Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘A arte da escuta atravessa a história humana e desloca o homem a
elaborar seus instintos auditivos de sobrevivência, transformando a mesma
escuta na mais sublime capacidade interior, o sentimento. Foi numa noite
silenciosa, calma, que pessoas simples ouviram um coro angélico cantar ‘Gloria
in excelsis Deo et in Terra pax hominibus bonae voluntatis’.
A música celestial só pode ser ouvida por aqueles que, de um modo ou de outro,
aproximam-se da humildade. Não foi difícil aos pastores o encontro com o Menino
Jesus, bastou a eles seguir a melodia dos anjos para reconhecerem a grande
esperança acolhida pela manjedoura na gruta de Belém.
Noite silenciosa! Noite santa! O encontro sublime entre a maior
humildade e o maior louvor! A criação parou para escutar a esperança. Quem se
propõe a músico litúrgico se coloca à disposição de trabalhar com os sons em
função da esperança. Um músico narcisista não oferece nada além do que sua
incapacidade de sentir esperança. Não é uma simples questão de entendimento. O
ponto central da melodia cristã é o sentimento, uma experiência delicada com o
Espírito Santo. Temos testemunhado muitos ‘entendidos’ no Evangelho que mais
criam conflitos do que esperanças.
A musicalidade da esperança é infalível e inconfundível porque conforta
o coração, acalenta sonhos, toca a oração profunda e transforma tudo em
caridade. A esperança é uma melodia interior que transcende tempo e espaço e,
como a Estrela Guia, leva-nos à manjedoura da humildade onde o Amor
incarnatus est nos aguarda para abraçar-nos para sempre.
Que o Natal de Jesus seja a melodia que nunca cessa de cantar o amor em
nossos corações! Feliz Natal!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/musicalidade-e-esperanca.html
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