segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Apostolado do Mar e o Migrante das Águas



Stella Maris’ é o título dado à Nossa Senhora pelos antigos navegantes, que se colo­cavam à sua guarda e proteção e tanto dependiam das estrelas para se orientar ao cruzar os mares.


Embora atue em todos os continentes, a Obra do Apostolado do Mar não é muito conhecida. Destaca-se pelo profundo zelo pastoral e humano à ‘gente do mar’ (navegantes, marítimos, alunos de insti­tutos náuti­cos e os que trabalham nos portos), às suas famílias, dependen­tes e comu­nidades associadas.

O início deste nobre empreendimento remonta a 1899 na cidade de Glasgow, na Escócia, fortemente ligado aos jesuítas e ao Apostolado da Oração. Tempos depois, em 1920, é agraciado com a bênção da Santa Sé.

Hoje, a alta direção está a cargo do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Mi­grantes e Itinerantes (PIME) e a coordenação está aos cuidados da Congregação dos Missionários de São Carlos Borromeu, conhecidos como Scalabrinianos, cujo carisma é lidar justamente com a mobilidade humana.

A Obra só deslanchou no Brasil em meados da década de 1970, por iniciativa de Dom David Picão, bispo diocesano de Santos.

Tendo como pano de fundo este porto, o maior da América Latina, relataremos uma dura rotina despercebida do povo em geral.

Os capelães e a equipe de visitadores – funcionários e leigos solidários – se deparam diariamente com inúmeras adversidades ao estabelecer contato nos navios atraca­dos: falta de pessoal fluente em inglês e falta de voluntários (há uma significativa diminuição no número de pessoas consagradas que se ocupam diretamente do minis­tério), ataque de piratas em pleno século XXI, sequestro de trabalhadores junto com as embarcações, más condições atmosféricas, perigo de acidentes em alto-mar ou no píer, pressões descabidas em torno do tempo de embarque e desembarque, salários atrasa­dos, tripulações abandonadas, doentes necessitando de amparo hospitalar, homicídios, suicídios, dentre outras mazelas.

Os visitadores acompanham os marítimos às casas de acolhida, conhecidas como ‘Stella Maris’ ou Seamen’s Center, e os trazem de volta ao porto.

Nestas casas, usufruem de atendimento espiritual: missa na capela ou mesmo nos navios, confissões e aconselhamentos para os católicos; local para cultos ecumênicos em conjunto com outras confissões religiosas, pois o trabalho pastoral é feito a todos, inde­pendente de raça, cultura, nacionalidade ou credo; além de serviços práticos de apoio ao doente, hospedagem, transporte, telefonia, internet, sala de jogos, recrea­ção e biblioteca, apesar dos recursos cada vez mais limitados.

Os ‘migrantes das águas’ - como também são conhecidos – têm diferentes origens e costumes, mas são recebidos como filhos de Deus. Em seguida, partem para seus destinos revigorados e reconfortados com a benção do Senhor.


Para conhecer melhor e/ou participar da Obra do Apostolado do Mar, contacte o coordenador da região América Latina e Caribe, diretor nacional e capelão do porto de Santos – Padre Samuel Fonseca Torres, C.S. (stellamarissantos@yahoo.es) na avenida Washington Luis, 361 – canal 3 – Boqueirão – Santos – SP - fone +55 (13) 3234-8910 e 9772-1191


Fontes:




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