Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)
*Artigo de Ricardo Abrahão
`“A minha alma engrandece o Senhor, exulta meu espírito em Deus, meu Salvador! Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita! O Poderoso fez em mim maravilhas, e Santo é seu nome! Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que O temem! Manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes; sacia de bens os famintos, despede os ricos sem nada. Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor, como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre!” (Lc 1, 46-56).
Maria cantou! Cantou porque escutou. Escutou porque fez silêncio. O canto na Igreja não é simplesmente emissão sonora. É mergulhar no Espírito Santo e expressar o Amor de Deus com todo o ser. E foi nessa escuta que Deus olhou para a humildade de sua serva.
No livro Mariologia, do autor José Cristo Rey García Paredes, publicado no Brasil pela Editora Ave-Maria, encontramos a excelência do Espírito Santo no canto de Maria:
“A comunicação do Espírito a Maria não foi passageira, nem simplesmente funcional, pois essas não são as características do Espírito no novo eon; é preciso afirmar com Paulo que ‘os dons de Deus são irrevogáveis’ (Rm 11,29). Não é o Espírito do Novo Testamento o dom de Deus por excelência? O Espírito que fez a mãe do Filho de Deus, de Jesus, permaneceu nela como permanente força criadora, como contínua fonte de maternidade e de acolhida da vocação do Pai. Sem o Espírito, Maria teria cessado de ser a Theotokos. Pela força do Espírito, Maria respondeu fiat, isto é, viveu um fiat incessante. Não só se transformou em mãe, mas também em crente, como o reconheceu, movida pelo Espírito, Isabel. Sob a força do Espírito, Maria proclamou oMagnificat, ou fez de sua fé um Magnificat existencial.”
Por isso, não se pode cantar na Igreja sem jubilus! Só canta o cântico novo quem canta com júbilo! É o verdadeiro canto do coração. Cantar com impulso próprio, com sentimentalismo, com emoções baseadas no próprio eu, não é cantar com o coração. É, sim, um cantar com ilusão. Júbilo e barulho estão muito longe um do outro!
Santo Agostinho nos ensina:
“O jubilus é um tom que significa permitir que o coração gere aquilo que não conseguimos dizer. E a quem cabe esse jubilus senão ao Deus inexprimível?”
Anselm Grün nos explica de forma clara o pensamento de São João da Cruz:
“João da Cruz volta a acatar o tema da jubilatio. Ele a vê como o nível mais alto da união mística: as bodas espirituais e a transformação em Deus. A jubilatio é o novo cântico que a alma canta interiormente com a voz que Deus lhe dá. Ela é expressão da alegria duradoura que Deus dá à alma através da experiência de seu amor.”
A Igreja, movida pelo Espírito Santo, nos dá material suficiente para cantarmos um cântico novo! O Magnificat é a escola de canto de Maria, que nos ensina o silêncio, a escuta e a humildade, onde o Senhor faz maravilhas!`
Fonte : *Artigo na íntegra
https://revistaavemaria.com.br/magnificat-3.html
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