segunda-feira, 25 de março de 2019

Uma técnica de meditação útil usada por monges irlandeses da antiguidade


Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

 CELTIC CROSSES
*Artigo de Philip Kosloski,
escritor e designer gráfico



Eles eram amplamente conhecidos por suas vidas intensas de ascetismo e se tornaram especialistas em oração e união com Deus.

Uma maneira de alcançar seus objetivos de comunhão espiritual com Deus era imitar as práticas dos Padres do Deserto – monges e freiras que viviam no deserto egípcio e eram altamente considerados por sua santidade.

Em particular, os monges responderam ao chamado de São Paulo para ‘orar sem cessar’, recitando uma oração encontrada em um dos Salmos, destacada pelo monge do século IV São João Cassiano.

A oração vem do Salmo 70 e tradicionalmente era orada enquanto se inspirava e expirava, tornando-se parte da respiração de um monge. Isso permitia que um monge permanecesse em constante estado de contemplação.

O trecho é normalmente traduzido como ‘Ó Deus, não vos afasteis de mim. Meu Deus, apressai-vos em me socorrer’, e atualmente faz parte da Liturgia das Horas da Igreja, que sacerdotes, religiosos e leigos continuam a rezar.

São João Cassiano escreveu em suas Conferências que o monge deveria rezar esta oração ‘incessantemente, revolvendo-a em seu coração, tendo se livrado de todos os outros tipos de pensamento ; pois, se não pode mantê-los sob controle, que ao menos liberte-se assim de todas as preocupações e ansiedades corporais’.

Os monges irlandeses exercitariam essa prática indo para algum lugar longe da civilização, e então limpariam todos os pensamentos mundanos antes de se engajar nessa oração ‘incessante’. Podemos imitar seu exemplo encontrando aquele ‘quarto interior’ dentro de nossa casa ou apartamento, ou mesmo caminhando em um parque.

Então, podemos tentar esvaziar nossa mente de todos os outros pensamentos e nos concentrar na oração : ‘Ó Deus, não vos afasteis de mim. Meu Deus, apressai-vos em me socorrer’, repetindo-a constantemente, ‘revolvendo-a’ em nossos corações.

Desta forma, podemos abrir a porta para a presença de Deus e ouvir atentamente o que Ele nos diz. É um belo exercício, que tem uma rica tradição e tem sido usado por incontáveis ​​monges e freiras por séculos.’


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