Por Maria Vanda (Ir. Maria Silvia, Obl. OSB)
São Lourenço serviu o sagrado Sangue de Cristo
São Lourenço (Espanha, 225? -
Roma, 10/Agosto/258).
Um dos diáconos da Igreja de Roma, foi martirizado
por
ordem do Imperador Valeriano I. A grelha na sua mão lembra
a forma
como foi matirizado, queimado lentamente numa
grelha.
|
São Lourenço serviu o sagrado Sangue de Cristo
A Igreja Romana apresenta-nos hoje o dia glorioso de São Lourenço quando ele calcou o furor do mundo, desprezou sua sedução e num e noutro modo venceu o diabo perseguidor. Nesta mesma Igreja – ouvistes muitas vezes – Lourenço exercia o ministério de diácono. Aí servia o sagrado sangue de Cristo; aí, pelo nome de Cristo, derramou seu sangue. O santo apóstolo João expôs claramente o mistério da ceia ao dizer: Como Cristo entregou sua vida por nós, também nós devemos entregar as nossas pelos irmãos (1Jo 3,16). São Lourenço, irmãos, entendeu isto; entendeu e fez; e da mesmíssima forma como recebeu daquela mesa, assim a preparou. Amou a Cristo em sua vida, imitou-o em sua morte.
Também
nós, irmãos, se de verdade amamos, imitemos. Não poderíamos produzir melhor
fruto de amor do que o exemplo da imitação; Cristo
sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguirmos suas
pegadas (1Pd 2,21). Nesta frase, parece que o apóstolo Pedro quer
dizer que Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas pegadas e que a morte
de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham em seu seguimento.
Seguiram-no os santos mártires até à efusão do sangue, até à semelhança da
paixão; seguiram-no os mártires, porém não só eles. Depois que estes passaram, a
ponte não foi cortada; ou depois que beberam, a fonte não
secou.
Tem,
irmãos, tem o jardim do Senhor não apenas rosas dos mártires; tem também lírios
das virgens, heras dos casados, violetas das viúvas. Absolutamente ninguém,
irmãos, seja quem for, desespere de sua vocação; por todos morreu Cristo. Com
toda a verdade, dele se escreveu: Que
quer salvos todos os homens, e que cheguem ao conhecimento da
verdade (1Tm 2,4).
Compreendamos, portanto, como pode o cristão seguir
Cristo além do derramamento de sangue, além do perigo de morte. O Apóstolo diz,
referindo-se ao Cristo Senhor: Tendo a
condição divina, não julgou rapina ser igual a Deus. Que majestade! Mas
aniquilou-se, tomando a condição de escravo, feito semelhante aos homens e
reconhecido como homem (Fl 2,7-8). Que
humildade!
Cristo
humilhou-se: aí tens, cristão, a que te apegar. Cristo se humilhou: por que te
enches de orgulho? Em seguida, terminada a careira desta humilhação, lançada por
terra a morte, Cristo subiu ao céu; sigamo-lo. Ouçamos o
Apóstolo: Se
ressuscitastes com Cristo, descobri o sabordas realidades do alto, onde Cristo
está assentado à destra de Deus (Cl 3,1).
--
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo (século V). Capturado In Portal dos Santos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário