Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Felipe Aquino,
professor
‘Jesus chamou para apóstolos ‘aqueles que Ele quis’,
depois de passar a noite em oração. A Igreja viu nisso o chamado ao
sacerdócio e também às outras formas de vida religiosa. É Jesus quem chama o
jovem à vida sacerdotal, o que não é fácil. A vida religiosa exige muitas
renúncias para ser ‘todo de Deus’, estar a serviço do Seu Reino para a
edificação da Igreja e a salvação das almas.
A
palavra ‘vocação’ vem do latim vocare, que quer dizer ‘chamar’.
Deus põe no coração do jovem esse desejo de servi-lo radicalmente,
indiviso, full time, em tempo integral, sem divisão.
Para
discernir esse chamado divino, o jovem precisa, sem dúvida, de um
bom orientador espiritual, um padre ou um leigo experiente para ajudá-lo.
Penso que alguns sinais indicativos da vocação de um jovem ao sacerdócio ou à
vida religiosa sejam esses :
1 – Ter vontade de
entregar a vida totalmente a Deus sem guardar nada para si; ser como Jesus,
totalmente disponível ao Reino de Deus.
Ser
um outro Cristo – alter Christus. Abraçar o celibato com gosto,
oferecendo a Deus a renúncia de não ter esposa, filhos, netos, vontade própria
etc. É um casamento com Jesus. Ele disse que receberá o cêntuplo nesta vida e a
vida eterna depois quem deixar tudo por causa d’Ele e do Seu Reino.
Jesus
disse que as raposas têm seus ninhos, mas que Ele não tinha nem mesmo onde
reclinar a cabeça. Isso é sinal de uma vida despojada de tudo. Nada era d’Ele,
nem a gruta onde nasceu, nem o burrinho que O levou a Jerusalém. O barco de
onde pregava e viajava, o manto que os soldados sortearam também não eram
d’Ele. Nem a casa onde vivia em Cafarnaum pertencia ao Senhor. Tudo Lhe foi
emprestado. Cristo era despojado de tudo; a Ele só pertencia a cruz.
Dom
Bosco disse que não pode haver graça maior para uma família do que ter um filho
sacerdote. É verdade. O padre faz o que os anjos não podem fazer : perdoar os
pecados, realizar o milagre da Eucaristia, tornar presente o Calvário em cada
Missa para a salvação do mundo.
2 – A vocação
religiosa exige que o candidato tenha o desejo de trabalhar como Jesus pela
salvação das almas, sem pensar em um projeto para a sua vida.
Exige
entrega total nas mãos de Deus, desejo de viver mergulhado no Senhor. Tem de
gostar de rezar, de estar com Deus, de meditar Sua Palavra e participar da
liturgia, pois sem isso não se sustenta uma vocação sacerdotal.
O
demônio tem muitas razões para tentar um sacerdote ou um religioso, pois este
lhe arrebata as almas. Então, o religioso consagrado tem de viver uma vida de
extrema vigilância, muita oração e mortificação, como disse Jesus.
3 – Amar a Igreja de
todo o coração, tê-la como Mãe e Mestra, ser submisso aos ensinamentos do seu
Magistério.
Ser
fiel à Igreja e a seus pastores, nunca ensinando algo que não esteja de acordo
com o Sagrado Magistério da Igreja. Viver o que diziam o Santos Padres : sentire
cum Ecclesia.
Amar
o Papa, os bispos, Nossa Senhora, os anjos e santos, os sacramentos, a liturgia
e tudo o que faz parte da nossa fé católica. Amar a Bíblia e gostar de
meditá-la todos os dias. Desejar estudar Teologia, Filosofia e tudo o mais que
o Magistério Sagrado da Igreja nos recomenda e ensina. Gostar de fazer
meditações, retiros espirituais e uma busca permanente de santidade. Almejar,
como disse São Paulo, atingir a estatura adulta de Cristo; ser um bom pastor para
as ovelhas.
4 – Desejar viver uma
vida de penitência, na simplicidade, na pobreza evangélica, na obediência
irrestrita aos superiores, aberto a todos por um diálogo franco.
Ser
tudo para todos. Estar disposto a obedecer sempre o seu bispo ou seu superior a
vida toda, qualquer que seja a decisão dele sobre você.
5 – Estar disposto a
dar até a vida pela Igreja, pelas almas e por Jesus Cristo.
Talvez
eu tenha sido um pouco exigente, mas para aquele que deseja ser um ‘sacerdote
do Deus Altíssimo’, creio que não se pode pedir menos do que isso. Quem opta
pela vida sacerdotal deve se entregar de corpo e alma a ela; não pode ser mais
ou menos sacerdote ou religioso. Seria uma frustração para a pessoa e
para Deus. É melhor ser um bom leigo do que um mal religioso.’
Fonte : *Artigo na íntegra
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