Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo do Padre Juan Ávila Estrada
Não se evangeliza condenando
as posturas alheias, mas dando a vida pelas próprias
‘Evangelizar
(‘dar a boa notícia’) é a grande tarefa da Igreja; é para isso que ela
foi fundada, enviada e sustentada pela força do Espírito Santo.
Esta
boa notícia não é outra coisa a não ser o amor de Deus, um amor tão
incondicional, tão absoluto, tão veraz como a cruz; um amor que não é
simplesmente ‘pela humanidade’ (expressão que fala muito, mas não diz
nada), mas por mim e por você; um amor que não é produto da ganância ou da
conquista pessoal, mas gratuidade benevolente do Senhor.
É
um amor gratuito, tão gratuito, que não é merecido nem está sujeito às mudanças
do nosso comportamento – ainda que necessariamente conduza a elas.
Não
é fácil evangelizar, pois isso requer a experiência pessoal do amor de Deus, da
sua ternura, da sua compaixão e do seu ‘fazer novas todas as coisas’ em
mim; sem isso, podemos simplesmente transmitir verdades de fé reveladas pela
Escritura, mas que correm o risco de nos tornar cristãos frios, desses que
defendem conceitos, mas não permitem que estes transformem a própria vida.
Evangelizar
não é ameaçar com a condenação eterna todos aqueles que fazem o mal; não é levantar
a espada da justiça contra todos os pecadores, marginalizando-os e
etiquetando-os como perdidos; tampouco é declará-los inimigos da própria causa
só porque talvez sua ignorância não lhes permitiu ver a verdade, que é Jesus.
Luz
Evangelizar
é mostrar os braços abertos de Jesus na cruz, que diz : ‘Eu fiz tudo isso
por você’. É isso que realmente transforma o coração e nos leva à
experiência de uma vida nova.
Evangelizar
é acender uma luz. Mas como se acende esta luz? Mostrando a verdade. Que
verdade? A verdade de uma pessoa, a verdade que é Jesus : ‘Eu sou o caminho,
a verdade e a vida’. Só que este conhecimento da pessoa de Jesus não se
limita a ‘saber coisas’ sobre Ele, mas significa viver a experiência do seu
amor, compreender que o que Ele fez tem relação direta comigo.
Não
se evangeliza enchendo a cabeça de conceitos. Uma fé que só toca a razão pode
nos tornar fanáticos; por outro lado, uma fé que só toca as emoções pode nos
tornar instáveis. Mas uma fé que toca a razão, a vontade e as emoções é tão poderosa,
que transforma a vida de maneira notável.
É
aqui que o comportamento se transforma; é aqui que se aprende que, pela fé, não
se tira a vida de ninguém, mas se entrega a própria vida pelo bem dos outros.
Evangelizar
não é abrir as portas do inferno para os pecadores, mas declarar o amor de Deus
a cada pessoa, para que esse amor leve à conversão. É mostrar o rosto da Igreja
: rosto da misericórdia e do respeito, rosto da bondade e do acolhimento, rosto
daquela que é Mãe e Mestra.
Porque
evangelizar é curar as feridas com o amor de Deus.’
Fonte : *Artigo na íntegra https://pt.aleteia.org/2020/11/29/o-que-significa-evangelizar/
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