362/363 Ed. Vozes e Ou, 1999)
 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

4º Domingo do Advento

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 
Dedicamos este texto, que faz parte da Liturgia da Horas,
à reflexão do IV Domingo do Advento :
 
Ofício das Leituras
Segunda leitura
Do Tratado contra a heresia de Noeto, de Santo Hipólito, presbítero.
 
Manifestação do mistério escondido
‘Único é o Deus que conhecemos, irmãos, e não por outra fonte que não seja a Sagrada Escritura. Devemos, pois, saber o que ela anuncia e compreender o que ensina. Creiamos no Pai como ele quer ser acreditado; glorifiquemos o Filho como ele quer ser glorificado; e recebamos o Espírito Santo como ele quer se dar a nós. Consideremos tudo isso, não segundo nosso próprio arbítrio e interpretação pessoal, nem fazendo violência aos dons de Deus, mas como ele próprio nos ensinou pelas santas Escrituras.
Quando só existia Deus, e não havia ainda nada que existisse com ele, decidiu criar o mundo. Criou-o por seu pensamento, sua vontade e sua palavra; e o mundo começou a existir como ele quis e realizou. Basta-nos apenas saber que nada coexistia com Deus. Não havia nada além dele, só ele existia e era perfeito em tudo. Nele estava a inteligência, a sabedoria, o poder e o conselho. Tudo estava nele e ele era tudo. E quando quis e como quis, no tempo que havia estabelecido, manifestou o seu Verbo, por quem fez todas as coisas.
Deus possuía o Verbo em si mesmo, e o Verbo era imperceptível para o mundo criado; mas fazendo ouvir sua voz, Deus tornou-o perceptível. Gerando-o como luz da luz, enviou como Senhor da criação aquele que é sua própria inteligência. E este Verbo, que no princípio era visível apenas para Deus e invisível para o mundo, tornou-se visível para que o mundo, vendo-o manifestar-se, pudesse ser salvo. O Verbo é verdadeiramente a inteligência de Deus que, ao entrar no mundo, se manifestou como o servo de Deus. Tudo foi feito por ele, mas ele procede unicamente do Pai. Foi ele quem deu a lei e os profetas; e ao fazê-lo, impulsionou os profetas a falarem sob a moção do Espírito Santo para que, recebendo a força da inspiração do Pai, anunciassem o seu desígnio e a sua vontade.
 
O Verbo, portanto, se tornou visível, como diz São João. Este repete em síntese o que os profetas haviam dito, demonstrando que aquele era o Verbo por quem tinham sido criadas todas as coisas: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada se fez (Jo 1,1.3). E, mais adiante, prossegue: O mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não quis conhecê-lo. Veio para o que era seu, os seus, porém, não o acolheram (Jo 1,10-11).’
Fonte :
(Cap. 9-12: PG 10, 815-919) (Séc. III) – ‘In Liturgia das Horas I, pg. 333 a 335’ 

domingo, 16 de dezembro de 2012

3o. Domingo do Advento

por Maria Vanda Andrade da Silva
(Ir. Maria Silvia - Obl. OSB-SP)






                                                                 Veni , veni Emmanuel!


Poema a Emmanuel                                                    

Quem haveria de desejar maior bem?
Esse, do Pai seu melhor, Seu Amado,
Seu próprio natural: o sumo bem?

O nosso Esperado,
Pelo Pai foi gerado, e por Ele modelado,
Por indescritível amor e compaixão por alguém.

Sim, foi gerado e a nós enviado.
A nós semelhantes,
Em tudo, menos no pecado.

Então, o Pai, desde antes,
Deu-nos também a “Cheia de Graça”,
Que, do pecado não trazia a mancha...

E eis que o anjo Gabriel volta exultante,
Dizendo: Pai, Ela disse sim, disse faça-se.
Disse a Virgem um “fiat” tão doce e confiante...

Assim foi gerado, pelo Espírito Paráclito
O ser mais nobre, no amor modelado
De cuja natureza divina jamais se aparta!

Feito homem, se encarnou no seio de Maria.
Estamos exultantes, na espera salvadora
A promessa do Pai adveio como guia.

Quem ousaria recusar tão pleno bem?
Um Deus irmão, advindo da pura glória?
Rejubilemo-nos irmãos e cantemos o que advém:

"Veni, veni, Emmanuel
Captivum solve Israel
Gaude, gaude, Emmanuel
Nascetur prote Israel..."

