domingo, 12 de dezembro de 2021

Terceiro Domingo do Advento

 Por Eliana Maria (Ir. Gabriela, Obl. OSB)

Artigo de Fernanda Freitas

para a Arquidiocese de Goiânia


‘O terceiro Domingo do Advento é conhecido como Domingo Gaudete ou Domingo da Alegria. Gaudete refere-se à primeira palavra da Antífona de Entrada, ‘Alegrem-se’. É um lembrete de que o Advento é um tempo de alegria porque nossa salvação já está próxima. Vestes róseas são usadas para enfatizar nossa alegria pelo Natal que está próximo e também acendemos a vela rosa em nossa coroa do Advento. 

A alegria é o ponto predominante na liturgia, especialmente como citado na profecia de Sofonias, que convida o povo a clamar jubilosamente e a soltar brados de alegria pela libertação operada pelo Senhor; e na Epístola de São Paulo aos Filipenses, uma carta que é um verdadeiro hino à alegria, atitude que o apóstolo desafia a ser procurada e reavivada em virtude da proximidade do Senhor. 

No meio do Advento, a mensagem dominante é um convite para ‘Alegrar-se’. Na leitura de Filipenses, Paulo pega a mensagem de Sofonias e nos chama à alegria. Por quê? Porque, em Cristo, o ‘Dia do Senhor’ chegou. Deus derrotou o pecado e ofereceu misericórdia aos pecadores. Essas são boas notícias e um motivo firme para ‘Alegrar-se sempre no Senhor’. Refletindo sobre a Segunda Leitura poderíamos pensar que Paulo era alguém que vivia em um mundo próprio, separado da realidade? Dificilmente, já que ele escreve para a Igreja de Filipos da prisão. Ele sabe que os filipenses estão em um momento difícil, como ele disse no início da carta, ‘... porque a vós vos é dado não somente crer em Cristo, mas ainda por Ele sofrer. Sustentai o mesmo combate que me tendes visto travar e no qual sabeis que eu continuo agora’ (1,29-30). O apóstolo estava ali claramente dizendo aquela comunidade : A sua luta é a mesma que a minha ou, na linguagem de hoje, ‘estamos juntos’. 

Quando Paulo exorta a ‘alegrar-se sempre no Senhor’, ele não está dizendo a eles ou a nós que fechemos os olhos para a dor e a injustiça e ‘façam uma cara feliz’. Em vez disso, ele lança um olhar sóbrio para as lutas que os cristãos enfrentam e pede alegria mesmo em um mundo de guerra, violência, pandemia, genocídio, pobreza, guerra civil, violência doméstica, escândalo na Igreja etc. A razão pela qual ele ainda pode encorajar o regozijo é : ‘O Senhor está perto’. Ele conheceu consolo, força e esperança, não porque tivesse uma solução fácil para os problemas da vida, mas porque dentro dele gritava a certeza : ‘O Senhor está próximo’. 

Com Deus protegendo ‘corações e pensamentos, em Cristo Jesus’, não há nada que o cristão precise temer : nem o pecado pessoal, nem o pecado que está enraizado em nossa cultura e mundo. Paulo nos convida a levar nossas preocupações a Deus em ‘oração, súplica e ação de graças’. 

Faltam duas semanas para o Natal, as coisas estão bem agitadas e podem até estar saindo do controle, mas precisamos nos manter focados na essência deste tempo: Cristo está por perto; os excessos e o pecado do mundo não vão tirar o melhor de nós, devemos manter nosso foco em Cristo.

‘O que devemos fazer?’

Sobre o que devemos fazer, o Evangelho é muito claro. O povo pergunta a João Batista ‘O que devemos fazer?’. Talvez eles esperassem que João colocasse um fardo pesado sobre eles, pedindo o arrependimento acompanhado por provas muito visíveis e árduas. Então, ele vem e desarma com seu jeito simples : chama-os e a nós também para vivermos uma vida simples e fiel. Assim, por exemplo, nos eventos comuns da vida diária, devemos incluir a preocupação e a resposta às necessidades dos pobres : ‘Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem’. E quem tem comida deve fazer o mesmo. Sem complacência ou generosidade aqui! Nunca se pode dizer : ‘Fiz minha parte pelos pobres’, pois João diz, se você tiver duas capas, compartilhe. Neste caso, é metade do que se tem, e não o que lhe sobra! 

Basicamente, o Batista está nos dizendo para sermos fiéis às nossas funções na vida, ser bons pais e trabalhadores honestos, tratar as pessoas com justiça. Se tivermos autoridade e poder sobre alguém, não tirar vantagem deles. Seja justo e ajude os necessitados. Devemos ser pessoas honestas, caracterizadas por uma vida íntegra, não devemos tirar vantagem de ninguém, e sim tratar a todos com respeito. 

Há muita dor em nosso mundo. Mais de cinco milhões de pessoas morreram devido à pandemia. Os problemas em nossa volta parecem opressores. Certamente não vamos resolver todos os problemas que vemos ou sobre os quais ouvimos falar, mas podemos fazer alguma coisa! 

Quem são os necessitados e os que sofrem? Quem pode usar uma palavra gentil, um ouvido paciente, uma presença reconfortante? Como somos chamados a refletir a proximidade do Senhor em nosso mundo? Aqueles que nos encontrarem ou nos conhecerem experimentarão que o Dia do Senhor está próximo? Terão eles motivos para acreditar nos profetas e evangelistas – que seu Senhor está perto – e temos motivos de sobra para ‘Alegrarmo-nos!’? 

Nosso gesto concreto

Para este tempo do Advento, se você está cheio de alegria, reserve um tempo para levar um pouco dessa alegria para aqueles que precisam de compaixão. Se você não sabe por onde começar a espalhar alegria, considere se envolver em algum dos muitos trabalhos sociais de nossa Igreja. Por exemplo, se você é bom em cozinhar pode ajudar a Pastoral de Rua a preparar uma refeição para os que vivem em situação de rua, ou que tal vasculhar seus armários e doar roupas ainda em bom estado de conservação, móveis para os irmãos refugiados que são acolhidos pela Pastoral dos Migrantes, brinquedos para as crianças necessitadas. Mantimentos e produtos de higiene para ajudar com a missão da Pastoral Carcerária. Ou até mesmo o seu tempo como profissional de qualquer área em prol de algum necessitado. Ou seja, muitas são as opções para que possamos espalhar, cultivar e dividir a alegria, pois ela começa quando a bondade e o amor são compartilhados.’

 

Fonte : *Artigo na íntegra https://www.arquidiocesedegoiania.org.br/comunicacao/noticias/1909-terceiro-domingo-do-advento

Nenhum comentário:

Postar um comentário