Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Abrindo o livro de Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas, podemos
verificar como nasceu a Igreja. Foi pelo anúncio do Evangelho.
‘Evangelho’ é um termo de origem grega que significa ‘bom anúncio’. Qual
foi esse ‘bom anúncio’? Podemos responder com a seguinte afirmação : Jesus
Cristo morreu e ressuscitou para a nossa salvação.
Simplesmente do ponto de vista histórico, a morte de Jesus foi o
assassinato de um inocente, mas, à luz da fé, sua morte foi o maior ato de amor
da história, que salva a humanidade. Graças a esse grande ato de amor, Deus
perdoa os homens, que são irmãos de Jesus, por isso Ele se tornou homem. É o
Cristo mesmo que transmite o sentido verdadeiro da sua morte, mais exatamente
nas palavras da consagração da Última Ceia : ‘Isto é meu corpo, dado por vós :
fazei isto em memória de mim’ (Lc 22,19); ‘Este cálice é a nova aliança em meu
sangue, derramado por vós’ (Lc 22,20).
É a partir desse anúncio que Pedro, no dia de Pentecostes, pede que os
ouvintes da mensagem se arrependam dos pecados, recebam o Batismo e entrem a
fazer parte da Igreja. Os novos cristãos ‘perseveraram na doutrina dos
apóstolos, na vida da comunidade, na fração do pão, e nas orações’ (At
2,42).
Ressalta-se que a expressão ‘fração do pão’ indicava a celebração da
santa Missa. Nessa celebração, como acima lembrado, os cristãos sentem-se
estritamente ligados à cruz, graças ao corpo de Cristo, ‘dado por nós’, e ao
sangue de Cristo, ‘derramado por nós’.
Voltamos ao grande mistério do sofrimento e da morte de Cristo. Isso é
demonstrado pela atitude dos discípulos de Emaús, que tinham perdido a
esperança em Jesus diante da sua condenação à morte. A essa altura, o mesmo
Jesus explicou como devia ser interpretada sua terrível morte : ‘Não era
necessário que o Cristo sofresse essas coisas para entrar na sua glória? E,
começando por Moisés e percorrendo todos os profetas, explicou-lhes em todas as
Escrituras o que lhe dizia respeito’ (Lc 24,26-27).
A partir dessa ‘base da nossa fé’, começamos todas as nossas orações com
o sinal da cruz, vivenciamos a sexta-feira como o dia da cruz de Cristo e o
domingo como o dia da ressurreição. Celebramos a Semana Santa, com destaque na
quinta-feira, dia da Última Ceia, na sexta-feira, dia da morte de Cristo, e no
domingo da Páscoa, dia da ressurreição.
Vamos concluir estas reflexões com o hino que o apóstolo Paulo nos
apresenta na Carta aos Filipenses : ‘Cristo Jesus, apesar de sua condição
divina, não reivindicou seu direito de ser tratado como igual a Deus. Ao
contrário, aniquilou-se a si mesmo e assumiu a condição de servo, tornando-se
semelhante aos homens. Por seu aspecto, reconhecido como homem, humilhou-se,
fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o elevou acima
de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, de modo que ao nome de
Jesus todo joelho se dobre nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua
proclame que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai’ (Fl 2,6-11).’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/a-cruz-e-a-igreja-catolica.html
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