                                                                                                    Maria Vanda Andrade da Silva







sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Serviço Jesuíta aos Refugiados e os afegãos na Turquia

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Crianças afegãs em acampamento de refugiados
  
A Turquia acolheu, a partir de maio de 2012, cerca de 9.000 afegãos em circunstancias excessivamente vulneráveis. Desse contingente, a maioria atravessa o Irã, com pouquíssimo ou nenhum recurso e desconhece o idioma turco.
De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em menos de seis meses houve um aumento acima de 100%  no número de inscritos como refugiados afegãos.
Atuando no país, desde 2009, o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), oferece um amparo inicial : ‘Durante o verão, alguns moraram em barracas, mas foram transferidos para diversas cidades do país. A ideia é que eles achem um lugar para morar e consigam pagar sozinhos os gastos básicos para se manter. Os refugiados estão espalhados hoje por dezenas de cidades e têm que se apresentar à polícia ao menos uma vez por semana. Para ir para outra cidade, eles precisam de permissão oficial’.
Acredita-se que um grande número, em torno de 98%, prefere ficar na Turquia, em vez de se arriscar em mais uma árdua e penosa viagem à Europa.
Eles não têm nada, não podem nem pagar o aluguel. Falta tudo. Algumas famílias vivem em barracas no chão batido. E o inverno está chegando’, informa um membro do JRS.
No momento, estes refugiados, não usufruem do sistema público de saúde, não têm auxílio do governo turco e nem da própria ONU. A situação difícil em que vivem tende a piorar com a chegada do inverno, que na Turquia é bem rigoroso. De imediato, necessitam de camas, cobertores, alimento e combustível para a cozinha e a calefação.
Em pleno Mediterrâneo, a Turquia está encravada no meio de dois continentes : entre a região da Anatólia (no oeste da Ásia) e uma pequena parte no sudeste da Europa. Exerce uma função de passagem, como um porto de chegada e de saída aos expatriados do Afeganistão, Irã, Iraque, Sudão e Somália. Em destaque, abriga atualmente mais de 130.000 refugiados sírios em acampamentos.
Os refugiados recebem das equipes do JRS : assistência espiritual, assistência médica, cestas básicas, roupa, assessoramento e até cursos de língua turca.  

Fonte :

domingo, 9 de dezembro de 2012

2º Domingo do Advento

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 

A Coroa e as Velas do Advento
 
Existem diversas maneiras de interpretar este momento e, de domingo a domingo, nos prepararmos para a vinda do Senhor.
No tocante à origem da coroa do advento, surgem várias alegações. Teria ocorrido no início da tradição escandinava pré-cristã, no decorrer da Idade Média, a partir do luteranismo no século XVI ou por volta de 1839, em Hamburgo, na Alemanha, através do pastor protestante Johann Heinrich Wichern (1808-1881).
Com o intuito de indicar a vinda de Cristo e a iluminação gradual do mundo, as velas do advento são acesas a partir da mais escura até a mais clara e podem ter cores variadas. Embora não haja uma regra formal, a vela rosa deve ser acesa no terceiro domingo do advento, conhecido como Gaudete (domingo da Alegria).
A coroa e as velas possuem um formidável simbolismo :
ª O círculo da coroa, sem começo nem fim, é sempre verde, configura a eternidade, a perfeição e a harmonia
ª As quatro velas representam as quatro semanas deste período, e o acendimento, de modo progressivo, manifesta a expectativa da vinda do Messias.  
 
 
Num panorama geral :
ª A primeira semana alude aos patriarcas, à guarda vigilante e ao retorno do Senhor
o   Por meio das leituras bíblicas
§  mantemos uma atitude de atenção,
§  buscamos o perdão de quem ofendemos e
§  damos o perdão a quem nos tenha ofendido
o   Acendemos a primeira vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como sinal de vigilância 

ª A segunda semana enaltece os profetas  
o   Ao longo da pregação de João Batista, a liturgia nos exorta
§  a refletir sobre a vinda de Jesus e
§  a preparar este caminho  
o   Acendemos a segunda vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como desejo de conversão 

ª A terceira semana evoca a alegria messiânica : o Senhor está próximo
o   Perante o testemunho de João Batista, a liturgia nos sugere
§  exaltar a figura de Maria, a Mãe de Jesus que sempre acolhe os necessitados e
§  meditar sobre o papel que ela desempenhou
o   Acendemos a terceira vela da Coroa do Advento, de cor rosa, como sinal de júbilo 

ª E a quarta semana reverbera o anúncio do advento do Filho de Deus
o   A liturgia, desta vez, é direcionada à disposição da Virgem Maria, diante do anúncio do nascimento de Jesus
§  somos convidados a aceita-Lo em nosso coração, no ambiente familiar e no comunitário
o   Acendemos a quarta vela da Coroa do Advento, de cor roxa, como sinal de esperança
o   Se houver uma quinta vela ( branca, ao centro ), será acesa na vigília ou no dia de Natal, representando Cristo como a LUZ do mundo  

Fonte :

 

sábado, 8 de dezembro de 2012

Imaculada Conceição de Maria Mãe de Deus

p/ Maria Vanda A. Silva
(Ir. Maria Silvia - Obl.OSB)



Das Meditações de Santo Anselmo, bispo.
(Oratio 52: PL158, 955-956) (Séc XII).

