sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Santos Arcanjos : Miguel, Gabriel e Rafael

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Oração aos ARCANJOS

        

SÃO MIGUEL


          São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, cobri-nos com vosso escudo contra os embustes e ciladas do demônio, subjugue-o Ó DEUS, instantemente o pedimos; e vós príncipe da Milícia Celeste, pelo Divino poder, precipitai no inferno a satanás e a todos os outros espíritos malignos que andam vagando pelo mundo, procurando perder as almas. Amém.  

           SÃO GABRIEL

          Ó poderoso Arcanjo São Gabriel, a vossa aparição à Virgem Maria de Nazaré trouxe ao mundo, que estava mergulhado em trevas, luz. Assim falastes à Santíssima Virgem; "Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é contigo... o Filho que de ti nascer será chamado Filho do Altíssimo".
São Gabriel intercedei por nós junto à Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, Salvador. Afastai do mundo as trevas da descrença e da idolatria. Fazei brilhar a luz da fé em todos os corações. Ajudai a juventude a imitar Nossa Senhora nas virtudes da pureza e da humildade. Dai força a todos os homens contra os vícios e o pecado.
São Gabriel! Que a luz da vossa mensagem anunciadora da Redenção do gênero humano, ilumine o meu caminho e oriente toda a humanidade rumo ao Céu.

 SÃO RAFAEL
             
            
         Poderoso Arcanjo São Rafael, vós que estais sempre vigilante diante da face do Deus Altíssimo, que vos dignastes orientar Tobias para chegar a um feliz casamento, que nos prevenistes que o demônio Asmodeu, que fez morrer os sete noivos de Sara, ainda hoje se intromete nas famílias que se afastam dos mandamentos de Deus e este espírito maligno desmancha a felicidade do casal e desune os membros da família eu vos peço, guiai os jovens namorados, orientai os casais de noivos para cheguem a um feliz casamento; sede sentinela vigilante à porta de todos os lares cristãos para impedir a entrada do mau espírito da desconfiança, da desarmonia, da discórdia, da infidelidade, do ciúme e do ódio.
São Rafael, fazei reinar em nossas famílias o amor, o respeito e a compreensão entre esposo e esposa e entre pais e filhos; fazei florescer a verdadeira felicidade em todos os lares.
São Rafael, abençoai-nos e defendei-nos. Amém.

Fonte :

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SANTA MÔNICA


p/ Ma. Vanda Andrade da Silva
(Ir. Maria Silvia Obl-osb/SP)

      








              Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo.
                        


Estando bem perto o dia em que ela deixaria estavida - dia que conhecia e que ignorávamos - aconteceu por oculta disposição tua, como penso, que eu e ela estivéssemos sentados sozinhos perto da janela que dava para o jardim da casa onde nos tínhamos hospedado, lá junto da Óstia Tiberina. Ali, longe do povo, antes de embarcarmos, nos refazíamos da longa viagem. Falávamos a sós, com muita doçura e, esquecendo-nos do passado, com os olhos no futuro,  indagávamos entre nós sobre a verdade presente, quem és tu, como seria a futura vida eterna dos santos, que olhos não viram, nem ouvidos ouviram nem subiu ao coração do homem  (cf. 1Co 2,9). Mas ansiávamos com os lábios do coração pelas águas celestes da tua fonte, fonte da vida que está junto de ti.

             Eu dia estas coisas, não deste modo nem com estas palavras. No entanto, Senhor, tu sabes que naquele dia, enquanto falávamos, este mundo foi perdendo o valor, junto com todos os seus deleites. Então disse ela:   "Filho quanto a mim nada mais me agrada nesta vida .  Que faço ainda e porque ainda aqui estou, não sei.  Toda a esperança terrena já desapareceu. Uma só coisa fazia-me desejar permanecer por algum tempo nesta vida: ver-te cristão católico,  antes de morrer. Deus me atendeu com a maior generosidade, porque te vejo até como seu servo, desprezando a felicidade terrena. Que faço aqui?"

            O que lhe respondi, não me lembro bem. Cinco dias depois, talvez, ou não muito mais, caiu com febre. Doente, um dia desmaiou, sem conhecer os presentes. Corremos para junto dela, mas recobrando logo os  sentidos, viu-me a mim e a meu irmão e disse-nos, como que procurando algo semelhante: "Onde estava eu?"

