Por Eliana Maria
(Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Como viver a espiritualidade do Imaculado Coração de
Maria hoje? Alguns pensam que seja rezar uma novena, fazer algumas orações
piedosas, colocar velas e flores diante de sua imagem. Novenas, velas e flores
fazem parte. Nas igrejas dedicadas a ela sempre há desses adornos oferecidos
com devoção.
Santo Antônio Maria Claret, porém, falava de outro
modo de viver sua experiência devocional ao Imaculado Coração : a devoção à
Mulher Revestida de Sol. Ele se sentia descendente da Mulher, de cujo Coração
irradiava sobre si, luz e chamas como o sol que ilumina e incendeia. Claret
sentia-se irradiado pelo calor desta luz que o envolvia e o fazia incandescer
como o ferro abrasado na forja do ferreiro até ser moldado na mais bela peça
artística, fruto da mente criativa de seu autor.
Quarenta e sete anos depois de Claret, uma Mulher
Revestida de Sol aparece para três crianças em Fátima, que após afirmarem sua
disposição de servir a Deus, viram-na abrindo suas mãos e comunicando-lhes uma
luz radiante muito intensa, um reflexo que delas irradiava e lhes penetrava
como chama ardente, no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-as verem-se a si
mesmas em Deus. O pequeno São Francisco de Aljustrel dizia que o sol era a
candeia de Nosso Senhor. A Virgem não tem uma luz pessoal, uma luz própria. A
luz de Nossa Senhora é sinal da presença de seu Filho, Filho de Deus.
A postuladora da causa destas crianças, Irmã Ângela
Coelho, afirma que os três Pastorinhos viram-se a si mesmos naquela luz imensa,
como o sol, que era Deus e que lhes foi comunicada por Nossa Senhora. Ver-se a
si mesmo no clarão desta luz significa ter a mais bela e gratificante experiência
do ápice da vida. A sensação é semelhante àquela dos discípulos na
transfiguração sobre o alto monte. Exprime a fisionomia de Jesus Ressuscitado,
contemplada pela ótica do olhar divino. Ver-se a si mesmo iluminados pela luz
de Deus é perceber o olhar com o qual Deus nos olha e já não vê mais Adão em
nós, mas Jesus Glorioso.
A espiritualidade Claretiana nasce e se afirma na
esperança Cordimariana. A virtude da esperança nos é concedida pelo cultivo da
oração que brota da percepção consciente de que Maria é Mãe e que está
realmente presente na vida de seus filhos que a ela se abrigam e a ela servem.
Foi Ela quem perguntou em Fátima se os videntes queriam realmente não escolher
uma vida medíocre para oferecerem-se e servirem a Deus. Algo como aquilo que
sucede pelas renúncias e escolhas que fazemos nas renovações batismais, nas
consagrações religiosas ou quando Jesus toma a decisão de mergulhar nas águas
do Jordão.
O oferecimento de uma vida a Deus, em especial gesto
de consagração e serviço filial ao Imaculado Coração de Maria, comove de amor o
Terno Coração, de tal modo que a luz do sol que a reveste, brilha e realça as
vidas de seus filhos, aquece seus corações, ilumina o seu olhar sobre si com o
clarão celestial e reafirma a esperança do triunfo final do Imaculado Coração.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/por-fim-o-meu-imaculado-coracao-triunfara.html
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