“Ó Virgem pela tua benção foi abençoada a criação inteira!

O céu e as estrelas, a terra e os rios, o dia e a noite, e tudo quanto obedece ou serve aos homens, congratulam-se, ó Senhora, porque a beleza perdida foi por ti de certo modo ressuscitada e dotada de uma graça nova e inefável. Todas as coisas pareciam mortas, ao perderem sua dignidade original que é de estar em poder e a serviço dos que louvam a Deus.. Estavam oprimidas e desfiguradas pelo mau uso que delas faziam os idólatras, para os quais não haviam sido criadas. Agora, porém, como que ressuscitadas, alegram-se, pois são governadas pelo poder e embelezadas pelo uso dos que louvam a Deus.

Perante esta nova e inestimável graça, todas as coisas exultam de alegria ao sentirem que Deus, seu Criador, não apenas as governa invisivelmente lá do alto, mas também está visivelmente nelas, santificando-as com o uso que delas faz. Tão grandes bens procedem do bendito fruto do sagrado seio da Virgem Maria.

Pela plenitude da sua graça, aqueles que estavam mansão dos mortos alegram-se agora libertos; e os que estavam acima do céu rejubilam-se renovados. Com efeito, pelo Filho glorioso de sua gloriosa virgindade todos os justos que morreram antes de sua morte vivificante, exultam pelo fim de seu cativeiro, e os anjos se congratulam

Pela restauração de sua cidade quase em ruínas.

Ó mulher cheia e mais que cheia de graça, o transbordamento de tua plenitude faz nascer toda criatura! Ó Virgem bendita e mais que bendita, pela tua benção é abençoada a natureza, não só as coisas criadas pelo Criador, mas também o Criador pela criatura!

Deus deu a Maria o seu próprio Filho, único gerado de seu coração, igual a si, a quem amava como a si mesmo. No seio de Maria, formou seu Filho, não outro qualquer, mas o mesmo, para que por natureza, fosse realmente um só e o mesmo Filho de Deus e de Maria! Toda a criação é obra de Deus, e Deus nasceu de Maria. Deus criou todas as coisas e Maria deu à luz a Deus! Deus que tudo fez formou-se a si próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer sem Maria o que fora profanado.

Por conseguinte, Deus é o Pai das coisas criadas, e Maria a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da criação universal, e Maria a mãe da redenção universal. Pois Deus gerou aquele por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz aquele por quem tudo foi salvo. Deus gerou aquele sem o qual nada absolutamente nada existe, e Maria deu à luz aquele sem o qual nada absolutamente é bom.

Verdadeiramente o Senhor é contigo, pois quis que toda a natureza reconheça que deve a ti, juntamente com Ele, tão grande benefício”.

(In Liturgia das Horas, I (Advento), pg.1042/1043).


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Encontro dos bispos católicos de rito oriental


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Ocorreu em Zagreb, capital da Croácia, entre 22 e 25 de novembro de 2012, o encontro anual dos bispos representantes de 14 igrejas católicas de rito oriental e o 4º centenário da união da Igreja greco-católica croata com Roma, e teve como pauta :  


W o concílio Vaticano II e as Igrejas católicas orientais,
W o catecismo da Igreja greco-católica ucraniana,
W o código de direito canônico oriental e
W as celebrações programadas para o Ano da Fé nas Igrejas católicas orientais

 
Para realçar o vínculo entre a Croácia e outras tradições orientais da Europa, foi utilizado na parte central da missa de abertura, o antigo idioma croata-glagolítico, uma forma veterocroata ligada ao mais antigo alfabeto eslavo criado pelos santos irmãos missionários Cirilo e Metódio, no século IX.  

De acordo com o cardeal Bozanić, arcebispo de Zagreb : ‘No Ano da Fé, somos chamados a renovar os dons que recebemos e que nos fortaleceram no seguimento de Cristo’. 

Quanto ao bispo Nikola Kekic, de Krievci, da diocese que acolheu o evento, o intuito era o de demonstrar uma Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, encabeçada pelo papa de Roma. 

E dom Alessandro D'Errico, Núncio Apostólico para a Croácia, leu uma mensagem do cardeal Peter Erdo, arcebispo de Esztergom-Budapeste e presidente do episcopado europeu : ‘Na Europa de hoje, embora nem sempre plenamente conscientes, os nossos cidadãos sentem uma grande necessidade de Deus, dos valores espirituais e de uma nova concepção de vida que não olhe apenas para os bens materiais’. Para o cardeal húngaro, os cidadãos europeus ‘precisam conhecer confessores da fé e pessoas que não separam a fé da vida cotidiana’. 

