quarta-feira, 6 de março de 2019

O bem-estar do silêncio e da solidão

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

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*Artigo do Padre José Antonio Pagola



Nem sequer no nosso próprio lar, invadido pela televisão e cenário de múltiplas tensões, é fácil encontrar o sossego e o recolhimento indispensáveis para nos encontrarmos conosco mesmo ou para descansarmos alegremente diante de Deus.

Pois bem, precisamente, nestes momentos em que necessitamos mais do que nunca de lugares de silêncio, recolhimento e orações, nós crentes, mantemos frequentemente os nossos templos e igrejas fechados uma boa parte do dia.

Esquecemos o que é pararmos, interromper por uns minutos a nossa pressa, libertar-nos por alguns instantes das nossas tensões e deixar-nos penetrar pelo silêncio e a calma de um lugar sagrado. Muitos homens e mulheres ficariam surpreendidos ao descobrir que, com frequência, basta parar e ficar em silêncio por algum tempo, para acalmar o espírito e recuperar a lucidez e a paz.

Quanto precisamos, os homens e mulheres de hoje, encontrar esse silêncio que nos ajude a entrar em contato com nós mesmos para recuperar a nossa liberdade e resgatar de novo toda a nossa energia interior.

Acostumados ao barulho e à agitação, não suspeitamos do bem-estar do silêncio e da solidão. Ávidos por notícias, imagens e impressões, esquecemo-nos de que só nos alimenta e enriquece verdadeiramente aquilo que somos capazes de ouvir no mais profundo do nosso ser.

Sem esse silêncio interior, não se pode escutar Deus, reconhecer a sua presença na nossa vida e crescer a partir de dentro como seres humanos e como crentes. De acordo com Jesus, a pessoa «retira o bem a partir da bondade que está no seu coração». O bem não brota de nós espontaneamente. Temos que o cultivar e fazer crescer no fundo do coração. Muitas pessoas começariam a transformar as suas vidas se pudessem parar para escutar todo o bem que Deus desperta no silêncio dos seus corações.’


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