Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
‘Para que fique bem claro, o segundo mandamento da lei divina é ‘Não
pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão!’ (Ex 20,7) e isso requer uma
atenção redobrada porque, em muitos casos, as pessoas podem cometer pecados sem
que saibam que era pecado.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2144, recorda :
‘A deferência para com o nome de Deus exprime o respeito que é devido ao
mistério do próprio Deus e a toda a realidade sagrada que ele evoca’. Tendo
essa compreensão é necessário que, para manter esse respeito, a pessoa saiba
distinguir o que fere o nome santo do Senhor. Dentre os pecados que vão ao
encontro do segundo Mandamento, observe-se blasfêmia, autossuficiência e
mentira.
A blasfêmia é o pecado que mais fere a dignidade do nome de Deus : ‘A
blasfêmia opõe-se diretamente ao segundo mandamento. Ela consiste em proferir
contra Deus – interior ou exteriormente – palavras de ódio, de ofensa, de
desafio, em falar mal de Deus, faltar-lhe deliberadamente com o respeito,
abusar do nome de Deus’ (Catecismo da Igreja Católica, 2148). O
blasfemador desse nome é uma pessoa que não reconhece a soberania e a santidade
de Deus e acha que pode dizer o que quer sem que lhe traga algum prejuízo.
Engana-se! O maior prejuízo será para ela perder o Céu caso não se arrependa e
mude de conduta. Vale lembrar que ‘(…) a proibição da blasfêmia se estende às
palavras contra a Igreja de Cristo, os santos, as coisas sagradas. É também
blasfemo recorrer ao nome de Deus para encobrir práticas criminosas, reduzir
povos à servidão, torturar ou matar. O abuso do nome de Deus para cometer um
crime provoca a rejeição da religião’ (Catecismo da Igreja Católica,
2148).
Quanto ao pecado da autossuficiência é o ser humano achar que tudo lhe é
possível e que ele não depende do nome de Deus para nada. Por exemplo : pais
que não batizam o filho ou pessoas que não querem ser batizadas e acham que a
vida segue normalmente sem a necessidade de ser batizado ‘em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo’ pecam por autossuficiência. Receber o Batismo é, por
sua vez, acolher o nome do Deus, que é Pai e Filho e Espírito Santo e, por meio
desse nome, receber a sua divina proteção. ‘No começo do dia, de uma oração e
também de tarefas importantes, o cristão coloca-se sob o ‘sinal da cruz’ e
inicia a sua ação em ‘nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo’. A invocação
nominal do Deus trino, por quem estamos cercados de todos os lados, santifica
as coisas que empreendemos; ela concede-nos a bênção e fortalece-nos nas
dificuldades e nas tentações.’ (Catecismo Jovem da Igreja Católica – Youcat,
360)
Já o pecado da mentira é ferir a plena verdade que o nome de Deus traz
consigo : ‘Dizer a alguém o seu nome é um sinal de confiança. Se Deus nos disse
o seu nome, é porque Ele se dá a conhecer e porque nos permite o acesso a Ele
mediante esse mesmo nome. Deus é todo verdade; por isso, peca gravemente quem
invoca a verdade e o nome de Deus para testemunhar uma mentira’ (Catecismo
Jovem da Igreja Católica – Youcat, 359). A mentira em si
já é pecado e mentir usando o nome Deus o é mais ainda, porque é querer reduzir
a plena verdade que é Deus a um fato ilusório, falso. Condutas como essas não
convêm, de forma alguma, a um cristão que busca viver em Deus e para
Deus.
Diante de tais constatações que ferem o santíssimo nome do Senhor, que
não falte no coração e na mente de toda pessoa, e particularmente dos jovens, o
espírito de reflexão interior para ter o máximo cuidado de não tomar o nome de
Deus em vão.
Se assim o fizer, sua vida não somente estará em perfeita comunhão com
Deus, mas terá credibilidade diante dos irmãos e irmãs. Boa reflexão interior!’
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/pecados-que-agridem-o-nome-de-deus.html
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