Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo
da Redação da Aleteia
‘Autores
de espiritualidade em todas as épocas da história do cristianismo abordaram
o simbolismo espiritual do deserto, tanto para recordar que
a dimensão material está sempre sujeita à escassez quanto para recordar,
também, que mesmo a abundância material pode ser desértica espiritualmente.
Em
artigo publicado em março deste ano pelo site da agência católica
portuguesa Ecclesia, o professor universitário Miguel
Oliveira Panão também apresentou suas reflexões sobre este clássico
simbolismo :
4 características
simbólicas do deserto
1 – Silêncio
Não
há no deserto os ruídos do mundo, comenta o professor : ‘apenas o som do
vento e do nosso respirar’. O ambiente externo de silêncio evoca também o
silêncio interno, capaz de nos esvaziar dos tantos afãs do dia-a-dia e,
portanto, de nos ajudar a acolher melhor a Palavra, o Verbo – que, aliás, tem
rosto e tem nome.
2 – Renúncia
Entre
os muitos apegos modernos não há somente os materiais, mas também os mentais :
apegos a gratificações instantâneas que servem de validação para a própria
existência e sem as quais os momentos de tédio se tornam um verdadeiro
tormento. Renunciar é desapegar-se das validações dos outros e um convite a
encontrar essa validação numa saudável ecologia do coração, como diria o Papa
Francisco. A ecologia do coração procura a boa prática das palavras bondosas e
edificantes : palavras de gratidão, por exemplo.
3 – Essencialidade
O
essencial se conecta com o próprio desenvolvimento da capacidade de renúncia,
pois, ao renunciar ao supérfluo, compreendemos mais claramente o que é de fato
é essencial em nossa vida. Quais são os valores que orientam as nossas
escolhas?
4 – Solitude
Não,
não é o mesmo que solidão. O teólogo Paul Tillich dizia que a linguagem criou
a palavra solidão para expressar a dor de estarmos sós,
enquanto a palavra solitude foi criada para expressar a glória
de estarmos a sós. Parecem sinônimos, mas não são : a solitude é, de certo modo, um
antídoto para a solidão, pois quem sabe se encontrar com os seus pensamentos
também saberá encontrar-se melhor com os pensamentos dos outros.’
Fonte :
*Artigo na íntegra
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