Ícone do Segundo Concílio Ecumênico de Nicéia
(Convento de Novodevichy, Moscou, Rússia)
‘No dia 11 de outubro
de 2012 celebra-se a abertura do Concílio Vaticano II, o 21º na lista dos
Concílios Ecumênicos.
Trata-se de uma
oportunidade histórica para lembrar os últimos 20 Concílios Ecumênicos.
Na verdade o primeiro
Concílio foi aquele de Jerusalém, citado por S. Lucas nos Atos dos Apóstolos
(cap. 15), em torno do ano 50. Chama-se Apostólico porque convocado pelos
Apóstolos para resolver algumas questões sobre os judeus convertidos ao
cristianismo e a sujeição à lei de Moisés.
Em seguida foram
celebrados alguns concílios locais.
Depois da paz de
Constantino e do Edito de Milão (na verdade, foi proclamado em Tessalônica), no
ano 313, o exercício da nova religião cristã foi reconhecido no Império e a
Igreja ganhou a sua liberdade no sentido de que saiu da clandestinidade: de
religião não lícita passou a ser reconhecida como religião lícita.
Define-se um Concílio
Ecumênico quando não é celebrado por uma Igreja particular, como por exemplo
aquele de Elvira (Espanha) no 304, e quando tem a característica de
universalidade, quando se convoca todo o Ecúmeno, ou seja os Bispos das várias
dioceses. Leva o nome da cidade onde foi celebrado.
I) – Primeiro Concílio
de Nicéia (Turquia -19 de Junho a 25 de Julho de 325)
Foi convocado pelo "Imperador Constantino para examinar a doutrina de Ário
que negava a divindade de Cristo. Este Concílio condenou a doutrina de Ário e
definiu o dogma da divindade de Cristo.
Formação do Símbolo Niceno (fórmula breve do Credo).
II) – Primeiro
Concílio de Constantinopla (Turquia - de maio a Julho de 381). Definiu o dogma
da divindade do Espírito Santo. O Espírito Santo é Deus, como o Pai e o Filho.
Formação do Símbolo Niceno-Costantinpolitano (fórmula longa do Credo).
III) – Concílio de
Éfeso (Turquia - 22 de Junho a 31 de Julho de 431). Contra Nestório, proclamou
o dogma de Maria Mãe de Deus, a Teothokos.
IV) – Concílio de
Calcedônia (8 de outubro a 1 de novembro de 451). Condenação do monofisismo.
Declaração de que em Cristo há duas naturezas (divina e humana), na única
pessoa divina.
V) – Segundo Concílio
de Constantinopla (Turquia -5 de maio a 2 de Junho de 553). Confirmação das
anteriores heresias cristológicas e trinitárias.
VI) – Terceiro
Concílio de Constantinopla (Turquia -7 de Novembro de 680 a 16 de Setembro de 681).
Condenação do monotelismo. Em Cristo há duas vontades (humana e divina), assim
como há duas naturezas, embora sendo uma a pessoa, aquela do Verbo.
VII) – Segundo
Concílio de Nicéia (24 de Setembro a 23 de outubro de 787). Sobre a licitude do
culto de veneração (e não de adoração) das imagens sagradas, colocando um ponto
final na luta iconoclasta.
Este segundo Concílio
de Nicéia é o último Concílio reconhecido pela Igreja Ortodoxa. O Oriente,
com o Concílio de Santa Sofia (879-880) decidiu não reconhecer mais os
Concílios celebrados mais tarde pela Igreja de Roma. Esta decisão foi um
precedente que levou ao cisma definitivo do 16 de Julho de 1054.
VIII) – Quarto
Concílio de Constantinopla (Turquia - 5 de Outubro de 869 a 28 de fevereiro de
870). Tentativa de resolver o cisma do Patriarca Fócio.
Confirma-se a licitude
do culto às imagens sagradas e o primado do Romano Pontífice.
IX) – Primeiro
Concílio de Latrão (Roma - 18 a
27 de marco de 1123). Contra o sistema da investidura leiga. Defende-se o
direito da Igreja na eleição e consagração dos Bispos. Também condena-se a
simonia.
X) – Segundo Concílio
de Latrão (Roma - 4 de abril de 1139). Formularam-se alguns cânones sobre a
disciplina do clero.
XI) – Terceiro
Concílio de Latrão (Roma, do 5 a
19 de março de 1179). Condenação da heresia cátara; promulgação das leis contra
a simonia; estabelecem-se normas e critérios para a eleição papal.
XII) – Quarto Concílio
de Latrão (Roma - 11 a
30 de Novembro de 1215). Condenação dos erros trinitários de Joaquim de Fiore.
Obrigação mínima da confissão e comunhão pascal. Definição da criação como ato
livre de Deus.
XIII) –Primeiro
Concílio de Lião (França - 28 de junho a 17 de julho de 1245). Ele reafirma a legitimidade
do novo casamento após a morte de um cônjuge. Esclarecimento sobre o
purgatório, inferno, céu.
XIV) - Segundo
Concílio de Lião (França -7 de maio a 17 de Julho de 1274). Elaborou-se um
regulamento para o conclave. Confirma-se a doutrina sobre o Espírito Santo,
sobre a sorte das almas depois da morte e sobre o primado do Romano Pontífice.
XV) – Concílio de
Viena (França – 16 de outubro de 1311
a 6 de maio de 1312). Supressão da Ordem dos Templários.
Sustenta-se que a alma é forma substancial do corpo.
XVI) – Concílio de
Constança (Suíça - 5 de Novembro de 1414 a 22 de abril de 1418). Solução do grande
cisma do Ocidente. Condenação dos erros de Wicleff e de Huss. Esclarece-se a
relação entre o Papa e o Concílio.
XVII) – Concílio de
Basiléia, Ferrara, Florença, Roma (Suíça - Itália, 23 de Julho de 1431 a 7 de maio de 1437).
Declarações sobre o Espírito Santo, sobre a Eucaristia e sobre os Novíssimos.
XVIII) – V Concílio de
Latrão (Roma - 3 de maio de 1512
a 16 de marco de 1517). Declarações sobre a imortalidade
da alma e decretos sobre a reforma da Igreja.
XIX) – Concílio de
Trento (Itália - Roma – 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de
1563).
Concílio da
Contra-Reforma para corrigir os erros de Lutero e confirmar e esclarecer a
doutrina da Igreja na sua totalidade.
XX) – Concílio
Vaticano I (8 de dezembro de 1869
a 18 de Julho 1870). Declaração sobre a Doutrina da fé
católica contra o liberalismo e o racionalismo. Sobre a estrutura da Igreja. Define-se
o Primado do Papa e a sua infalibilidade.
XXI) - Concílio
Vaticano II (11
de outubro de 1962 a
7 de dezembro de 1965).’
Fonte :
http://www.zenit.org/index.php?l=portuguese
* Monsenhor Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.
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