quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ruínas da cidade

Por Salete Therezinha (Ir. Catarina de Sena, Obl. OSB)



Altiva e resistente
A árvore - solitária - se desvenda
Aos olhos curiosos e sensíveis.


Ó homens! Que figuras estranhas produzis com vossas mãos

As mãos talham agressivamente
E a natureza se oferece numa plasticidade, ao mesmo tempo,
Admirável e assombrosa.

Ah! Se o olhar soubesse demorar um pouco mais
- transpor as primeiras impressões...
a brincadeira de imaginar formas -
Tremeria de espanto ao ver se revelar
O peso da imobilidade.

Um tronco de árvore?...
Um contorno de ave?...
Um fragmento de vida se extinguindo...

Uma árvore devastada,
Isolada na agitação da cidade
- Sutilmente - ela imita uma ave.
Mas quanta impressão dolorosa!
Essa árvore... essa ave...imponentes carcaças.

A imaginação nos ilude,
Por alguns instantes distrai.
A consciência nos desperta para a natureza agonizante.
E molestada pelas mãos estúpidas,
Sua voz se plastifica.

Ah! Quantos monumentos, assim,
Espalhados pela cidade...
Surpreendentemente esculpidos, brutalmente estéreis.

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