Este artigo foi gentilmente cedido por Dom João Evangelista Kovas, OSB,
monge beneditino do Mosteiro de São Bento de São Paulo.
Após cinquenta dias da festa da Páscoa, a Igreja comemora o seu momento fundador, a Solenidade de Pentecostes, na qual é feita a memória daquele momento histórico da descida do Espírito Santo: “Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. E todos ficaram repletos do Espírito Santo” (At 2,1s.4a).
Durante todo o Tempo Pascal, acompanhamos na liturgia as leituras bíblicas que falam da ressurreição de Jesus e dos momentos que ele apareceu para seus discípulos, incentivando-os a continuar sua missão de anunciar a todo o mundo a Palavra de Deus. Essas conversas com o ressuscitado vão revelando aos poucos para os discípulos o sentido espiritual da missão de Jesus.
Antes, enquanto Jesus caminhava com seus discípulos pela Galiléia e Judéia e pregava a todo o povo a respeito da Palavra de Deus, na maioria das vezes, ele era reconhecido como um grande Rabi, ou seja, um pregador sábio itinerante capaz como ninguém de explicar a palavra de Moisés e dos profetas aos judeus.
Em algumas poucas ocasiões, seus milagres e a eloqüência de sua sabedoria fazia muitos imaginarem que Jesus era um messias político, o qual restauraria a monarquia de Israel, conforme sugeria as antigas profecias.
Mesmo entre os seus discípulos, a missão de Jesus era confundida, como se ela fosse fundamentalmente política. Para o povo judeu da época, como a maioria dos povos antigos, religião e política não se separam. Garantir a liberdade de culto e os costumes religiosos é o mais importante. O braço secular tinha essa especial responsabilidade, encontrava nisso sua razão de ser maior. Por isso, quando surge a suspeita de que Jesus era realmente o messias esperado, sua missão não poderia deixar de ser vista como política, no sentido de restaurar mesmo uma espécie de governo nacional.
Antes, enquanto Jesus caminhava com seus discípulos pela Galiléia e Judéia e pregava a todo o povo a respeito da Palavra de Deus, na maioria das vezes, ele era reconhecido como um grande Rabi, ou seja, um pregador sábio itinerante capaz como ninguém de explicar a palavra de Moisés e dos profetas aos judeus.
Em algumas poucas ocasiões, seus milagres e a eloqüência de sua sabedoria fazia muitos imaginarem que Jesus era um messias político, o qual restauraria a monarquia de Israel, conforme sugeria as antigas profecias.
Mesmo entre os seus discípulos, a missão de Jesus era confundida, como se ela fosse fundamentalmente política. Para o povo judeu da época, como a maioria dos povos antigos, religião e política não se separam. Garantir a liberdade de culto e os costumes religiosos é o mais importante. O braço secular tinha essa especial responsabilidade, encontrava nisso sua razão de ser maior. Por isso, quando surge a suspeita de que Jesus era realmente o messias esperado, sua missão não poderia deixar de ser vista como política, no sentido de restaurar mesmo uma espécie de governo nacional.
As visitas de Jesus ressuscitado a seus discípulos vão desfazendo essa falsa idéia, deixando mais claro para eles o que Jesus já dizia desde o início, o caráter eminentemente religioso de sua vinda.
Além dessas visitas, a última conversa dele com seus discípulos, após a Santa Ceia, momentos antes de sua captura pelos guardas do Templo, também é especialmente esclarecedor a respeito de sua missão. Ela só seria realmente reconhecida e assumida como missão dos discípulos, encabeçados pelos Apóstolos, a partir de Pentecostes.
O sentido espiritual estava como que escondido para eles. Apenas a vinda do Espírito Santo abriu-lhes a inteligência, para algo que dificilmente – senão impossível!– poderiam compreender.
Jesus veio para introduzi-los no Reino de Deus, não criar uma mera cópia dele na terra. E desde o início Jesus lhes dizia, o que o Pai deseja é que eles fossem adoradores “em Espírito e Verdade” (cf. Jo 4,23s).
Enfim, o Reino de Deus é a vida no Espírito Santo. Apenas essa vida abre a perspectiva do autêntico louvor a Deus, no qual os anseios mais profundos do ser humano e ao mesmo tempo sua dignidade de filhos de Deus toma a sua real dimensão.
Nesse novo ato de louvor, um novo povo é constituído. É o Espírito Santo, o Prometido do Pai, como dizia Jesus, que funda o povo novo de adoradores.
Além dessas visitas, a última conversa dele com seus discípulos, após a Santa Ceia, momentos antes de sua captura pelos guardas do Templo, também é especialmente esclarecedor a respeito de sua missão. Ela só seria realmente reconhecida e assumida como missão dos discípulos, encabeçados pelos Apóstolos, a partir de Pentecostes.
O sentido espiritual estava como que escondido para eles. Apenas a vinda do Espírito Santo abriu-lhes a inteligência, para algo que dificilmente – senão impossível!– poderiam compreender.
Jesus veio para introduzi-los no Reino de Deus, não criar uma mera cópia dele na terra. E desde o início Jesus lhes dizia, o que o Pai deseja é que eles fossem adoradores “em Espírito e Verdade” (cf. Jo 4,23s).
Enfim, o Reino de Deus é a vida no Espírito Santo. Apenas essa vida abre a perspectiva do autêntico louvor a Deus, no qual os anseios mais profundos do ser humano e ao mesmo tempo sua dignidade de filhos de Deus toma a sua real dimensão.
Nesse novo ato de louvor, um novo povo é constituído. É o Espírito Santo, o Prometido do Pai, como dizia Jesus, que funda o povo novo de adoradores.
Por isso, a vida da Igreja encontra o início e o ápice de todas as suas ações no mundo na liturgia (cf. Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, nº 10).
Desse autêntico louvor, a Igreja é edificada em Jesus, pois recebemos do seu Espírito, o mesmo Espírito que é expressão perfeita do amor do Pai pelo Filho e vice-versa.
Assim se edifica um Povo Novo, a Igreja de Jesus, que não se confunde com nenhum governo nacional, mas é força espiritual para todo o mundo. Celebrar Pentecostes é celebrar a festa do Espírito. É ele mesmo que exulta em nós as obras do amor, encaminhando-nos a elas e adiantando já aqui na terra, sobretudo na liturgia, algo da plenitude futura do Reino de Deus.
Desse autêntico louvor, a Igreja é edificada em Jesus, pois recebemos do seu Espírito, o mesmo Espírito que é expressão perfeita do amor do Pai pelo Filho e vice-versa.
Assim se edifica um Povo Novo, a Igreja de Jesus, que não se confunde com nenhum governo nacional, mas é força espiritual para todo o mundo. Celebrar Pentecostes é celebrar a festa do Espírito. É ele mesmo que exulta em nós as obras do amor, encaminhando-nos a elas e adiantando já aqui na terra, sobretudo na liturgia, algo da plenitude futura do Reino de Deus.
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