domingo, 8 de dezembro de 2013

Os Dons de Maria

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
 
* Artigo de Salvatore M. Perrella,
professor de dogmática e mariologia na
Pontifícia Faculdade Teológica Marianum, em Roma.
 
 
‘A 8 de Dezembro de cada ano, emblematicamente durante o percurso litúrgico-espiritual do Advento, cada crente é chamado a olhar com admiração e grande alegria para a Mãe de Jesus. A este propósito, a Igreja, no seu passado e conspícuo magistério, privilegiou relacionar a via da beleza com as «grandes coisas» (cf. Lc 1, 49a) da Conceição Imaculada da Mãe do Redentor, dom maravilhoso de redenção sancionado por um acto dogmático ex cathedra por Pio IX a 8 de Dezembro de 1854, depois de séculos de exasperados debates teológicos. À luz da tradição e do aprofundamento teológico contemporâneo, os bispos de Roma deram também eles uma contribuição para a ilustração do dogma de 1854. O Papa Wojtiła, por exemplo, analisou de modo particular esta verdade primeiro na encíclica Redemptoris Mater de 1987 e depois nas cinco Catequeses marianas pronunciadas entre Maio e Junho de 1996.
 
O dogma definido por Pio IX em 1854 não introduziu uma nova verdade, mas apenas declarou e propôs com autoridade quanto a Igreja na sua globalidade sempre intuiu e, não obstante e graças aos debates teológicos, acreditou acerca da sublime redenção e da eminente santidade da Mãe do Santo de Deus.
 
Também Bento XVI, o Pontífice bastante sensível às virtudes teologais (fé-esperança-caridade) que não devem ser postas de lado devido à hegemonia da cultura e à posição relativista e hedonista do tempo e do homem de hoje, se pronunciou várias vezes sobre o grande mistério das santas origens da Theotokos.
 
Maria Imaculada, mulher de relações santas e duradouras num contexto de fragilidade e de descontinuidade inter-relacional, quer devido a uma sociedade que não facilita o encontro e a compreensão entre pessoas e gerações, quer devido a uma fé débil, cansada e farisaica, que não sabe comunicar nem fazer fluir o amor cristão, estimula a Igreja e os crentes «a crer na força revolucionária da ternura e do afecto. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos débeis mas dos fortes […]. Esta dinâmica de justiça e de ternura, de contemplação e de caminho rumo aos outros, é o que faz com que ela seja um modelo eclesial para a evangelização» (Papa Francisco, Evangelii gaudium, 288). O dogma da Imaculada Conceição declina, sobretudo no nosso tempo, a actualidade e a força evangelizadora da obra de Deus (cf. Lucas 1, 49), que por isto se fez Deus-connosco em Jesus seu Filho, na amorosa determinação e concretização do seu desígnio de perdão e salvação, gravados nas palavras cheias de futuro e de esperança para todos: «Eis que eu renovo todas as coisas!» (Apocalipse 21, 5).’
 
 
Fonte :
 
 
 

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