Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Bernardino Frutuoso,
jornalista
‘Vivemos uma época complexa, marcada por incertezas, sofrimentos e
medos. Os ventos fortes da guerra e da violência continuam a soprar em muitas
regiões do mundo. A cultura do descarte e do consumismo, as desigualdades, o
crescente paradigma tecnocrático difundem-se e condicionam muitos dos nossos
comportamentos diários. Enfrentamos, igualmente, uma grave crise climática
global : a atmosfera aquece, o nível dos mares sobe, a riqueza da
biodiversidade perde-se, as secas e as inundações são mais frequentes e severas.
Apesar da procura de soluções e consensos multilaterais para enfrentar as
alterações climáticas, as medidas assumidas não são aplicadas – como lembra o
papa na exortação Laudate Deum. Esta crise, como explica o Papa
Francisco na encíclica Laudate Si’, está ligada a uma crise socio-economica,
que afecta sobretudo os mais vulneráveis. Por isso, o papa pede o perdão das
dívidas dos países pobres, que nunca poderão pagá-las, que é uma verdadeira
«dívida ecológica» – apelo que renova para o jubileu que vamos viver em 2025.
Neste cenário, podemos cair no pessimismo, no desânimo e na passividade.
No entanto, como crentes, estamos chamados, como proclama o lema do jubileu de
2025, a ser peregrinos da esperança. Na bula de proclamação do Ano Santo, que
iniciamos no dia 24 deste mês, o Papa Francisco pede-nos que descubramos a
esperança nos sinais dos tempos. «Para não cair na tentação de nos
considerarmos subjugados pelo mal e pela violência, é necessário prestar
atenção a tanto bem que existe no mundo. Porém, os sinais dos tempos, que
contêm o anélito do coração humano, carecido da presença salvífica de Deus,
pedem para ser transformados em sinais de esperança», sublinha o pontífice.
Os cristãos devemos olhar para o futuro com esperança, tendo «uma visão
da vida carregada de entusiasmo para transmitir» e apoiando «uma aliança social
em prol da esperança, que seja inclusiva e não ideológica».
Francisco convida-nos, ainda, a ser signos tangíveis de esperança para
todos aqueles que não a têm, nomeadamente os doentes, os presos, os migrantes,
os pobres, os anciãos. Cada discípulo missionário de Jesus,
portanto, tem um papel essencial na construção da cultura da vida e da esperança,
como aponta o papa : «Com os gestos, as palavras, as opções de cada dia, a
paciência de semear um pouco de encanto e gentileza onde quer que estejamos,
queremos cantar a esperança, para que a sua melodia faça vibrar as cordas da
Humanidade e desperte nos corações a alegria e a coragem de abraçar a vida».
O Natal é um tempo oportuno para reforçar a esperança e a utopia cristã.
Celebramos com alegria que o nosso Deus não está longe, mas vive no meio de
nós, porque Ele é o Emanuel, o Deus conosco. O Menino que nasce em Belém é a
fonte da nossa esperança; é a alegria para os nossos corações e a força que nos
permite lutar por um mundo melhor, fraterno, solidário e justo. Ele é o Messias
prometido, capaz de gerar nos nossos corações a liberdade e a paz, a audácia e
o compromisso. Ele faz-nos acreditar que o mundo pode ser uma casa para todos.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://www.combonianos.pt/alem-mar/opiniao/4/1289/melodiar-a-esperanca/
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