Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Pedro é o apóstolo
mais conhecido dos evangelhos e em todos ele assume um papel de liderança.
Pedro significa ‘rocha’, ‘pedra’, isto é, algo firme, sólido e constante. Tal
nome, em um primeiro momento, parece não fazer sentido para uma pessoa que
possui como características a inconstância e a impulsividade.
Antes
de seu encontro com Jesus seu nome era Simão. Foi o próprio Jesus que, fixando
nele o olhar, disse : ‘Tu és Simão, filho de João; chamar-te-ás Cefas [que
significa pedra]’ (Jo 1,42). Jesus não tinha o costume de mudar o nome de seus
discípulos, mas o fez com Pedro. O seu nome era na verdade um mandato que ele
recebia do Senhor. Dessa forma, para que Pedro se tornasse verdadeiramente uma ‘rocha’
seria preciso passar por um caminho de transformação. Pedro é, talvez, o
apóstolo que mais expressa aquilo que cada cristão é como seguidor do Senhor e,
ao mesmo tempo, a possibilidade que cada cristão tem de se transformar no
caminho de seguimento de Jesus Cristo.
Pedro,
em sua humanidade, deixa transparecer as suas fraquezas, o medo e até mesmo a
covardia, características que são notadas em todo cristão que está no caminho
de seguimento de Jesus Cristo. Porém, Pedro revela que a fé não anula a
fragilidade humana, ao contrário, faz com que cada discípulo de Cristo tome
consciência de sua fragilidade e se coloque no caminho de transformação e
conversão.
A
inconstância de Pedro é muito clara nos diversos relatos dos evangelhos; ao
mesmo tempo em que ele professa a sua fé em Jesus Cristo reconhecendo-o como
Messias (cf. Mt 16,16), não aceita o sofrimento e a morte violenta que o
Messias deveria passar em Jerusalém, por isso chama Jesus à parte para tentar
dissuadi-lo : ‘Deus não o permita, Senhor! Isso jamais te acontecerá’ (Mt
16,22). O sofrimento e a morte pela qual Jesus deveria passar não condiziam com
a imagem do Messias esperado por Pedro, por isso o mesmo que fora chamado pelo
Messias a ser a pedra na qual edificaria a sua Igreja (cf. Mt 16,18) então era
é chamado de pedra de tropeço (cf. Mt 16,23).
A
fé de Pedro é consolidada mediante o processo de vivência e de escuta atenta do
Senhor. Ora Pedro manifesta uma fé madura e inspirada pelo Espírito quando
reconhece Jesus como Filho de Deus (cf. Mt 16,16), ora é repreendido por Jesus
por não pensar como Deus e sim como os homens (cf. Mt 16,23). A fé é um caminho
de consolidação, de experiência com Deus, de conversão e transformação. Pedro,
apesar de sua inconstância e contradições, é capaz de permanecer firme no
seguimento de Jesus, professa uma fé verdadeira no Messias, que é o único que
tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6,68).
A
fé de Pedro ensina a todo cristão que Deus chama seus seguidores em sua
integralidade, com suas virtudes e fraquezas. A fé de Pedro está na sua
humanidade frágil que busca corresponder ao chamado divino. Pedro é um homem de
fé porque acreditou que Deus poderia transformar sua história convertendo-o de
simples pescador a líder da Igreja de Jesus Cristo. Sua fé se manifesta na
abertura e disponibilidade de deixar-se transformar pelo Espírito de Deus.’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/pedro-um-homem-de-fe.html
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