segunda-feira, 3 de abril de 2023

«Amou-nos até ao fim!»

Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

*Artigo da revista Além Mar


Como afirmava São João Paulo II, «o mistério da Cruz e da Ressurreição garante-nos que o ódio, a violência, o sangue e a morte não têm a última palavra nas vicissitudes humanas. A vitória definitiva é de Cristo e nós devemos voltar a partir d’Ele, se queremos construir para todos um futuro de paz autêntica, de justiça e de solidariedade». As meditações desta via-sacra são uma proposta da equipa da Jornada Mundial da Juventude 2023 e os desenhos da República Democrática do Congo. 

I Estação : Jesus é condenado à morte

Condenam Jesus à morte. Não conseguimos perceber porquê. Estamos confusos, baralhados. Há uns dias aplaudiam Jesus, agora querem-no crucificar. Estamos tristes. Pilatos parece ter poder para O salvar, mas tem medo e entrega Cristo para ser crucificado. Ninguém defende Jesus. Às vezes também tu e eu temos medo de Amar Jesus e de O seguir. Às vezes escolhemos o nosso egoísmo, o nosso comodismo, o nosso conforto. Deixamos-Te, Jesus, sozinho. Senhor, que eu nunca te deixe sozinho. Ajuda-me a amar-Te. Meu Deus, que eu Te escolha sempre a Ti, que eu te escolha sempre a Ti.

II Estação : Jesus toma a cruz aos ombros

Maltratam-te. Não basta o que já sofreste e o que ainda vais sofrer, ainda Te humilham. E és Rei do Universo, Deus todo-poderoso. Não é à força de braços e a ranger os dentes que suportas todas estas dores e humilhações. Suportas com esperança na salvação de todas as almas. Queres salvar todas as almas. A mim também. Com as minhas faltas, ofendo-Te. Ajuda-me a ser humilde e ser capaz de pedir-Te perdão e estar perto de Ti. Jesus leva agora a cruz aos ombros, a nossa cruz. É de madeira, lembra-se de Seu pai José, justo, forte e sereno. Jesus, que eu seja como São José, sempre disposto a cumprir a tua vontade.

III Estação : Jesus cai pela primeira vez

A cruz pesa : são os pecados de toda a Humanidade, são os teus pecados, são os meus pecados. Podiam ser só os meus pecados, Jesus carregaria a cruz à mesma, mesmo que fosse só por mim. A cruz pesa : Jesus cai e, antes de O podermos ajudar, levanta-se. Jesus, desculpa, eu não sabia que Te magoava tanto e que me amavas tanto. Jesus, ajuda-me a nunca mais ofender-Te.

IV Estação : Jesus encontra a sua mãe

Jesus levanta-se da primeira queda. Nossa Senhora já estava ao Seu lado. Nossa Senhora nunca deixou Jesus sozinho. No meio da confusão toda há este momento de paz e ninguém vê, ninguém repara, ninguém nota. Jesus e Maria cruzam olhares. Jesus olha Maria, sua Mãe, e conforta-a. Maria olha para Jesus, seu filho, e conforta-O. Ninguém percebe e Jesus continua a carregar a cruz. Mãe, ajuda-me a seguir O teu Filho Jesus.

V Estação : Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz

Jesus anda devagar, está cansado. Os soldados estão com pressa. Vão escolher alguém para ajudar Jesus. Escolhem Simão de Cirene. Simão não sabe o que se passa mas Jesus olha-o e a sua vida muda para sempre, a da sua família também. Como foi esse Teu olhar, Jesus? Como gostava que Jesus me tivesse escolhido a mim para o ajudar. Pedimos : Jesus, que queres de mim? Que queres que eu faça? Jesus chama-te! Qual a tua resposta? Vais dizer que sim? Disseste e agora vês que leve é a Cruz quando amamos Jesus.

VI Estação : Verónica enxuga o rosto de Jesus

Jesus está desfigurado. O seu amado rosto está coberto de sangue das feridas, coberto de pó das quedas. Está desfigurado. Não há muito que possa fazer, mas Verónica, uma mulher piedosa e corajosa, avança.  Procura o rosto de Jesus. Não a preocupa o que pensam nem o que lhe pode acontecer. Quer apenas limpar o rosto do Senhor. É pouco o que pode fazer, mas faz. Jesus agradece. Jesus, que eu Te saiba amar nas pequenas coisas de cada dia.