Os trabalhos foram agraciados pelo pronunciamento do bispo responsável pelos católicos de rito bizantino na Grécia, dom Dimitrios Salachas, de Sua Beatitude Sviatoslav Schevchuk, líder da Igreja greco-católica ucraniana, e de dom Cyril Vasil, secretário da Congregação para as Igrejas Orientais da Santa Sé. 

Dom Virgil Bercea, bispo de Oradea-Mare, lançará em breve um comunicado sobre o recente Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização.
 

Fonte :


domingo, 2 de dezembro de 2012

1º Domingo do Advento

p/ Maria Vanda Andrade da Silva
(Ir. Maria Silvia  Oblata OSB/SP)

                           "A vós, meu Deus, elevo a minha alma.
                       Confio em vós,
                             que eu não seja envergonhado!
                            Não se riam de mim meus inimigos,
                       pois não será desiludido
                           quem em vós espera" 
                          (cf.Al 24,1-3).


                                             Já é sabido que para igreja Católica Apostólica Romana o Tempo do Advento é o primeiro tempo dos quatro tempos do ano litúrgico.

                                            Domingo dia 02 de dezembro de 2012, inicia-se, pois um novo ano litúrgico e será o Ano C, sendo as leituras tiradas do Evangelho segundo Lucas.

                                            Gostaríamos de compartilhar com todos uma reflexão feita por Santo Irineu de Lião (Obra Contra as heresias), que de uma forma indireta  cabe, perfeitamente, neste tempo litúrgico do advento.

                                             Irineu, ao defender que o “Verbo identifica-se com Cristo”, demonstra a doutrina dos apóstolos. Apesar de,  neste ano, as leituras do Evangelho serem do Evangelho de Lucas, citaremos o que disse S. Irineu segundo o  Evangelho de Marcos,  sobre a encarnação de Jesus Cristo, no seio da Virgem Maria, para que notemos como se encaixa bem a Promessa de Deus Pai que envia o Deus Filho para a nossa redenção. 

“Eis por que também Marcos diz: “Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus conforme está escrito nos profetas”.171 Ele reconheceu um único filho de Deus Jesus Cristo, anunciado pelos profetas, nascido do fruto do seio de Davi, Emanuel, mensageiro do grande desígnio do Pai, por meio do qual se fez nascer o Oriente, o justo, sobre à casa de Davi, levantou o poder de sua salvação, suscitou um testemunho em Jacó, como diz Davi, explicando os motivos de seu nascimento, e “pôs uma lei em Israel, para que a soubesse a geração seguinte; os filhos que hão de nascer e se hão de levantar , o contarão também a seus filhos, para que ponham em Deus a sua esperança e busquem com cuidado os seus mandamentos”.172 Assim também o anjo dando a boa nova a Maria, diz: “Este será grande, será chamado Filho do Altíssimo e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi”.173 proclamando que o filho do Altíssimo é também filho de Davi. E o próprio Davi, conhecendo pelo Espírito Santo a economia de sua vinda, pela qual reina soberanamente todos os vivos e os mortos, proclama que é o Senhor que está sentado à direita do Pai altíssimo”.

E Continua Irineu. “alem disso, os que dizem ser Jesus homem pura e simplesmente, gerado por José, permanecem na antiga escravidão da desobediência e morrem nela, porque ainda não unidos ao Verbo de Deus Pai, não recebem a liberdade por meio do Filho, como ele próprio diz: “se o filho vos emancipar, sereis verdadeiramente livres”.223 Ignorando o Emanuel, nascido da Virgem, são privados do seu dom, que é a vida eterna, e não recebendo o Verbo da incorruptibilidade, permanecem na carne mortal, devedores da morte, sem o antídoto da vida. É para estes que o Verbo fala, quando explica o dom que faz de sua graça: “Eu disse: todos vós sois deuses e filhos do Altíssimo; mas, como homens, morrereis”.224 Estas palavras são dirigidas aos que recusam o dom da adoção filial, desprezam este nascimento sem mancha que foi a encarnação do Verbo de Deus, privam o homem de sua elevação a Deus e manifestam ingratidão para com o Verbo de Deus, que se encarnou por eles.... (IRINEU DE LIÃO CONTRA AS HERESIAS EDIÇÃO PAULUS- , pg. 320, 336- Coleção Patrística).

                Assim, Crentes sejamos. Esse é o ano da Fé, instituído pelo nosso Papa Bento XVI. Aprimoremos nossa Fé. Vamos caminhar ao encontro dessa promessa de salvação e redenção (já realizada por Jesus Cristo). Comemoremos esse tempo litúrgico do advento com alegria. Saudemos a Maria com o "Magnificat" e andemos firmes para aderir, para abraçar e para vivenciar Jesus, Aquele que há de vir, finalmente para nos mostrar o seu reino que não tem fim.
                                                                                                         Maria Vanda A. Silva