           Em seguida, olhando-nos, opressos pela tristeza, disse: "Sepultai vossa mãe". Eu me calava  e retinha as lagrimas. Mas meu irmão falou qualquer coisa assim que seria melhor não morrer em terra estranha, mas na pátria. Ouvindo isto, ansiosa, censurando-o com o olhar por pensar assim, voltou-se para mim: "Vê o que diz". Depois falou a ambos. "Ponde este corpo em qualquer lugar. Não vos preocupeis com ele. Só vos peço que vos lembreis de mim no altar de Deus, onde quer que estiverdes".  Terminando como pôde de falar, calou-se e continuou a sofrer com o agravamento da doença.  Finalmente, no nono dia da sua doença, aos cinquenta e seis anos de idade e no trigésimo terceiro da minha vida, aquela alma piedosa e santa libertou-se do corpo.

                                (In Liturgia das Horas Livro IV,  Tempo Comum - pg. 1231/1232).       

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Exaltação da Santa Cruz

p/ Maria Vanda A, silva
(Ir. Ma. Silvia - obl.osb-sp)






                                                       " Mysterium Crucis"
                                                             Henri de Lubac


                                Qualquer que seja  o dom[inio aonde a sua reflexão o levou, o cristão é sempre reconduzido, como por um peso natural, à contemplação da Cruz.

                                 Todo o mistério do Cristo é um mistério de ressurreiçào, mas taambém um mistério de morte. Um não vai sem o outro, e uma mesma palavra os exprime: Páscoa.  Páscoa é a "passagem". Alquimia de todo ser, separação de alguém consigo mesmo, a qual ninguém pode ter a pretensão de escapar, Negação de todos os valores naturais em seu ser natural, renúncia àquilo mesmo pelo qual o indivíduo se tinha ultrapassado.

                                 Por mais autêntica e pura que seja a visão de unidade que inspira e orienta a atividade do homem, ela deve, portanto, começar por desaparecer, se quiser tornar-se realidade. A grande sombra da cruz deve recobrí-la

                                 A humanidade não se unirá, senão renunciando a tornar-se a si mesmo como fim. No fundo, o homem não quer e não ama a humanidade, senão segundo o mesmo movimento natural em que ele se quer e se ama a si mesmo.  Ora, Deus é essencialmente Aquele que não  admite partilha. Aquele que devemos amar unicamente, sob pena de não o amar E se é verdade  que ninguém amará a humanidade por ela mesma, e não com amor ainda egoísta, senão à medida em que a ama em Deus unicamente amado, esta verdade não nos aparece de início tão evidente, que ela possa suprimir a realidade do sacrifício. O humanismo cristão dever ser um humanismo convertido. De nenhum amor natural passamos, sem mais nem menos, ao amor sobre natural. é preciso que a gente se perca para se reencontrar. Dialética espiritual cujo rigor se impõe à humanidade e a cada indivíduo, isto é, ao meu amor do homem e dos homens e ao meu amor por mim mesmo.  Lei do "êxodo", lei do "êxtase".  Se ninguém deve evadir-se da humanidade, a humanidade inteira deve morrer a si mesma em cada um dos seus membros, para, assim, viver, transfigurada em Deus. Não há fraternidade definitiva, senão numa comum Adoração. "A glória de Deus é o homem vivo"- mas o homem não tem acesso à Vida na única sociedade total capaz de existir, senão pelo "só a Deus a glória".  Tal é a Páscoa universal, que prepara a Cidade de Deus. Pelo Cristo mortoo na Cruz, a humanidade que ele trazia inteira em si, se renuncia e morre.

                               Mas este mistério é mais profundo ainda. Aquele que carregava em si todos os homens, estava abandonado de todos. O Homem universal morreu só. Plenitude da Kênose, isto é, do "aniquilamento", e perfeição do sacrifício. Era necessário esse abandono - e até esse abandono do Pai - para  realizar a reunião.

                               Mistério de solidão e mistério de dilaceramento, sinal único da reunião e da unidade.  Espada sagrada, que vai até a separar a alma do espírito, mas para aí fazer penetrar a Vida Universal: "Ó Tu, que és só entre os sós, e que és tudo em todos".  "Pelo madeiro da Cruz, conclui S. Irineu, a obra do Verbo de Deus se tornou manifesta a todos, suas mãos ali se estenderam para reunir todos os homens. Duas mãos estendias porque há dois povos disperso sobre a terra. Uma só Cabeça no centro, porque há um só Deus acima de todos, no meio de todos e em todos".


                                                                            "In  Catholicisme, Aubier, pg.322-324".
                                         

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Natividade de Nossa Senhora

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)



Do 'Sermão do Nascimento da Mãe de Deus'

              ‘Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede-o para que nasceu. Nasceu para que dEla nascesse Deus. (...) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus’ .

 
Fonte :
Padre António Vieira, missionário português da Companhia de Jesus e um dos mais influentes personagens do século XVII