VII Estação : Jesus cai pela segunda vez

Jesus volta a cair. São as nossas quedas que o deitam abaixo, que ferem o Seu coração. Mas Jesus quer perdoar-nos. E volta a levantar-se, tem de carregar a cruz. Fá-lo sem rancor, fá-lo para obedecer ao Pai, fá-lo por ti e por mim e isso basta-lhe. Nós, a quem Jesus perdoou tanto, temos de O amar mais. Jesus, ajuda-me a perdoar os outros, assim como tu me perdoas.

VIII Estação : Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

Jesus carrega a cruz, Jesus sofre. O que lhe ocupa o coração? O que o preocupa? Preocupa-se com aquelas santas mulheres que O seguem e estão a chorar. Preocupa-se com os seus filhos, que somos nós. Não se preocupa com mais nada. Jesus, que eu seja como Tu. Que na minha dor esteja preocupado com os outros e não comigo. Jesus, que eu seja como Tu.

IX Estação : Jesus cai pela terceira vez

Jesus volta a cair. Não aguentamos mais e viramos a cara. Não conseguimos ver Jesus outra vez no chão. Fazemos um propósito firme de nunca mais O ofender. Lembramo-nos de que somos novos, e de que este propósito é para uma vida toda. Ficamos assustados. Serei fiel? Amarei Jesus até ao fim? Depois olhamos para Jesus, já está de pé. Continuo assustado com o meu propósito de nunca mais O ofender. Mas fico feliz por ter ainda muitos anos para O Amar. Jesus, obrigado por teres vindo tão cedo à minha alma.

X Estação : Jesus é despojado das suas vestes

Jesus entrega-se totalmente por nós. Tiram as suas vestes e ficam com elas. Jesus sofre e os soldados estão mais preocupados em repartir as suas roupas. Também nós, às vezes, temos Jesus ao nosso lado e somos-Lhe indiferentes. Estamos preocupados com as nossas coisas, com os nossos planos. E tudo isso nada vale ao lado de Jesus. Jesus, tudo o que eu faço seja feito contigo e para Ti. Só quero estar onde tu podes estar. Não quero que fiques à porta da minha vida, quero que sejas a minha Vida.

XI Estação : Jesus é pregado na cruz

Pregam Jesus na Cruz. E o que pede Jesus? Que o Pai nos perdoe, que o Pai me perdoe. Que bom é Jesus para comigo, sofre tudo por mim e pede perdão por mim. Como posso não amá-lo depois de tudo o que fez e faz por mim? Jesus, posso-me unir a ti? Posso estar um pouco na cruz contigo? Posso ser o bom ladrão?

XII Estação : Jesus morre na cruz

Jesus, não sei o que dizer. Morreste por mim. Numa cruz. Jesus, quero estar contigo. Sabes que sou fraco, sabes que peco, sabes que vou cair. Mas sabes também que Te amo e eu sei que não Te cansas de perdoar. Não valíamos nada, mas agora que Jesus morreu por ti e por mim valemos muito. Valemos todo o sangue de Cristo. Esse é o nosso valor. Jesus, que eu cumpra sempre e em tudo a vontade de Deus Pai.

XIII Estação : Jesus é descido da cruz

Descem Jesus da Cruz. Maria recebe-O nos seus braços. Lembra-se de Jesus pequenino, bebé, ao seu colo. Maria olha-O. Afasto-me um pouco, não mereço contemplar aquele olhar. Mas Maria agora é minha Mãe e chama-me pelo meu nome. Que doce é a sua voz. Aproximo-me devagar, tento conter as lágrimas. Não aguento. Choro. Nossa Senhora dá-me um beijo e estamos ali os três. Jesus, Nossa Senhora e eu. Jesus, obrigado por me teres dado a Tua Mãe.

XIV Estação : Jesus é depositado no sepulcro

Está ali José de Arimateia. Nunca o tínhamos visto com Jesus, mas era amigo Dele. Eram muito próximos. Jesus pediu-lhe um sepulcro.  José obedeceu. Mandou escavar um sepulcro na rocha e não disse a ninguém. Queria ajudar sem ser visto, não queria chamar à atenção. Que eu também seja assim. Vamos agora sepultar Jesus. Temos de O deixar ali, sozinho. Estão a fechar o sepulcro. Pedimos mais um minuto. Rezamos mais um pouco. Temos de ir. Jesus, obrigado.’ 

Fonte : *Artigo na íntegra

https://www.combonianos.pt/alem-mar/actualidade/6/929/amou-nos-ate-ao-fim/

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